domingo, 20 de dezembro de 2015

Sunday Morning

Acordei sem ressaca. Acordei tarde. Acordei bem. Acordei feliz.
E nunca a música "Easy" fez tanto sentido - I´m easy like a sunday morning!!!
Tomando meu café com torradas, ouvindo o quê o Spotify tem a oferecer na playlist "Manhã tranquila" e lendo as notícias do Brasil e do mundo, me senti feliz pra cacete.
Sabe aquela felicidade despretensiosa? Aquela que faz cócegas nas bochechas?

É verão, eu tenho saúde, tenho família e amigos queridos. Além disso, não preciso trabalhar amanhã. Já acordava deprimida no domingo do tipo "Putz, amanhã é segunda!". Está calor demais para trabalhar. É só isso que tenho a dizer. Está calor demais para trabalhar.

Pegue uma cerveja, vá à algum lugar aberto, olhe para o céu azulzinho, respire profundamente, encha bem o pulmão de ar, e solte. Feche os olhos e agradeça.
Não seja resmungão! Dá rugas. Lembre-se sempre que a vida é feita de escolhas. Clichê infinito.

E, para 2016, eu escolhi amar. Amar a vida. Amar o cotidiano.

Limpei todo o jardim. E arranquei tudo que me fazia mal. Hora de plantar novas, e melhores, histórias.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Tem uma selva lá fora...#Parte1

Eu acordava cedo. Gostava de chegar cedo.
Levantava com uma preguiça do tamanho do universo, e com o pensamento de "Quando meus pais milionários vão aparecer para me resgatar?". Isso nunca aconteceu.
O banho demorava um pouco, mesmo sabendo que precisava economizar. Economizava água de outras formas. Mas no banho, não conseguia.
Escolhia a roupa, me trocava lentamente. Em dias de TPM, isso acontecia mais lentamente ainda porque nenhuma roupa era boa. O mundo não era bom nesses dias.
Ficava uma hora e meia no trânsito para chegar.
E, neste caminho, eu lia besteira no Facebook, respondia mais besteiras no grupo do Whatsapp, e ouvia a CBN. Uma longa jornada.

Dias iguais.

Aprendi que "Bom dia" não faz mal à ninguém.
Então, ao chegar ao trabalho passava pelos corredores cumprimentando as pessoas.
Sempre achei que um "Bom dia" dado com vontade, faz o dia melhor.

Tinha mudado recentemente para um novo "desafio". Desafio. Mais do mesmo. Mas chamaram de desafio. Assim como às vezes enganamos as crianças com o famoso "Não vai arder" do merthiolate no machucado fresco. Era assim que me sentia. Passando merthiolate no machucado fresco.

E a Índia? E o plano? E os pensamentos? Não sei. Se perderam. Deixe me perder sufocada por um monte de processos e papéis que já não estavam fazendo tanto sentido assim.
O tesão se foi. Acabou. Finito.
E aí você vira prostituta. Faço pelo dinheiro mesmo.
Nunca tive vocação para puta.

E, no meio do tiroteio, do matar ou morrer, onde cabeças rolam de hora em hora, eu decidi dizer o famoso "Não estou feliz aqui. Não gosto de trabalhar aqui. Façam o que acharem melhor".
E o universo é mágico, crianças. As fadas, elfos, poderes superiores, escutam a gente. E, quando o pedido é feito de coração, ele é atendido.

Uma semana depois me mandaram embora - Redução de quadro.
Desde que o mundo é mundo usam esta desculpa. Acho que para consolar quem se vai. Para se consolar, para evitar o confronto, ou qualquer outra coisa.
Nunca tinha sido mandada embora em toda minha vida. Foi a primeiríssima vez. Era virgem nisso.

É assim, parece que um tiro ecoa dentro de um submarino. Não faça a experiência!
Você fica zonzo, as coisas ficam em câmera lenta.
Aí você assina uns papéis que sequer lê porque ainda está com o zunido na cabeça.
E, você entrega o que estava fazendo, como se fosse um assalto "Passa notebook, celular...", e você entrega tudo.

No meu caso, sai de lá querendo ser qualquer coisa.
Vender coco na praia, fazer um curso de miçanga, ser a primeira mulher a pisar em Marte, escrever um livro, fazer um roteiro, começar um stand up, ser pastora de igreja, e um mundo de possibilidades.

Sim, existe um mundo de possibilidades. Mas acabamos sempre voltando para o que é conhecido e seguro.
Poucos e admiráveis são os que tem culhões para inovar. Poucos são os que querem fazer diferente.
Será que desta vez eu consigo?
Voltarei a me prostituir?
O tempo, e a água que baterá em minhas nádegas dirá.
Até lá, vou escrever sobre isso que pelo menos é divertido.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O campo vazio

Eu nunca vou te entender. E, depois de muito tempo tentando, desisti.
Desisti de entender e desisti de tentar me fazer entender. Desisti.
Desisti de demonstrar o que eu gosto, ou deixo de gostar em você.
Desisti de querer estar.
Desisti de tentar fazer você gostar da minha presença.
Desisti de impôr minha presença.
Numa mensagem, num "Olá", "tchau", num interesse feroz em saber de você.
Estar, estar, mesmo que sem estar. Fazer-se presente.
Deu muito trabalho. Muito esforço, e muita chateação.
Impôr-se o tempo todo, até cansar. Onde eu parei? Onde eu estava mesmo?
Eu estava caminhando quando decidi parar para te observar. E parei tempo demais. Parei mais do que o necessário. E fiquei ali, doando energia, tentando, tentando...Até cansar.
E, cansada que estava, não consegui caminhar. Fiquei ali até todas as forças acabarem, até o último suspiro. Fiquei.
Demorei a dar por mim, e quando me dei conta, o tempo tinha passado. E muita coisa tinha mudado. E, mesmo assim, eu continuei lá. Quem merece tanta devoção? Eu. Olhei de novo, e voltei a me reconhecer. Retirei você, e coloquei um espelho. Sentia falta de mim. Foi bom me olhar de novo.
Descobri que fiquei muito tempo parada num campo vazio. Plantando onde sementes não cresceriam.
Estraguei minha pele no sol, desidratei, alucinei no campo vazio, sem que nenhuma semente sequer houvesse germinado. Plantei no solo que não estava propício para o plantio. E, depois, quis reclamar da colheita. Já era sabido.
Gritei. E no campo vazio nem eco se fez.
O que eu fiz?
Desisti. Já sem voz, cansada, e quase sem sementes para uma próxima colheita.
Agora escolho melhor o solo.
Agora parece que eu entendi que não adianta plantar boas sementes em solo que não quer germinar.



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Não tenha pressa...

Se eu pudesse deixar um ensinamento aos jovens (sic), diria:
- Usem filtro solar, e não tenham pressa!

Sabe, às vezes a gente tem umas pressas bestas.

Eu nunca tive pressa, nunca tive urgência. Sempre levei a vida na flauta, como diria minha mãe.

Recentemente tive um momentico de pressa. Um cadinho bem cadinho de mineiro, de pressa.
O tal do relógio biológico deu uma gritada. Aí me dei conta que estou com 34 anos. Estava tão à toa na vida que mal percebi que já estou com 34. Peguei o bonde do surto, dei cinco gritadas, e desci no ponto seguinte. Não vale a pena.

E cá estou eu, sem pressa, como sempre. Vivendo o tal dos 34, indo para o que eu chamava de scary age - 35 é minha idade do pânico.
Deixa eu explicar melhor. Você está num puta jogo, achando incrível, e percebe que brincou com o adversário o tempo todo, e não marcou nenhum gol. Essa é a sensação da "scary age". Festei o tempo todo, estou na metadinha da vida, e não fiz porra nenhuma dos planos que eu tinha. Aliás, eu tinha?

E, no caminho da idade do pânico descobri que não quero um monte de coisa que eu achava que eu queria.

Festei. Festei muito! Conseguiria fazer um livro de festas! E, sempre achei que a vida poderia ser uma grande festa.

Agora não tenho mais tanta paciência para festas, mas aprendi a ver outras coisas da vida.
Meu olhar ficou mais tenro. Olho o mundo com muito carinho mesmo muitas vezes ele não merecendo. Mas carinho é de graça!
Gosto mais das pessoas, e aprendi a me calar um pouco. Não sou dona da razão. Aprendi a ouvir.
Tenho mais serenidade para algumas coisas.
Estou menos orgulhosa. E aprendi que chorar é bom e alivia a alma.
Expresso mais meus sentimentos, e não tenho vergonha disso.

Não vou dar uma lição. Poderia escrever um livro sobre o aprendizado até agora. E, só aprendi porque não tive pressa. Olhei o mundo em câmera lenta enquanto todos corriam para fazer algo que alguém lhe disse que era certo.

Casou, teve filhos, arrumou um bom emprego, comprou uma casa, acumulou coisas em um canto, e reclama todo dia que a vida não é generosa.
A vida é bem generosa com quem sabe olhar para ela com carinho.

Então, não vou escrever tudo que sei (rs). Vou deixar você ir. Mas vá sem pressa. Aprecie a paisagem e as sensações.


domingo, 22 de novembro de 2015

E as paixões servem para colorir.

Quando um sentimento enorme acaba, a gente tem a sensação de que nada melhor que aquilo pode acontecer. É como se a vida perdesse o sentido. E nunca, nunca, nunca, nunca mais se fosse sentir algo tão bom quanto aquilo. E eis que entra em campo o senhor de tudo - o tempo. E ele te prova que você está enganada.

A vida é surpreendente. E seria horrível, terrível, trágico, se você fosse capaz de se apaixonar somente uma vez na vida.
Tive a sorte de poder sentir diversas vezes este sentimento arrebatador.
E, de verdade, não sei viver diferente. Preciso estar apaixonada. Me apaixono por projetos, por mim, pelos outros, pelos sentimentos alheios, pelas histórias, por um dia lindo, seja lá o que de belo a vida pode oferecer, estou lá eu, apaixonada. E que bom que é assim...E que seja sempre assim.

E eis que a adolescência reaparece. Ah, doce adolescência num domingo de sol.

Adolescência combina com sol, sorvete, mãos dadas, assuntos intermináveis, abraços e fim de tarde. Fim de dia que tem 76 horas. O tempo perde a lógica. E a gente se perde nele. Foi ontem? Hoje? Aconteceu mesmo?
E você se perde nos pensamentos, as palavras ficam confusas, e tudo não faz muito sentido, e tudo é bossa nova.
Conheço esta canção, mas quero ouvi-la muitas e muitas vezes, como num disco riscado que eu guardo carinhosamente porque amo ouvir esta canção.

Você é canção. Canção que eu conheço e não canso de ouvir e cantar em silêncio porque é só pra mim.

Fica aqui ao meu lado. Fica aqui em silêncio porque até o silêncio é preenchido de coisas boas e intensas.

Fica aqui. Coloca sua mão sobre a minha, e vamos ficar assim o quanto o tempo nos permitir. Eterno? Nunca sei. Mas agora é eterno. E será eterno na minha memória como todas as boas paixões são.


sábado, 19 de setembro de 2015

Eu sou mãe

Deve ser uma emoção indescritível ter um filho. Sim, ser mãe deve ser uma experiência incrível. Disso eu nunca tive dúvidas, e até me emociono quando alguém me conta que estão grávidos. Sim, agora neste nosso mundo moderno os homens também ficam grávidos. Se bobear, sentirão as dores do parto por osmose. Então, "Estamos grávidos".

E daí pra frente, meu amigo, haja reportagem sobre crianças, fotos da barriga, contagem regressiva, e toda aquela festa. O cérebro daquelas pessoa é abduzido por um longo período de tempo.

Tenho uma certa vontade de bloquear e só voltar a falar com aquela pessoa quando a criança tiver uns 5 anos, que segundo o IPV (Instituto de pesquisas Viviane), é quando os adultos se lembram de suas vidas. Se não faço isso, aguentarei durante 5 anos, um book daquela criança linda, mas que de tanto ver a cara, vai me cansar. Não, não sou um monstro. Tem muita gente que pensa igual, mas fica pianinho. Afinal, não é bonito falar assim. Mas o problema não é a criança, nunca foi, e nunca será, o problema são os pais.

Ainda bem que na minha época não existia esses negócios. Imagine eu, agora na vida adulta, tendo que sofrer bullying pelas fotos sem noção que minha mãe publicou nas redes sociais. Eu pelada, eu no penico, tomando um suco com um gorrinho escroto que só ela achou lindo, e todas aquelas coisas que vemos diariamente nas redes sociais. Deus me livre! Deus foi bem generoso comigo. Sou de um tempo que se revelava a foto, e rezava para sair bem. E não tirava foto de cada respiração porque filme era caro. Então, realmente eram momentos únicos.

Sinto falta de amigas que viraram mães. Elas eram tão divertidas, tão inteligentes, tão boas companhias...Hoje só falam de mamadeira, fraldas, equipamentos novos para facilitar a vida dos pais, o primeiro passo, o primeiro sorriso, o primeiro arroto...
Ah, voltem a ser mulheres! Não abdiquem do trono materno, claro. Mas não esqueçam que antes de mãe, eram mulheres.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Em constante mudança...

A gente muda. Isso é um fato incontestável. As mudanças ocorrem o tempo todo. Notamos as físicas com maior facilidade. Mas é muito interessante quando notamos que o comportamento mudou.

Depois de alguns dias de férias, estava batendo papo com algumas pessoas, e as principais perguntas eram:

- E aí, pegou muito peru no Peru?
- Ficou louca de Pisco?
- Fez muita merda?
- Tomou o chá?
- Experimentou alguma droga diferente?

Nenhuma pessoa, até o momento, me perguntou sobre a cultura Inca, sobre os museus que fui, os caminhos que passei, e tudo que fiz, que não está em nenhum item mencionado acima.

Então chego a uma conclusão. Eu mudei. Talvez em outros tempos eu tivesse feito todos os itens acima, e divulgaria com prazer de quem ganhou um Nobel. Mas hoje? Nesta altura do campeonato? Acho que não. Perdi a paciência e a vontade de ser "Vida louca" (rs). E, de verdade, nem sei se fui tão louca assim, Sempre fui meio pé atrás com drogas. Não sou a pessoa que "enche a cara", até mesmo porque , detesto passar mal no dia seguinte. Mas acho que fiz um marketing negativo de mim tão grande nos últimos anos, que é isso que esperam de mim.

Desapontei muita gente com a cultura inca e o encontro espiritual.
Alguns chamam de velhice. Eu chamo de amadurecimento. E olha que eu levei uma eternidade para chegar neste estágio.

Dizem que geminianos demoram a amadurecer. Eu quase apodreci no pé, mas chegou o momento.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Ollantaytambo

Já que vou até lá, irei fazendo excursão. E assim foi. Passei por todo o Vale Sagrado e parei em Ollantaytambo. Me despedi dos meus novos melhores amigos, e fui para o Hostel que havia agendado.

Peguei um tuk tuk e fui mato adentro.

Entre duas montanhas e o rio Urubamba, bem, mas bem, bem, bem, no meio do nada, estava o hostel.
Tinha reservado um quarto para quatro pessoas na esperança de ter alguém para jogar conversa fora. Não tinha uma alma viva no hostel, e o quarto era só pra mim. Aliás, o hostel inteiro era só pra mim.

Passei exatas 2h comemorando a solidão. Quando decidi acessar a internet porque queria interagir com o mundo, descobri que não funcionava.

Ao questionar a moça da recepção, a resposta foi um choque "Devido às chuvas, estamos sem internet. Sem previsão de volta".
Ficar sozinha é bacana e tal, mas tem horas que uma internet faz uma diferença monstro. Lembrei também que não tinha trazido nenhum livro. Nada que entretesse para não perder o foco.

E lá estávamos nós: Eu, as montanhas e o rio Urubamba. Dava para ouvir o curso do rio batendo nas pedras, era como se fosse uma chuva forte.
Sentei no chão e comecei a fazer os exercícios de yoga que eu lembrava. Fiz o  japamala 2 vezes. Ia para a terceira, mas perdi a vontade. Então comecei a pensar na minha vida.
De onde vim? Para onde vou? O que eu quero? O que eu preciso mudar? O que eu não quero?

Todo este processo pareceu uma eternidade, e só tinham passado mais 2 horas.
O relógio brigava comigo, e estava levando uma vantagem monstra.

Então decidi que não iria mais pensar em nada, só respirar o ouvir o curso do rio.
E, no processo do rio, peguei no sono.

Nunca estive tão comigo. Foi assustador no começo. E, de verdade, ainda tenho um certo medo desses encontros sinceros comigo. Eu não sou tão sensacional quanto eu às vezes acho que sou.

E, durante esta viagem, eu me encontrei comigo algumas vezes. E cada vez que eu me encontrava, a sensação era diferente.
Mas uma coisa que eu me disse, e que está guardada foi: "Nunca se esqueça de você".

E foi assim o caminho, não esquecendo de mim, respeitando os outros, e sempre respirando profundamente...

Viajar sozinha

Às vezes precisamos parar um pouco.
Esquecer tudo que faz parte do nosso dia a dia. O que eu chamo de desligar do mundo externo e dar-se a oportunidade. A oportunidade de ficar só.

Quando eu disse "Quero ir ao Peru" esperava que em algum momento alguém diria "Vou com você", e acreditei nisso durante algum tempo. O tempo foi passando, e a companhia não veio.
A passagem estava comprada, e eu comecei a enrolar. Demorei até o último minuto para me organizar, sempre na esperança de haver alguma companhia. E a companhia não veio. 
Poderia desistir, claro. Mas não sou o tipo de mulher que desiste fácil. E se tem uma característica em mim que é muito forte, é a determinação para coisas que eu encasqueto. Sim, eu sou do tipo que encasqueta. E faço isso com tudo na minha vida. E com a viagem não foi diferente.

O dia chegou. Arrumei e desarrumei a mala 200 vezes. Fiz até um seguro viagem, coisa que nunca faço. Mas desta vez estava indo sozinha, e como dizem, o tal seguro morreu de velho.
E, depois de 3 horas lutando com a mala, ela estava pronta. Era só esperar o táxi e ir ao aeroporto. Encarar meu medo de voar. Medo, não. Tenho pânico. Mas a vontade de viajar sempre vence o medo.

Coloquei minha mochila nas costas, e fui.

Ninguém para segurar a minha mão e acalmar meu medo. Ninguém, além de mim, para dizer que no final iria ser incrível. E, confiei em mim. Estava acompanhada de duas coisas fundamentais "Deus e eu". E assim, o avião seguiu até Cusco.

Ao chegar em Cusco começou a guerra por um táxi, e no meio da confusão estavam 3 brasileiros. Vamos rachar este táxi, minha gente. E naquele momento descobri que o só, só é só, se assim quisermos.

O espanhol ia muito bem, obrigada. As aulas particulares valeram de alguma coisa, dava para seguir em carreira solo.

O mal de altitude não veio. Esperei por ele deitada no meu quarto por algumas horas até cair no sono. Tinha lido tanta história que dentro da minha mala tinha um arsenal de deixar qualquer farmácia com inveja. Não usei nenhum item.

Ao acordar, andei pela cidade como criança em parque de diversão. Até sai com meus óculos de grau para não perder nenhum detalhe. Afinal, mesmo sendo cegueta, luto com este mal franzindo bem a minha testa para ler qualquer coisa. 
Comprei algo para comer, sentei na Plaza de Armas, e fiquei observando as pessoas. Famílias com crianças, casais, turistas, muitos turistas, idosos em rodas conversando, e eu ali no meio de uma multidão de desconhecidos, e me sentindo incrivelmente bem por estar comigo. E ali fiquei por algumas horas. Sorrindo sozinha.

Entrei na capela, coisa que não faço quando estou em qualquer outro lugar que tenha uma. E, para minha surpresa, estava vazia. Olhei para todos os santos como se os conhecesse. Não sabia o nome de nenhum deles, nunca fui católica (apesar de minha mãe ser frequentadora assídua). 
Me senti bem para ajoelhar diante de todos eles e trocar algumas ideias de agradecimento. Seja lá quem domina isso aqui chamado mundo, merecia minha gratidão. E assim o fiz. Ajoelhei e rezei a única reza que sei "Pai Nosso". Uma invasão de gratidão tomou conta de mim, e chorei. As lágrimas caiam despretensiosamente sem que eu fizesse qualquer esforço, e eu não quis que elas parassem. E, se alguém chegasse à capela, as mostraria com orgulho. Aqui de joelhos há alguém que acredita na vida, nas pessoas, na bondade, caridade e no amor, amor de todas as formas. 
Agradeci de forma leve como poucas vezes fiz na vida.

No caminho de volta um cachorro resolveu que seria meu amigo. Fiz uma farra em sua cabeça, e ele me seguiu até chegar no hostel, me mostrando os caminhos de pedras. 
Enquanto não me viu entrar, não saiu da porta. Entendi e obedeci. Dei um singelo "tchau", e entrei. Ali acabava meu primeiro, de muitos, dias comigo.







sexta-feira, 10 de julho de 2015

Só se for inteiro

"Quando um homem está a fim de uma mulher, amiga, não tem “nove horas”, não há regulamento, calendário ou relógio, simplesmente ele comparece e reza a missa de corpo presente", já dizia tio Xico Sá.

A mais pura e dolorosa verdade.

Não adianta inventarmos desculpas para o outro. Tio Nelson já dizia "Pouco amor não é amor". E minha vó, completa "Antes só do que mal acompanhada". 

E é por essas e por outras que sigo em carreira solo. 
Já não tenho mais paciência para enrolação. Já perdi a paciência para muitas coisas, coisa da idade, sabe?
Já não me engano mais. Já não acredito que "as coisas podem melhorar, é uma questão de tempo". "Não temos tempo a perder!", acrescenta Renato Russo.

E, com tantas lições de tantas pessoas que me fazem pensar, chego à algumas conclusões.

Quero inteiro, não quero pela metade. E, só aceito se for assim. Não me venha com nada diferente disso. 
Porque se você é especial, eu também sou. E na disputa entre mim e você, eu sempre ganho. Não dá para gostar de alguém e esquecer da gente, este clichê sequer tem autor conhecido.

E, depois de anos, dando murro em ponta de faca (provérbio popular),  já deu para saber o quê eu quero, e o que eu não quero. É um bom começo, um bom começo. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Miley pelada

Um texto que tem por título "Miley pelada" vai atrair um monte de pervertido. Hey, pevertido que chegou aqui com a pesquisa do Google, não vai ter fotos dela nua aqui, ok? Pode sair da página, obrigada.

Dizia eu...

O mundo está chato. É oficial. Eu achei que em 2015 discutiríamos coisas mais interessantes, que seríamos seres mais evoluídos, e etc, etc, etc. Mas não. Eu abro a página de um site de notícia que coloca o fato de menina Montana pelada, e chama isso de notícia.

Gente, já tivemos Madonna. Ficar pelado, beijar mulher, se masturbar em show, essas coisas são notícias velhas. E, depois de Madonna, tudo é cópia. Não há nada de novo para fazer
E não me venham mostrar suas genitálias com câmeras internas porque eu não estou interessada. Um útero é um útero, e não há nada de novo nisso também.

Eu achei que os mais jovens salvariam o mundo. Mas não! Estão fodendo com a bagaça. Juro que achei que os jovens quebrariam a banca. Fariam revoluções. Pensamentos melhores, ideias melhores, seriam menos preconceituosos, mais "paz e amor", e toda uma coisa prafentex. Mas já dizia Elis "Nossos ídolos ainda são os mesmos...Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".

O mundo continua preconceituoso, as pessoas discutem política de forma rasa, ainda existe discussões banais e críticas sobre a fé alheia sem respeito algum, existe guerra, existe gente de aproveitando do outro, gente querendo ser mais esperta que outro. Acreditem, ainda em 2015 as pessoas batem em gays, existe corrupção, tem gente que avalia o próximo pela cor da pele...Enfim, tudo igual, tudo muito chato.

Sendo assim, Miley, coloque sua roupa e vá fazer algo que realmente valha a pena.

domingo, 21 de junho de 2015

Malafaia e seu canavial de rola

Boechat mandou Malafaia procurar uma rola.

Olha, Boechat, não queria te desanimar. Mas não está fácil para ninguém. Talvez esta tenha sido sua ideia, mandar Malafaia procurar uma rola e passar a vida procurando. Tem uma selva lá fora. Se ele achar uma, será quase um milagre. E se for um milagre, pode ser que a igreja dele consiga mais fiéis.

Falar do Malafaia virou moda. Chutar cachorro morto, sabe?

Não dá para levar a sério. Aliás, não consigo levar mais nada a sério neste País. País dos Memes ridículos e das passeatas sem propósito. Nunca antes na história deste País a expressão "Samba do Crioulo Doido" fez tanto sentido. Se ouve algo, não se pensa muito, e sai-se falando, xingando, cuspindo, e falando merda de qualquer "Geni" que apareça. Malafaia é a Geni do momento. Recentemente tivemos Ed Motta, e assim segue a vida, com uma "Geni" por mês. E nada que se possa levar a sério.

Xinguem ideias, reclamem, contradigam, chorem, se joguem no chão, discutam muito, mas façam isso com ideias, não com pessoas. Porque o Malafaia é só mais um. Assim como muitos outros que pensam como ele. O problema não é a pessoa em si, e sim o que ela pensa.
Sejamos mais adultos. Menos "É a sua mãe", "É você, seu bobo!". Sem essa de mostrar a língua para o amiguinho.
Mantenha uma discussão sem acusações pessoais, e seja feliz.

Boechat, devo admitir que eu ri. Afinal, meu lado infantil ainda permanece. E eu rio dessas coisas. Mas se você fosse filho da minha mãe, ela daria um tapa na sua boca e mandaria você discutir ideias como adulto inteligente que é.

Enfim, opiniões. Nem vou falar mal do Boechat porque admiro as ideias dele. Mas mandar o Malafaia  procurar uma rola foi uma das coisas mais infantis que vi nos últimos tempos.

Seus bobos e feios.

Oficialmente inverno

E hoje começa oficialmente o inverno. Vamos engordar, minha gente.
Chega de corpos sarados andando pela rua. Chega de gente mostrando o que a academia deu, e que eu por uma preguiça descomunal, nunca terei. Chega de corpos nus. Coloquem seus casacos. Vistam-se como mendigos, e sejam felizes.

Já disse algumas vezes que o inverno só é chique para quem tem dinheiro. Nós, pobres mortais que compramos em lojas de departamento, vamos nos conformar com nossos casaquinhos baratex e sermos simpáticos com os amigos ao encontrá-los com a mesma promoção que a nossa. Vida que segue, sempre.

A preguiça que vem sendo minha companheira nos últimos tempos, agora tem uma desculpa aceitável "Está frio, porra! Pra quê sair!?". Tão bom ter boas desculpas para deitar no sofá com um monte de filmes velhos, doces, e minha companheira para a vida - preguiça.

Fato. Neste inverno, assim como os últimos 34, estarei sozinha. E sei que isso não vai mudar. O príncipe encantado não tem delivery. Imagine-se pedindo um príncipe por telefone?

- Oi, pode mandar um príncipe hoje?
- Claro, senhora Viviane.
- Olha, capriche hoje. O da semana passada não fazia massagem nos pés.
- Claro, senhora Viviane. Pedimos desculpas por isso. Prometemos mandar o que temos de melhor.
- É assim que se fala. É por isso que eu amo esse serviço!

Bom, nesta hora eu caio da cama. Doce sonho de consumo este serviço. Chamar príncipes em momentos de emergência, depois eles viram fumacinha. Nada de toalhas molhadas pela casa, muito menos roupas (sem ser as minhas) espalhadas pela casa. Só a parte boa do negócio.

Não me venham com garotos de programa. Príncipe Delivery é um negócio sério. O cara tem que ter lido bons livros, visto bons filmes, entender de vinhos, e ainda fazer massagem.

Depois dizem que perfeição não existe. Seria perfeito. Fica a dica para algum empreendedor.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Dia dos Namorados e as neuroses modernas.

Logo cedo, lendo as notícias, pula um pop up de uma propaganda de celular dizendo :"Só o amor para deixar vocês ainda mais conectados".
Mas que conexão é essa, Jesus?
Celular + relacionamento = uma loucura à dois. Esta é a minha conclusão.

Mandou mensagem de Whatsapp - Passos para a neurose.

- Ele (a) visualizou, e não respondeu.
- Está online, e não responde.
- Olha, de novo online.
- Vou mandar outra perguntando se está tudo bem.
- De novo! Visualizou, e não respondeu.
- Vou tirar este negócio de "visto em". Assim ele (a) não vai saber que fico olhando, e só de birra não vai saber de mim também.

E nisso vai um dia improdutivo...

Ligou e não atendeu.

- Deve estar ocupado.
- 1 hora depois. Nossa, não retornou.
- Será que liguei certo? (Checa se ligou, descobre que sim)
- Liga de novo. Sem resposta.
- Deve estar com outra (o). Mas em plena luz do dia? Não deveria estar trabalhando?


Ligou e caiu na caixa postal.

- Jamais existe a possibilidade de ter acabado a bateria.
- Desligou o celular? Deve estar me traindo.
- Vou deixar recado.
- Deixa recado.
- Não recebe a ligação de volta.
- Liga de novo. Caixa posta de novo.

E isso vai durar umas 2 horas.


Não venham me dizer que isso é conexão de amor.
Sou do tempo das cartas, cartões, caixas de bombom, jantar com vinho, passeios no parque de mãos dadas, cinema com pipoca, teatro no meio da semana, boa música acompanhada de abraços e dança.

Não sei, não. Mas este negócio de amor no dia 12 de junho é muita balela.


domingo, 7 de junho de 2015

Eu, eu mesma e este ser

Eu percebo que tudo está bem quando não estou apaixonada. Sim, tomei um toco recentemente. Escrevi cartas de amor, me joguei no chão, chorei ouvindo música triste, bebi para esquecer, li autoajuda, desci paredes com as costas no melhor estilo novela mexicana. Achei que a vida era injusta. Desci até o fundo do poço. Sim, postei indiretas no Facebook. Fiz tudo isso. Sim, sou ser humano. E só depois desta tempestade, estou bem.

Eu preciso muito disso. Preciso do drama, preciso do choro, preciso do isolamento, da pena alheia, do sofrimento "Maria do Bairro", dos olhares de "Vai dar tudo certo". Preciso inclusive de uma nova religião. Busca da fé, sabe como é. Intensidade velocidade 10, tipo funk.
Fora os projetos que surgem depois das minhas tempestades amorosas . Correr a São Silvestre foi uma deles.

E depois disso tudo, quando faço minha primeira piada com o homem que despedaçou meu coração, sei que vai ficar tudo bem, sempre fica.

Hoje cedo lembrei do quanto ele era babaca em algumas coisas, e o quanto isso me irritava. Mas não vou gastar energia listando essas coisas porque é perda de tempo. Já foi. O universo levou.

Vi um episódio da bíblia feminina "Sex and the City" que a gente demora metade do tempo que ficamos com a pessoa para esquecê-la. Não sei se é verdade, mas funciona comigo.

E, quando estava apaixonada, este ser iluminado não tinha defeitos. Manja o "O cara não peida nem caga?". Porque são seres divinos, claro. E a paixão só acaba quando este ser magnífico desce do Olimpo e você percebe - SIM, ELE CAGA! Faz tudo como qualquer outro ser humano.
Então decidi que toda vez que eu colocar alguém em qualquer pedestal, vou lembrar que esta pessoa também caga. Que não merece um lugar mais alto que o meu na cadeia alimentar.
A paixão desumaniza as pessoas, elas viram semi-deuses. Isso é bem ruim.

Paixão é um troço bom, e viciante. Sou uma eterna apaixonada. Mas devo admitir que gosto muito mais de mim quando estou num relacionamento sério comigo mesma.
E tem que ser assim. O próximo vai ter que entender esta bigamia. Não termino comigo mais. Vai ter que ser um relacionamento à três: Eu, eu mesma e este ser que caga.

Entenda seu público

Hoje o Facebook veio com essa de "Entenda seu público". E eu lá tenho público?
Tenho 3 ou 4 pessoas que passam os olhos no que eu escrevo, e fim. Nada de grandes plateias. Escrevo desde 24/07/2005. Sim, fará 10 anos! Meu Deus, 10 anos! A internet existe na minha vida desde 2005? Achei que era algo mais recente.

Comecei a escrever como afronta. Conheci um cara que tinha um blog. Então pensei "Se ele pode, eu também posso". Naquele tempo remoto, ser blogueiro (aliás, nem tinha isso), era falar o que pensa, escrever por escrever, conviver com ideias diferentes, discuti-las, e conhecer gente que talvez você não conhecesse na noite de SP, por exemplo. Nada financeiro. Não tínhamos sequer "Faculdade de Blogueiro", "Seja blogueiro S/A", "Viva no Glamour do Blog", "Fique rico. Seja blogueiro!". Enfim, nada disso. Escrevíamos e ponto final.

Faz uns 3 meses eu resolvi que quero juntar as crônicas deste blog e fazer um livro. Sim, a árvore, os filhos e o livro. Clichês da minha vida.
Vou ganhar dinheiro com isso? Não. Vou gastar mesmo.
Vou ser famosa? Não. No máximo minha mãe vai mentir dizendo que sou escritora para as amigas.
Meu blog vai virar filme? Não. Infelizmente não tenho talento para escrever sobre sexo ruim, ou vampiros, bruxos, e toda esta coisa.
Então,  alguém explica a razão desta retardada querer publicar esta merda de blog?

Porque é assim que eu sou. Porque é assim que a vida é.

Então, Facebook, sem essa de "conheça seu público". Já conheço os 5 que lêem este blog com frequência.

Por favor, pode chover?

Passei  2 dias hibernando. Naquela "nhaca" que só quem se dá a este direito sabe do que estou falando. Passei esses dias com uma magnífica companhia "eu mesma".

Fui ao parque, peguei meu livro, e fiquei ali por horas. Ouvindo música e lendo. E aquele solzinho de outono batendo no rosto. Quase me emocionei com tanta calma e tranquilidade. Desliguei o cérebro das coisas que não me fazem bem.

No dia seguinte saí de casa apenas para uma caminhada.
E depois me entreguei à horas e horas de filmes. Mais de 3 na sequência.

Após esta overdose de mim mesma, gostaria de continuar. Já recusei 3 convites para sair da toca. E desconfio que logo serei taxada de anti-social e chata. Porque esta fama se espalha com facilidade, e quando percebe, ninguém te chama mais  para nada "Você sempre diz não!", dirão os que tentaram.
Sei que minha companhia é fabulosa, mas como em qualquer relacionamento, uma hora vou querer dar uma apimentada na relação.

Por isso, hoje rogo aos deuses da chuva que justifiquem minha preguiça. Que justifiquem a vontade enorme que tenho de ficar somente comigo. Que chova! Ninguém fica chateado quando você responde "Nossa, está chovendo demais. Vamos deixar para outro dia?"

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Reflexões de uma manhã fria

Dentre as milhares de reflexões que faço logo quando acordo, esta me pareceu digna de fazer com que eu viesse ao computador escrever.

Senti saudades de mim. O ano de 2013 foi um grande ano. Foi o começo de muitas decisões. Parei de fumar, comecei a correr, iniciei um trabalho voluntário, e entrei o ano de 2014 correndo a São Silvestre. E nesta movimentação toda resolvi que não queria mais continuar na empresa que eu estava, e mudei de emprego em maio de 2014. E aceitei no meu coração que era um trabalho temporário, que em março de 2015 eu pegaria minha mochila e iria para Ásia. Continuar fazendo trabalho voluntário, conhecendo uma cultura diferente, e tudo isso.

Estava tudo tão certo, tão escrito, tão perfeito, que não teria erro.

Não teria.

No meio de 2014 entrei num ritmo insano de trabalho.  As corridas que eram diárias foram diminuindo até deixarem de existir completamente em fevereiro de 2015. Dizia que depois do carnaval, depois do carnaval, e isso nunca mais aconteceu. Devido ao estresse, voltei a fumar. O trabalho da ONG, por trabalhar demais no trabalho novo, deixei de fazer no mês de dezembro de 2014. Deixei a ideia da Ásia porque me apaixonei. E no resumo está aí a grande bosta. Não podemos nos perder. Digo isso a mim mesma diariamente. Não posso me perder de mim. Já faz 8 meses que me perdi de mim. Hoje quando levantei, lembrei de mim, e resolvi me resgatar.

O trabalho é importante, sim. Mas não pode tomar tanto meu tempo. Trabalho 13 horas por dia. Durmo e acordo pensando no trabalho. Isso não é certo. Trabalho por mim, e estou esquecendo de mim.

Duas semanas atrás fiz uma tatuagem com a palavra "fé", e é isso. Preciso de fé, preciso acreditar em mim. Preciso me livrar de hábitos ruins.

Paixão só é boa quando nos faz bem. Trabalho é bom, mas não deve ser a coisa mais importante do mundo.
Projetos existem para nortear nossa vida. Mas podem ser mudados quando entendermos que é o momento.

Alguns passos foram dados. E começam por dentro. Fazer yoga, por exemplo. Comecei na yoga faz um mês, e foi uma das melhores escolhas que fiz em 2015.
Hoje começo a tentativa número 3 de parar de fumar. Estou segurando meu último maço de cigarro.
Correr é preciso, mesmo com frio. Faz bem à alma.
O trabalho da ONG será retomado assim que voltar das minhas férias. Férias são necessárias para organização mental.

Sobre a paixão, amanhã darei um "tchau" oficial. Porque "Só vale morar em alguém se não nos ausentarmos de nós". E senti bem forte, logo cedo, que me ausentei de mim.

Vida, pode colocar mais água no feijão que estou voltando.

domingo, 3 de maio de 2015

Otimista?

Ontem fiz uma tatuagem. Uma coisinha pequena. Nada de dor ou dramas. Uma palavra - fé.
E eu, que nunca fui uma pessoa de muita fé (sempre meio Thomé), tatuei fé.  E sai com a palavra escrita no antebraço.

Faço as coisas por impulso. Sempre sem grandes planos. Sou daquelas pessoas que falam "Papua Nova Guiné? Claro! Podemos ir! Não conheço mesmo". E falo isso como quem está atravessando a rua para ir à padaria. Alguns me chamam de "sem opinião", ou "Maria vai com as outras". Eu me autodenomino "Maria vai com o que acha no momento". Mudo de ideia como quem muda de roupa.

Mas e no caso desta tatuagem? Não é como trocar de roupa. Está tatuado. Tive um momento de "pânico" de 3 segundos, e depois segui em frente. Faz parte da vida.

Sabe, no final, eu sou uma pessoa de fé. Há anos neste mercado de meu Deus, acreditando em príncipes encantados, acreditando que existe alguém muito especial esperando ser encontrado por mim, e que no final abriremos uma Doriana, e seremos felizes para sempre.
Fé é acreditar. E eu realmente acredito nos meus sonhos, nas minhas loucuras, nos meus medos, anseios, nos meus amigos...Fé na vida, fé no homem...De quem é essa música mesmo?

Fé no que virá.

Grávidas!

Hoje, tomando meu café e lendo amenidades na internet, me deparei com a gravidez de Débora Secco -  34 anos, grávida do surfista/modelo/DJ/ator/dançarino e qualquer coisa que a assessora de imprensa dele quiser, de 24 anos. Parabéns para ela.
Continuei tomando meu café, afinal, a gravidez de Débora não muda minha vida. E na sequência, notícias do nascimento da filha de Kate. Juro que perdi 12 minutos lendo algumas coisas sobre o nascimento da nova jóia da coroa que brevemente será batizada de acordo com os rituais da Igreja Anglicana, com direito à réplica de uma roupa usada pela filha mais velha da rainha Victoria em seu batizado, em 1841.

Até aí, nada de novo.

Não tem nada de novo em nada disso, na verdade. Até a estupidez humana continua igual. Os comentários são as pérolas, a coroação da ignorância. 

"Grande merda", "Foda-se", "Um bebê como tantos outros", "Qual a importância disso?".

Bem, a gravidez da Débora Secco não muda em nada a vida de muitas pessoas. Já o nascimento da filha do Príncipe William, sim. 
E não me venham com comentários fúteis chamando os ingleses de imbecis. Eu queria ser imbecil num País desenvolvido, com cultura e tradição abundante, com uma moeda forte valendo R$ 4,50, educação acima da média, respeito às diferenças, cidadania, segurança e tudo aquilo que a gente, acompanhadores da gravidez de Débora, não temos a menor ideia. 

domingo, 26 de abril de 2015

O Peru e eu

Os mais antigos...Melhor, as pessoas conservadas em barris de carvalho, lembrarão da novela "Vovô e eu". SBT, meus caros. Houve um tempo muito distante, no qual estavam os dinossauros e eu, e não tínhamos TV à cabo. Sim, tempos difíceis. Sem falar que usávamos orelhão, ficha, e todas essas coisas que você verá num museu mais perto de você. Mas não era esse o tema. Só que veio este turbilhão de besteiras logo depois que escrevi este título infame.

O Peru. Nunca, em tempo algum, pensei sobre o País Peru. Não estava no meu roteiro, simplesmente o dólar fez com que eu pensasse nele. Não dá para atravessar o oceano, e nem subir para o norte com o dólar custando o que nunca custou na história deste País. Então, aceitei a América do Sul no meu coração. E olhando o mapa, veio o Peru. Férias! Depois de quase 2 anos, férias agendadas.
E começa aquela contagem regressiva que quem me conhece um pouco sabe que ocorre. No melhor estilo presidiário! Tenho um calendário que vou riscando todo dia.

E, desta vez, eu vou só. No melhor estilo Maracangalha. Anália não quis ir, e eu vou só. Valeu, Dorival Caymmi pela música. Estou cantando neste exato momento.

A viagem começa na organização. O que eu quero conhecer no Peru? Como se anda no Peru? E uns risinhos internos dominam minha mente podre. Bora encarar este Peru! Nome infame para um País, convenhamos.

Peru com alguma agência de viagem? Peru por mim mesma? Peru Maravilhoso? (Juro. Tem um pacote com este nome).
Ainda não decidi como vou encarar o Peru. Mas que vou, eu vou. Eu, minha mochila, minhas curiosidades e aquele medinho básico de estar por minha conta.

Férias! Posso sentir seu cheiro.

Rita, Camilo, Vilela? Não, Viviane mesmo.

Ontem fui à uma festa de tradição cigana. Muita cor, muitas jóias, mulheres pintadas, homens também. Toda uma cultura cigana para explorar, e eu só queria que alguém lesse minha mão.

Ando num anseio pelo futuro que não sei explicar. Quero saber tudo. Quero pautar minhas escolhas por oráculos, borras de café ou qualquer coisa que me diga o quê devo fazer.
Um medo de errar. Como se não houvesse mais tempo para errar. Como se eu já tivesse errado demais. 33 anos de muitos erros.

Por outro lado, no meio desses pensamentos de escolhas, erros e acertos, me questionei sobre o que é acertar?

Quando eu me apaixonei pela primeira vez na vida adulta, eu xinguei o mundo e disse que aquilo era um erro, que eu era uma idiota e toda aquela lenga lenga. Hoje, dando uma espiadinha lá atrás, acho "ducaraleo".Ouvi música cafona, escrevi belas cartas, fiz ótimas reflexões, fiz insanidades que hoje me fazem contar histórias ótimas, fui brega, fui piegas, dramática e tudo que uma boa paixão faz com a gente.
Quando acabou eu chorei, chorei dias, noites, dias e noites, e depois de uma vale de lágrimas, uma pombinha trouxe no bico uma folha de oliveira dizendo que o terreno estava seco, e eu deveria continuar. E foi o que eu fiz.

Posso considerar isso um erro? Não! Meu Deus, não!

E ontem, sentadinha numa tenda, com a mão à disposição da cigana, lembrei de Machado de Assis. difícil não sentir-se um pouco Rita. Só que a minha cartomante disse: "Este romance acabou".

A gente acredita naquilo que a gente quer acreditar. E se a cartomante não diz aquilo que a gente quer ouvir, ela é ruim.
Ela disse para eu desistir. Que a história era um erro.
Ah, foi aí que lembrei de todos os meus deliciosos erros...Erros que me fizeram bem feliz, que me deram boas histórias, erros que me fizeram ser quem sou hoje,

Então, peguei minha mão, guardei no bolso, paguei a consulta, e resolvi que vou continuar insistindo no meu erro enquanto eu achar que devo.
Pode ser que eu sofra? Ah, faz parte.
Pode ser que dê certo? Nossa, será surpreendente.
Mas não vou recolher o meu time só porque alguém disse que isso era o correto.

Lição do dia: Chega de tentar prever o futuro.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Apareça para um café qualquer dia desses...

Cara, eu vou desistir de você. Sei que já disse isso algumas vezes, e não cumpri. Mas me relendo, lendo, e me relendo, decidi hoje que vou desistir de você. Pela enésima vez, diga-se de passagem. Sempre desisto e volto atrás. Mas senti, neste exato momento, que é hora de desistir.

Todo ano que Deus deu, eu me apaixono. Todo ano tem um amor novo, uma esperança renovada, uma história, um cara, um momento apaixonante. Nasci para estar apaixonada. Vou passar a vida inteira apaixonada. Não me queixo.

Sempre me entrego. Me jogo de cabeça. Não faço nada pela metade. É para estar, eu estou. E estou de verdade - inteira. E quando estou sem escudo algum, sem proteção alguma, tomo um tombo. Sempre assim. E não vou mudar. Não mudo mesmo.

Não faço jogo, não tenho paciência para meias palavras...Sou intensa! INTENSA. Mas cansei. Pôxa, eu cansei. Não queria, pois estava gostoso. Mas não dá para ficar apaixonada sozinha. Gosto de paixões correspondidas, isso não abro mão.

A ciranda fechou. Dá uma dorzinha no coração, sabe? Achei mesmo que era você o cara que eu dividiria um pouco da minha vida. Mas não foi desta vez. Pena. Pena mesmo.

Foi bem bom. Bem bom, não. Foi ótimo! Excelente! Divertido! Emocionante! Delícia! But, pero, não consigo mais. Perdi o fôlego. Perdi o tesão. Perdi a vontade.

Não vou discutir a relação. Não vou chorar também. Não vou fazer nada. A tristezinha do que poderia ser e não foi existe, mas não tenho mais forças nem para chorar. Que coisa, não?

Este é um desabafo. Mulheres desabafam, eu não sou diferente. Era o que eu queria te dizer, mas não vou perder mais este tempo. Já falei muitas, muitas, muitas vezes, tipo um disco riscado...Quebrei o disco. Você não vai mais ouvir minhas queixas, meus pedidos de atenção. Não se pede atenção, ela vem de graça. Ela vem porque queremos dar atenção. E, se você não pode, ou não quer. O que eu posso fazer?  Pular fora, oras. Amassar a folha, jogar no lixo, e escrever novas páginas.

Valeu. Vou contar pros netos.

Obrigada. Apareça qualquer dia para um café.

Saudades do meu pai

Eu não sei onde você está. Faz tempo que não nos vemos, ou nos falamos. Faz muitos anos, muitos anos.

Hoje me peguei pensando em você. E meu deu uma dor gigante no peito. Uma saudade que nunca senti de ninguém.  Do que você poderia ter sido, do que a gente poderia ter sido. Nós éramos tão próximos, tão amigos, tão parceiros, aí veio a minha adolescência,  e nos perdemos. Eu deixei você ir embora sem dizer o quanto eu te amo. Sim, pai, eu te amo. Te amo muito. Ridículo pensar que agora vai adiantar alguma coisa, que eu vou voltar no tempo e resolver tudo isso, sei que não. Mas eu precisava tanto dizer isso. Precisava tanto de você hoje comigo.

Sabe, pai, eu fui uma idiota. Cobrei coisas de você que não me cabiam. Esperei de você um pai de propaganda de margarina. E você não era desses, nunca foi. Aliás, a nossa família é bem esquisita mesmo. Eu deveria continuar te amando pelo simples fato de você ser quem você era, e fim. Mas eu quis que você atendesse as minhas expectativas.  E eu te perdi.

Você me ensinou muitas coisas, e hoje eu sei que eram importantes. Você via a vida de forma muito leve, e eu não sabia entender. Cresci. E não me vejo muito diferente de você. Faço coisas que eu detestava em você, e faço sem o menor peso na consciência. Queria ter a oportunidade de sentar com você e conversar, conversar, entender sua visão de mundo, entender um pouco de você. Sem julgar.

Você foi o melhor pai de todos. Eu conto o que fazíamos quando eu era criança com muito orgulho.  Tenha consciência disso, você foi o melhor. Não quero outro, não troco, não vendo, não empresto. Você foi o melhor. Mesmo com as brigas, mesmo eu não concordando, mesmo eu achando que você deveria mudar alguns comportamentos, você foi humano. Nunca foi o cara perfeito. Mas quem é?

A bicicleta Monark preta enquanto eu esperava uma Cecizinha, foi um golpe de mestre. Lição: Não se pode ter tudo da forma que a gente quer, mas podemos nos divertir com o que a vida dá.

A perna de pau. Lição: Tente até cansar. Se você quer realmente uma coisa, não desista fácil. Lembro que passei um dia inteiro tentando subir naquilo. Você me desafiou, e eu não sai do quintal enquanto não consegui.

Família coração. Lição: Barbie é para os fracos. Somos originais e temos Família Coração. Na verdade não tínhamos dinheiro para Barbie, mas você vendeu a Família Coração tão bem, que nem me importei.

Você era o cara que na adversidade tinha ideias mirabolantes. O cara que acreditava nos planos doidos, e tocava em frente. Sem medo de perder, sem medo de errar, sem medo da vida. Perdeu muito, tomou tombos gigantes, mas não posso de jeito algum dizer que você não viveu intensamente.

Um brinde à vida. Um brinde à saudade. Me desculpe por ser lenta e só ter entendido agora quem você foi. Saudades, te amo. Sua filha primogênita, Viviane.

As diversas mulheres

Ser mulher não é, e nem nunca foi, tarefa fácil.  

E a cada dia que passa, quanto mais eu conheço minhas parceiras de gênero, mais difícil acho.
Não passo, não lavo e não cozinho por obrigação. Faço por necessidade, e quando tenho vontade (raramente, diga-se de passagem).

Não sou, e nem nunca fui, uma mulher prendada. Não sei pregar botões de camisas, não sei fazer nenhum arranjo de flores, não toco piano, não faço massagem, não sei qual é o melhor amaciante, e se não houvesse máquina de lavar, nem sei o que seria de mim. Ah, também não faço tricô, e não bordo panos de prato. Se deixar uma criança sozinha comigo, vai nos encontrar uma hora depois sujas e descabeladas. E ela vai apontar o dedo pra mim, e eu vou apontar o dedo para ela, como culpada de toda a arte.

Visto este resumo, me peguei pensando. Que tipo de mulher eu sou? Que mulher é essa que não lava, não passa, não cozinha, e não cuida de crianças (porque não as teve).
Trabalho 13 horas por dia. Depois do trabalho, quando me sobram energias, vou para a academia, ou chego em casa e leio algo, assisto um filme, ou durmo mesmo. A louça pode esperar, a roupa também. A cama não precisa ser arrumada todo santo dia.

Gosto de cinema, livros, caminhadas, teatro, música, roda de amigos, discussões filosóficas que não levam a nada. Gosto de contar dramas, ouvir dramas, apoiar, aconselhar, me sentir útil, rir e fazer rir. Simples assim. E adoro que seja assim.

Se eu tivesse que trabalhar 13 horas do meu dia, e ainda fazer tarefas domésticas diárias, cuidar de filhos e etc, não sei o que seria de mim. E além disso, estar linda e cheirosa para o marido. Que horas vocês fazem isso? Meu Deus! Minha profunda admiração às mulheres que equilibram os pratos, cospem fogo, dançam, cantam, representam, e ainda conseguem tempo para serem doces, e sempre mulheres.


Eu não sei que tipo de mulher eu sou, mas sei as que eu respeito e admiro. Parabéns às mães, trabalhadoras, esposas e donas de casa. Tudo isso junto e misturado.

Domingo

Levanta que hoje é domingo. Me dói só de pensar que quando eu era criança, eu gostava do domingo. Gostava muito. Hoje, quando abri os olhos, e lembrei  que era domingo, tentei lembrar porque eu gostava deste dia.

Eu abria os olhos, não pensava duas vezes, e saia correndo. Tinha uma disponibilidade atroz para fazer isso. Sem pestanejar, pulava na cama dos meus pais que ainda estavam sonolentos. Nunca recebi nenhum tipo de repreensão por este comportamento. Muito pelo contrário, era bem recebida na cama deles. E começava a cantoria:
"Hoje é domingo, pede cachimbo (eu sempre cantei pé de cachimbo - descobri recentemente a versão correta), o cachimbo é de ouro, bate na gente, a gente é fraco, cai no buraco, o buraco é fundo, acabou-se o mundo!!!!!"

Levantávamos e eu ia com meu pai até a padaria. Tinha as comidas de domingo.  Neste dia era possível escolher um sonho para comer mais tarde, e antes do almoço!!! Doce antes do almoço. O pão era fresquinho, e eu adorava mortadela com café e pão fresquinho. E domingo era este dia. Tinha mesa do café. E ficávamos lá um tempão.  Depois eu e meu pai íamos brincar, minha mãe cuidava das coisas, e já iniciava os preparativos para o almoço. Sempre massa. Não sei se gosto de massa tanto quanto eu acho que gosto, ou se pela memória afetiva dela.

Vinha tios, tias, primos, primas da minha idade, eu tinha um quintal grande e uma bicicleta. O que mais eu poderia querer da vida?

Meus pais eram jovens, faziam planos de mudar de casa, compartilhavam com meus tios, falavam do meu futuro quarto. Enfim, ali era a perfeição. Não tinha dúvidas de que era feliz. Aliás, criança não questiona felicidade. É feliz e ponto.

Hoje eu acordei com preguiça. Não é habitual. Acordo cedo, disposta a fazer mil coisas do dia. Eu me programo para ter muitas coisas no dia. Hoje foi diferente.
Preparei meu café lentamente. Olhei ao redor e estava sozinha. Sem bicicleta, sem tios, tias, primos, primas, sem o cheirinho de pão fresco (compro pão de forma, mais prático), sem aquela leveza que eu costumava ter. E, realmente, me senti sozinha. Me senti absurdamente sozinha numa manhã de domingo. E não adiantaria sair, não adiantaria ligar para alguém, eu estava sozinha. E eu, que ja tive medo do escuro, que tinha medo de ficar sozinha, estava sozinha.

Os dias da semana continuam iguais. A gente que muda a forma de vê-los.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Guardando a fantasia

E neste momento vem aquela dificuldade em guardar a fantasia e aceitar que o ano começou - oficialmente. Tenho a sensação que desde a Copa do Mundo, estamos esperando algo acontecer. Porque criamos datas lendárias para algo que nem sabemos o que é. Depois da Copa, depois das eleições, depois das festas de final de ano, depois do carnaval...E agora, José? Aliás, amo esta poesia do Drummond. Desde a adolescência me sinto José. E depois do carnaval, todo brasileiro é meio José.

Este começo é matador.

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

E agora eu me pergunto. E agora, Vivi?

O carnaval acabou
Você não beijou
Nem sapo encontrou
Porque apaixonada está
E não consegue largar
E passa a vida a pensar
Em alguém que está
a sempre te confundir
E agora, Vivi?





sábado, 21 de fevereiro de 2015

O jeitinho vira regra

Ser otimista, não é ser folgado ou preguiçoso. Porque esta é a desculpa dos falsos otimistas. "No final vai dar tudo certo". Só que se não meter a mão da massa, nem sempre o fator sorte irá ajudar. E contar com a sorte, não é otimismo, é preguiça mesmo.

E às vezes tenho esta estranha sensação com o otimismos brasileiro.  Já não sei se ser um povo otimista é uma coisa bacana. E não vou começar a falar mal de brasileiro, como se eu não fosse uma, e colocar a culpa em mil e um acontecimentos históricos que nos levaram a nossa História atual. Mas o "jeitinho" me irrita. Me irrita pra caralho! Se tivesse que elencar as coisas que me irritam, esta estaria no topo da lista.

O cidadão tem um trabalho, correto? Neste trabalho, ele precisa carimbar papéis. Ele conhece a função dele, você sabe que isso é responsabilidade dele. Ele deve carimbar os papéis na ordem de chegada. Bem, temos as regras estabelecidas.

O carimbador está lá feliz, fazendo seu papel. Chega um amigo do carimbador, o cara que toma cerveja com ele. E sem a menor cerimônia, o carimbador passa o papel dele na frente dos demais que estão esperando, porque conhecem e respeitam o regra.

O amigo cervejeiro também conhece a regra, mas por saber que o carimbador "sempre quebra esse galho", trabalha a exceção como regra. E você, pobre mortal, que nunca tomou nem uma água com o carimbador, que se ferre. E o cervejeiro conta vantagem disso. Como se fosse um herói. E o pior, as pessoas que estavam na fila do carimbo, aguardando a ordem correta, o vêem como ídolo. "Pô, o cara é foda. Networking é tudo".

Aqui, na terra do jeitinho, até a palavra - networking- ganhou novo significado.

domingo, 25 de janeiro de 2015

O mundo dos casados

Já li muita matéria em revista feminina e masculina falando sobre "relacionamento" com homens casados. Há teses sobre o tema. E vem sempre com a história de um casamento falido. Bobagens.
Conheço o tema. Posso dizer que sou phd. E não me orgulho disso. Mas conheço bem.

Uma frase que dói, dói muito, mas é verdadeira: Se ele realmente gostar de você, largará tudo para ficar contigo. Não tem meio termo. Titio Nelson já dizia "Pouco amor não é amor".
Ah, ele precisa de um tempo para se decidir. Concordo. Mas quanto tempo? Em algum momento ele disse quanto tempo? Prometeu que largaria tudo? Se não disse, não vai. Nem ache que em algum momento, aquele momento mágico, ele vai olhar para você e dizer "Vou ficar com você". Isso pode levar anos. E enquanto isso? O que você fará?

Lá do outro lado, numa vida que você sequer imagina, existe um casal.
E não me venha com a história de casamento falido. Casamento falido acaba. Seja por você, ou por qualquer outro motivo.

Existe um prazo que você deva esperar? De verdade, verdadeira, de coração, na maior sinceridade do mundo? Nenhum. Vai doer pra porra! Mas não se deve esperar. O tempo é muito precioso para perdê-lo desta forma.
E, digo mais, não busque desculpas. Desculpas tem de monte, já usei todas. "Fico com ele até achar alguém", "Não vou me envolver", "É só diversão", "Ele vai ficar comigo, é uma questão de tempo". Bem, eu sei que lá fora é uma selva, e que realmente está difícil encontrar um homem bom SOLTEIRO, mas é justo com você? Sei também que o "Antes só do que mal acompanhada" não é um mantra muito bacana. Mas é valioso.

Pense que num domingo de manhã enquanto você toma seu café sozinha, e escreve banalidades, lê besteiras na internet, em algum lugar existe este casal que você nega fazendo coisas juntos. Não, a vida dele não é um inferno. Não acredite NUNCA nisso. Ninguém, por mais Santo que seja, vive num inferno. Ele não é coitadinho. Você também não é.

Ninguém disse que seria fácil. Aliás, já não é fácil com solteiros, imagina com casados?

Enfim, mantenha distância das alianças, respire profundamente, e siga em frente. Vai doer no começo.Mas pense em você. Clichê master, mas realidade pura.