domingo, 11 de dezembro de 2011

Não ser

Quando eu nasci minha mãe olhou pra mim e disse: "É a menina mais linda do universo". Ok, era normal, mas ela achava linda.

Quando comecei a andar ela deve ter pensado "Meu Deus, foi tão rápido, e ela faz isso tão bem, vai ser uma atleta!".

Quando cheguei à adolescência e ela me viu usando roupas estranhas, ouvindo música bem alto e começando a fumar, deve ter mudado de idéia quanto ao atletismo.
Pelo som alto que ouvia o dia todo, deve ter pensado que eu seguiria a carreira musical.

Quando tive meu primeiro amor, escrevi "lindos poemas" na minha agenda, que ela leu escondido. Deve ter pensado "Nada de musicista. Ela vai ser escritora!".
Quando tirei minha primeira nota baixa em português porque mais cabulava do que ia às aulas, deve ter desistido desta ideia.

E como lidar com tudo isso?

Fiz magistério, e por alguns instantes ela deve ter pensado que eu seria a nova Emília Ferrero (procure no google, por favor)!

Aí um dia me enchi disso tudo e fiz Rádio e Televisão. Eis um futuro gênio da televisão brasileira. Não, isso não aconteceu. Mais tomava vinho no bar que estudava.

Arrumei um emprego safado, e por alguns instantes os sonhos da minha mãe devem ter descido esgoto abaixo. Fiquei neste trabalho safado por anos a fio, me achando imprestável, era o auge dos 20 e poucos anos.

Quando achei que não supreenderia mais, fiz um curso de comissária. Meu destino era servir as pessoas que compraram passagens baratas pela internet.
Uma sábia psicóloga me reprovou no teste. Mais uma vez não sabia mais o que fazer.

Astronauta seria uma boa, mas nunca fui boa de física. Atriz? Hum, acho que sou pastelona demais para isso.Cantora de rock? Não consigo decorar uma letra de música. Sim, fiz curso de canto.

E que tal não ser nada?

...
...
...

Não ser nada e ainda achar que a vida pode ser divertida sem encontrar a cura do câncer, ou a do HIV. Sem nenhum Nobel, Oscar, ou qualquer outro prêmio. Ser o que era pra ser, e ser feliz com a escolha.
Me premiar a cada dia por aceitar as coisas como elas deveriam ser. Afinal, o que seria do Bono Vox sem mim para achar U2 a melhor banda de todos os tempos e fazer propaganda de graça?

O que seria da minha mãe se eu não fosse todo santo dia encher o saco dela com os meus "e se..."?

A gente sempre acha que está pré-destinado (deste jeito mesmo), a fazer algo grande e especial. E os que te amam adorariam que assim fosse. Mas pra quê papel principal do mundo se você pode ser um coadjuvante feliz? Tem muitas estrelas que não conseguem.
Lacan era um atormentado bígamo. Freud tinha problemas de ereção. Clarice Lispector era uma atormentada. Nelson Rodrigues um tarado que sabia escrever (bem!). Clinton, ah... essa história você conhece. No final de tudo ninguém é tão especial assim. Depende dos olhos que os vêem.

E se você me olhar de perto...Ah, eu não sou normal!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ale, o Rocha

Depois de ler muita coisa sobre o Ale, fiquei pensando se eu deveria escrever alguma coisa. E ter um blog e não falar do Ale, seria muita heresia. Ainda mais depois de ter lido um comentário em algum blog dizendo "Conheci os textos do Ale pela Vivi".

Conheci o Ale em 2005 através de um amigo comum. Este amigo falava muito bem dos textos dele, e viciei. O Ale teve um milhão e meio de blogs antes do Poltrona, e eu acompanhei todos diariamente. Era uma das minhas primeiras leituras.

Passei boa parte daquele ano falando com ele todo santo dia, e não era conversa pouca. Era conversa pra mais de horas, atravessava a madrugada e acabava com os primeiros raios de sol. O Ale durante muito tempo foi meu "mentor amoroso", dava conselhos, pitacos mesmo, acho que a minha vida foi a primeira novela que ele criticou. E nem sempre era bacana ouvir as verdades. O Ale era um cara cheio de verdades absolutas que me faziam pensar por horas.

Depois de meses falando pela internet, decidi que era hora de conhecer o Ale. Encontri o Ale na maternidade um dia depois do nascimento do João. Era difícil acreditar que aquele cara gente boa, de sorriso aberto, extremamente feliz por ser pai, tinha recebido o "aviso prévio". E toda vez que eu me via triste com alguma coisa, pensava no Ale. Um cara simples, de modos simples, que gostava de participar da minha vida, e sempre tinha algo a dizer, e por mais que a vida dissesse "NÃO", ele fazia questão de desafiá-la.

Fiquei feliz em saber que receberia mais uma chance de prorrogar o tal aviso prévio, feliz mesmo. E se a vida é mercecimento, ele tinha bônus na escala do merecimento, e merecia muito viver. Merecia porque queria, e sabia viver, mesmo em momentos não tão favoráveis. Tinha sede de vida. Estabelecia metas, e as cumpria com maestria.

Toda vez que o via na televisão, aproveitava para dar uma lição de moral em alguém que reclamava da vida - até mesmo eu. E agora que ele foi embora, deixou muita gente refletindo sobre o que realmente vale a pena nesta vida.

Vou continuar usando o Ale como exemplo de vida. Pra mim ele sempre foi, e sempre será um bravo.

Muitas pessoas passam pelo mundo de forma despercebida. O Ale fez questão de deixar sua marca e lição de vida para os que tiveram o prazer de conhecê-lo.

Talvez se ele lesse este texto, acharia uma bosta. Desculpe, Ale, é muito foda escrever como você.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Casa

Esta casa não é minha. Não sei porque diabos esta frase veio à minha cabeça e resolvi entrar aqui e escrever algo. Estava vendo fotos de pessoas que eu gostei muito, com suas novas namoradas e seus bebês. Sim, porque as pessoas já estão na fase dos bebês! E pensei "Esta casa não é minha". Achei um pensamento estranho. Na verdade ainda acho, nem sei se ele faz algum sentido pra alguém, se nem pra mim ficou claro.

Talvez fosse meu subconsciente dizendo "Hey, algo acontece com você!", ou simplesmente ele não quis dizer nada e eu achei que ele deveria ter dito.

Passei foto a foto, frame a frame, sorriso a sorriso e a tal frase não saia da minha cabeça.
No final de toda a minha pesquisa de "Como estão os caras?", a frase ficou mais latente - ESTA CASA NÃO É MINHA.

Aí eu comecei a entender. Eu tinha uma casa mental. Ela era moderna, bem decorada, me fazia feliz, mas os impostos eram caros, o olho da cara (ou de qualquer outro lugar menos limpo), pagava-se muito caro por um apartamento sublocado. Durante 7 anos eu achei que habitaria naquele imóvel mesmo assim. Seria lá que eu veria a Maria Eduarda crescer, eu a ensinaria matemática, brincaria com ela o dia todo, e ela me acharia a melhor mãe do mundo. Mas olhando as fotos que estavam espalhadas pela casa, não identifiquei nenhuma da Maria Eduarda. Não tinha também o sofá vermelho que eu tanto queria, não tinha nada daquilo que eu sempre quis, foi aí que a tal frase invadiu a minha cabeça "ESTA CASA NÃO É MINHA!".

Não é, nem nunca foi, mas eu sempre quis acreditar que poderia ser, e isso me animava. Me fazia mais humana, e um pouco mais feliz. E ao olhar o recorte de perto e identificar que aquilo nunca se concretizaria, me deu um arrepio na espinha. Como fazer as malas e abandonar aquela casa? E como é que se começa um sonho? Ou melhor, se recomeça? E a gente sempre acha que é muito tarde para começar. É muito mais fácil insistir na crença de que aquela casa poderia ser um dia minha, mas nunca foi, e nunca será.

Naquela casa habitam fantasmas, e dividir casa com fantasma não é uma coisa muito bacana, não?

Enfim, demoli mentalmente um casa que nunca foi minha. Lá moravam várias pessoas que eu achei que poderiam cantar canções de ninar para a Maria Eduarda, mas aquela, AQUELA casa, nunca foi minha.

domingo, 23 de outubro de 2011

Setenta e poucos anos

* Texto do finado "Tudo a Declarar"



As marcas em meu rosto chegaram. O mapa de uma bacia hidrográfica sem água, seca como o sertão. Os cabelos que outrora já foram volumosos, hoje são alguns poucos fios brancos que insistem em permanecerem em minha cabeça. Os dentes que me davam orgulho ao sorrir, hoje me envergonham. Tenho a boca de uma criança de dois anos, poucos dentes me restaram.

A semelhança com a criança não é apenas na boca. Está chegando o momento em que me colocarão fraldas. Já me levam ao parque para que eu possa “brincar” com os amiguinhos de minha idade. Agradeço à Deus por não me abandonarem em algum depósito de idosos, e me esquecerem.

Hoje acordei melancólico. Coloquei na vitrola Nelson Gonçalves. Fechei os olhos e voltei à juventude, a saudosa juventude. Tempos bons.

Era um tempo em que eu conseguia andar com as minhas próprias pernas. Tempo em que eu corria, ao invés de andar. Tempo em que eu ansiava para que o dia de amanhã chegasse o mais breve possível. Sempre ansiava pelo amanhã. Agora, aos 78 anos, anseio pelo hoje mesmo. O amanhã é incerto. Nunca conto com ele.

Gostaria que o tempo pudesse voltar. Acho que muitos têm esta vontade. Mas a minha volta ao tempo não seria para mudar nada. Gostaria de voltar para poder reviver os momentos bons.

O dia em que passei no vestibular da São Francisco, o casamento com Amélia, o nascimento de Antônia...

Lembro do dia em que Antônia aprendeu a andar de bicicleta. Depois de algumas voltas no Ibirapuera, ela olhou pra mim, e me agradeceu por ter dado aquele presente. Disse que eu era o melhor pai do mundo.

Talvez eu fosse mesmo, ao menos para ela. E ser a melhor pessoa do mundo para alguém de 5 anos, é algo mágico. Te dá poderes de super-herói. Acho que naquele dia eu poderia por uma capa vermelha, e voar.

Brigite, minha amiga de cartas, morreu no mês passado. Duas semanas depois, Antenor, seu esposo, morreu também. Já não tenho mais mãe e pai, justamente agora, a hora em que eu mais preciso ser cuidado. Todos que eu gosto estão morrendo. O que me mostra que em breve será a minha vez.

Pela janela observo as crianças brincando no playground. Decido descer para vê-las de perto. Sento no banco e as observo por alguns instantes. A bola veio em minha direção. Tive vontade de chutá-la, de correr com as crianças, mas meu corpo não agüentaria tal estripulia. Devolvi a bola com a mão mesmo.

- O senhor gostava de brincar de bola quando era criança?

- Sim, bastante.

- E não brinca mais?

- A idade não me permite.

Ele sorriu e saiu saltitando ao encontro dos amigos que o esperava. Pareceu entender que aquele era o momento dele, era o momento de aproveitar a sua infância.

Os adultos já não me entendem mais. Cada dia que passa tenho a nítida sensação de que a sabedoria habita naqueles corpinhos pequenos e desajeitados. A vida adulta é um sono de profunda ignorância. A velhice, o momento em que descobrimos que a vida só valeu a pena porque saltitamos para brincar com os nossos amigos.

Destino - Karma - ou seja lá o que for

Eu sou uma boa pessoa. Apesar de nem eu mesma acreditar nesta frase, eu sou.

Ajudo os médicos sem fronteira todo mês, não desperdiço água, faço colota seletiva de lixo, pago minhas contas em dia - quando dá, amo o próximo, principalmente se ele for a cara do Matthew Mcconaughey. Sou uma boa amiga. Sou generosa. Dou bons presentes...

Então a pergunta que não quer calar é: "Cadê-a-porra-do-karma?" Ele existe? Hey, Seu Dalai? Tem como ajudar aqui?

Falando sério, não sou invejosa. Quero que todo mundo seja feliz (ok, todo mundo menos uma lista de doze pessoas que merecem mil facas no ânus e sangrar até morrer). Só que agora eu vou dizer uma coisa que vai soar como um argumento de uma criança de cinco anos se jogando no chão no supermercado. Igual aquele moleque que quer chicória (nunca tinha escrito esta palavra na vida):
E eu?
Sério. E eu? Há tempos que eu fico feliz pelos outros. Quando é que eu vou poder ficar feliz por mim?

Posso não me emocionar vendo Criança Esperança, e até tirar sarro do Teleton com piadas de humor negro. Posso não dar esmola aos meninos que fazem malabares. Posso, inclusive, querer colocar a perna para que eles caiam, ou ainda querer que eles sofram queimaduras de primeiro grau, jamais de segundo! Posso, acidentalmente, chutar crianças no shopping ou até beliscá-las na fila do Mc Donald´s. Posso sentir um prazer sádico ao ver as pessoas em filas quilométricas como a do Poupatempo em um calor senegalês de São Paulo. Posso ser horrível às vezes, especialmente às segundas-feiras, antes de tomar café. Mas eu sou uma boa pessoa.

E de verdade, estou ficando de saco cheio de não ser recompensada pela excelente pessoa que sou.

Eu leio!

É, meu bem, não vou te enganar não. Sei do teu passado todo. E ele te condena.

Li os comentários constrangedores sobre uma seita secreta que você gostaria de fazer parte, mas não pode.

Joguei seu CPF na Receita Federal, e pedi para meus amigos policiais levantarem sua ficha e sei do seu Atentado ao pudor na praia de Salvador no carnaval. Sim, vi você vestido de abadá com cara de bêbado.
Sei que tentou passar em medicina. Sei que nunca passou e decidiu fazer Comunicação Social.

Vi suas fotos no fotoblog de uma menina que chama as amigas de "miguxas", e lamentavelmente acredito que ela seja sua namorada. E se não for, foi um dia. E se for, você é corno, porque vi a foto dela no Facebook com um cara, que devo dizer, é melhor que você.

Sou viciada em pesquisar a vida alheia. E pode ser a vida de alguém que eu nunca vi. Clico num link, que cai em outro, e noutro, noutro, e quando vejo, já sou amiga de infância de um completo estranho.

Não fuço ninguém por maldade. Fuço simplesmente porque posso. Porque tenho os dedos mais rápidos do Oeste.

Porque não adianta fugir. Quem tá vivo, ou até mesmo morto, está no Google. É só jogar o nome!

Então fica aí o recado para os que gostam de inventar pseudônimos para dizer coisa feia na internet, ou ainda comentar em tudo que é espaço, seguir, adicionar, clicar e todo este cybervício. Saiba que assim como você, exitem doentes não anônimos, que fazem isso. Veja eu, por exemplo. Quem diria, heim?

Psicótica, sim eu sou!

Psicose é um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranóide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa.
Surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interacção social e em cumprir normalmente as actividades de vida diária.

E é na questão de "dificuldade de interacção" que gostaria de me ater neste momento. Não consigo mais. Em alguns momentos posso até me tornar agressiva. Principalmente nas "baladas". Primeiro, não tenho mais idade, e muito menos saco, pra baladas. Acho um pé no saco. Mas graças à frase: "Ele não vai bater na sua porta", ainda me sujeito a isso. Mesmo que ele não bata à porta, aliás, quero muito que o tal ele se foda muito, não saio mais. Não gosto, e não vou mais me forçar a isso. Agora não sei se isso é fruto da minha psicose, ou se eu realmente cheguei a um estado hermitão avançado que não me permite mais o convívio social.

Tudo que envolve o "sair no final de semana" me irrita profundamente.
- Escolher uma roupa que me deixe mais magra, normalmente um pretinho básico.
- Mais de uma hora tentando fazer meu cabelo ficar bom.
- Quilos de maquiagem pra esconder imperfeições.
- Trânsito maldito e flanelinhas saqueadores.
- Fila pra entrar, fila pra beber, fila pra sair, fila pra pegar o carro no estacionamento, caso consiga achar um vazio.
- As mulheres parecem estar na vitrina (prefiro escrever vitrine), e os caras passam e escolhem a roupa que mais chamará a atenção dos outros caras. Desfilam com ela a noite toda, e devolve para as amigas.
- Dormir maqueada e acordar feito um panda.
- Acordar de ressaca como se mil elefantes tivessem passado por cima da minha cabeça, e como se fosse um milagre, eu sobrevivi.

Chega, não quero mais. Estou jogando a tolha. Sim, meus amigos, depois de muitos anos na calçada, estou tirando meus saltos altos, comprando pantufas, um bom pijama, acompanhado de um ótimo vinho, boa música audível - coisa rara na noite hoje - e aceitando que não quero mais!

Sim, a fase adulta chegou. Não sei se comemoro, mas pelo menos aceito.
Dignidade, é isso que quero pra mim. Se sou psicótica? Acho que sim! Se convivo bem com a minha psicose, totalmente. Demorei para aceitá-la, mas depois de ontem a noite, ela sempre é bem-vinda.

Olá, pantufas! Olá, Sinatra! Olá, baile da saudade! Aqui vou eu!

domingo, 2 de outubro de 2011

Axl Rose

Hoje tem Axl Rose no Rock in Rio. Não posso dizer que será o Gun´s n Roses como todos querem acreditar. A banda não era só o Axl. Hoje sobrou somente Axl e Dizzy. Sendo assim, entendo que será um show do Axl. E mesmo só com o Axl, pode ser bom.

Tirei a manhã para ouvir Guns. E para os dias de hoje, ainda é bom. Qual banda faz o que Guns fazia? Nenhuma. Não existe mais banda de rock. Existe banda que vende discos. O rock está falecendo. Existe o rock progressivo, rock alternativo, rock melódico, rock gótico, rock com azeitonas, e etc, mas somente rock, este está difícil. Quando os titios e vovôs do rock se aposentarem de vez, o que vai sobrar? Talvez NXZero. E a gente merece isso? Não, não merecemos.

E por mais que o Axl seja insuportável, ele me faz lembrar um tempo em que existia somente o rock.

A gravação de "Sympathy for the Devil", bem como a tensão entre Axl e Slash, levou Slash a deixar a banda oficialmente em Outubro de 1996. Matt Sorum, foi demitido em abril de 1997 e, em seguida, o baixista Duff McKagan, se demitiu da banda em agosto de 1997. RIP Guns n Rose pra mim.

Axl lançou moda, criou polêmica, brigou com todo mundo, agora namora a Ellen Jabour, mas deixou um legado de músicas muito boas.

Não vou esquecer do álbum "The Spaghetti Incident?" que me fez ir ao Carrefour a noite comprá-lo assim que foi lançada. Disco que ouvi até riscar. Sim, os discos riscam. E dá uma vontade enorme de chorar.

Axl é performático, briguento, arrogante, e às vezes insuportável, mas mesmo assim vou esperar ele subir ao palco do Rock in Rio. E não me surpreenderá se fizer uma apresentação memorável. Porque apesar de não ser mais o sex symbol da minha adolescência, o cara tem uma coisa que está faltando nos dias de hoje, talento.

sábado, 1 de outubro de 2011

A vitimização baiana

Cláudia Leitte mandou mal no Rock in Rio. E o fato dela ser baiana e tocar axé, não tem nada a ver com isso. É tão difícil assim aceitar críticas com dignidade sem se fazer de vítima? "Porra, mandei mal". E daí?

O problema de Cláudia Leitte é não aceitar críticas nunca. E por não aceitar, numa tentativa bizarra de tentar agradar, resolveu foder com Rolling Stones. O maior erro do ser humano é querer agradar todo mundo o tempo todo. Isso não existe.

Não gosto de axé. E por isso eu não gosto de baianos? Quem disse que só tem axé na Bahia? Vi muita banda boa de rock na Bahia. A questão não tem nada a ver com preconceito, como Cláudia Leitte quer fazer parecer.

Vaiar uma pessoa é a MAIOR falta de educação do mundo. Não gostar é um direito de todos, desrespeitar não. E Cláudia Leitte, me desculpe, mas as suas colocações foram de uma falta de respeito sem limites. Não se responde uma crítica falando mal dos outros. Aceite a crítica, aprenda com ela, e siga em frente.

Ontem Ivete deu as caras no Rock in Rio. Não fez acrobacias, não tentou agradar um público que não é o dela. Fez o que sempre faz. E a honestidade do trabalho gerou respeito. Não achei um show fantástico, até mesmo porque, como já disse, não gosto de axé. Mas foi um show respeitoso. Respeitar nossos limites, convicções, e acreditar naquilo que fazemos, fazem a diferença.

Vamos descer do ringue, divas do axé. O lugar de vocês é no trio elétrico animando quem gosta do som de vocês. Não vejo o Metálica cantando no trio elétrico. Mas se acontecer, eles vão tocar rock, e seja lá o que Padim Ciço quiser.

O pessoal da dança do caranguejo não vai bater cabeça. O pessoal que bate cabeça não vai fazer a dança do vampiro. E cada um no seu quadrado respeitando as diferenças.

domingo, 11 de setembro de 2011

Você tem fome de quê?

Acordei com esta música na cabeça.

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...


Sabe de uma coisa? Acho que a gente não quer é nada. Nunca vi uma geração tão perdida. Meus pais queriam uma casa, um casamento, filhos e uma boa situação financeira. E o que eu quero?

Acho que todo mundo já se fez, pelo menos uma vez na vida, a pergunta "O que eu realmente quero da vida?"
Será que eu quero mesmo casar? Será que não seria melhor comprar a tal da bicicleta?

Será que eu quero mesmo uma carreira promissora? Quero dinheiro? Fama? Homens lindos? Ok, inteligentes? Sexys? Seja lá o que for. O que realmente queremos?

Na padaria eu peço um simples pão na chapa.

- Com manteiga ou requeijão?
- Manteiga
- No pão de forma, francês ou bisnaga?
- Francês. E um café com leite.
- Expresso ou coador?
- Coador
- Sem açucar?
- Sem açucar

Somente nesta conversa tive muitas decisões a tomar. Alguém explica para a moça da padaria que ela não está facilitando a minha vida?

No dia seguinte, já sabendo do interrogatório, já fiz o pedido completo:

- Um pão na chapa, sem requijão, no pão francês um café com leite de coador, sem açucar.

Se nem meu café da manhã consegue ser simples, quem dirá a vida.

- Casamento?
- Sim
- Com ou sem filhos?
- Com filhos
- Somente um?
- Sim
- E o marido? Loiro, moreno, ruivo, negro?
- Sei-lá.


Não sei se quero ser astronauta ainda. Pensei nisso muitas vezes na infância. Depois pensei em ser caixa de supermercado, seria mais simples. Mas com certeza teria que perguntar:

- Crédito ou débito? Nota fiscal Paulista?

É, acho que não seria tão simples.

domingo, 7 de agosto de 2011

O falo perdido

Você já perdeu alguma coisa que tivesse vergonha de perguntar onde foi parar?
Como questionar: "Onde foi parar o vibrador que eu deixei aqui?"
Ou ainda: "Você viu meu brinquedinho?"
Ou se toma coragem, e pergunta logo de cara sem usar frases de duplo sentido, por favor. Nada de - "onde eu enfiei meu vibrador!"- ou aceita o prejuízo. E não é um prejuízo qualquer, um companheiro deste que: canta, dança, representa, acente a luz, faz massagem, e diz que você é especial, custa bem caro.

Então o negócio é assumir a perverção e perguntar como se estivesse procurando uma pinça, com muita naturalidade.

- Hey, você viu meu vibrador rosa?
- Você tem um?
- Tenho. Você viu?

Silêncio.

- Nem sabia que você tinha um.
- Ou seja, não viu, né?
- Não.
- Me ajuda a procurar?
- Quando foi a última vez que o viu?
- Antes de viajar.
- Tem certeza que não levou?
- Claro. Eu lembraria.

Começamos a procurar. Chega a mãe da família. A casa de cabeça para baixo.

- O que vocês estão procurando?

Silêncio.

Ela insiste.

- O que estão procurando.

Este é o momento da sinceridade que leva à descrença:

- Meu vibrador.
- Ah, então, eu vim convidar vocês para almoçarem com a gente.

Mudança de assunto, e nada de achar o vibrador.

No final do dia, dentro de uma caixa de sapatos, desolado, John foi encontrado.

Lições aprendidas:

A sinceridade sempre vale a pena.
Ter um vibrador pode ser socialmente aceito por todos.Sendo assim, não precisa escondê-lo em lugares inusitados.
As pessoas podem ser solidárias com a perda de um vibrador.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um segundo

Em um segundo posso mudar de ideia.
Em apenas um segundo, posso querer morar no Nepal.
Um segundo depois, pensar que talvez que Istambul seria a melhor opção.
Achar que eu estou apaixonada, e depois de um segundo, rir deste pensamento como se fosse a coisa mais absurda do mundo.
Rir de mim, e chorar por mim.
Acariciar meu próprio rosto e dizer que tudo vai ficar bem, mesmo achando que não. E neste interim, descobrir que dramatizei demais uma situação.
Estar cantarolando pelas ruas sem saber o real motivo, e me sentir idiota por não me entender. Como não entender alguém que está com você desde sempre? Incrível como pode mudar.

Acreditar que a vida vale a pena, mesmo em almas pequenas.
Achar que as pessoas são mais que a aparência, e depois elogiar a beleza física de alguém vazio.
Sentir-se amada, e logo em seguida, usada.
Achar que um segundo é muito tempo, ou pouco tempo. O tempo é relativo.
Achar que estou velha demais para algumas coisas, e depois soltar um delicioso "foda-se", e tocar o barco como se eu tivesse 15 anos de idade.
Achar normal não lembrar das coisas que acabei de guardar num lugar específico só para não esquecer.

Sempre achar que a felicidade está logo ali na esquina, e que eu só preciso andar mais duas quadras para alcançá-la, e ao chegar na esquina descobrir que não era bem o que eu queria.

Querer estar aqui e ali ao mesmo tempo.
Torcer para que o teletransporte não seja apenas ficção, e ter medo de desmaterializar-se.
Achar um texto ótimo na primeira lida, e depois achar que foi a pior besteira que já escrevi.

Um segundo para viver.
Um segundo para ser eu mesma.
Um segundo para achar que mesmo que não seja o que eu esperava, o rolo já está em movimento, e mesmo sem cortes e sem ensaios, a vida pode dar um grande filme. Ou até mesmo um curta. E se for um curta, que seja como eu quiser, que seja feliz e triste, que faça as pessoas chorarem e rirem juntamente comigo. Que me achem chata, e peçam para melhorar a personagem. E que mesmo que ninguém ame a personagem principal, ferrem-se todos, é o que tem pra hoje.

Um segundo pra mim.
Um segundo para saudar a vida.
Um segundo para tudo.
Passa rápido, não?
Depende do quanto você aproveita.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Carta ao "amigo"

Caro "amigo",

Goede morgen, goede middag of goede avond!


Promessas vazias, palavras jogadas fora, e um turbilhão de imaginação despediçado por um fora banal que sequer foi verbalizado.
Muitas vezes as ações doem muito mais que as palavras. Ações dependem de interpretações, e interpretações machucam. O ser humano tem a tendência a ver as coisas piores do que elas realmente são. E se não há palavras, há pensamentos. Pensamentos perigosos que podem acabar com uma auto-estima danificada. Palavras, faltam palavras. Os gestos deveriam vir com legendas. Veja, se me afastei de você, é porque não lhe quero mais. Leia-se a vida, não à deixe com signos de exclamação, interrogação, ou o pior de todos, as reticências.
Vamos traduzir tudo ao pé da letra, como deve ser. Vamos ser alfabetizados na arte da fala.

Há que se preencher as lacunas, o tempo todo. Uma vida lacunar, não dá espaço para mais vida. Não se preenche espaços vazios que aguardam respostas. Só há espaço para questionamentos e a certeza de que algo ruim aconteceu. Mas o que aconteceu? Nunca saberei.

A maneira como jogo o cabelo não lhe agrada?
As minhas covinhas que eram simpáticas, passaram a serem sinal de algo bonachão? A minha fala não exprime o meu pensamento?

Muito difícil falar de sentimentos, sensações, pensamentos, numa língua que não é a sua. Mas não dizem que existe uma tal língua universal?
Não, não era amor, nem nunca achei que fosse. Também não tinha a esperança de que poderia vir a ser. E se não falávamos a língua universal, o texto ficou incompleto, mal feito, sem expressão, sem vida. Frases prontas de um filme que eu roubei de alguém, mas não era o meu filme. Não era eu.

Éramos personagens de uma novela mexicana dublada num inglês de péssima qualidade. Eu menti, você mentiu, e ninguém teve coragem de contar a verdade. Começamos mal, terminamos mal. Terminamos/ Bem, não se termina algo que sequer começou. Então posso dizer que interrompemos mal.

A auto-estima abalada pela falta de palavras. Grite, fale algo, só não me deixe pensar que sou a pior pessoa do mundo, ou a mais feia, a mais desengonçada, a mais sem sal e sem açúcar. Nada pior do que ser morno. Nada pior do que ficar sem saber em que momento a coisa desandou. Em que momento deixamos as risadas e as brincadeiras de lado e passamos a sermos pessoas mornas torcendo para que o dia acabe para que não precisêmos mais nos olharmos?

A sua gentileza me dói.

Falta-me argumentos, falta-me palavras, falta-me as tulipas, falta tudo. Falta, principalmente, as palavras.

Andar pela casa, andar e olhar, mas o olhar não diz nada. Os olhos castanhos parece um mar escuro de coisas que jamais conseguirei uma interpretação. Não saber quem você de fato é, me causa náusea.

Mais uma vez, a culpa é a Branca de Neve. Sempre ela, juntamente com a Alice do País das Maravilhas e todas as outras semi-princesas, semi-deusas, semi-seres humanos. Rascunhos de estórias que permeiam a mente feminina, e que nunca acontecerão.

Sentir-se péssima sem saber o real motivo, é pior que ouvir um monte de verdades que cortem a alma. Verdades sempre são boas, por pior que sejam. Não se vive bem com interrogações.

Não saberei as respostas. Até mesmo porque, tradução de sentimentos sempre são falhas. Mas isso martelará na minha cabeça por um bom tempo. Passa, assim como tudo sempre passou, mas o que aconteceu? Nunca saberei.

A brincadeira terminou da pior forma possível. Um sofá no meio da noite. Um pra lá, outro pra cá.

Férias




Passei um mês viajando pela Europa. Paisagens lindas, berço da muitas Histórias que aprendemos na escola. Mas uma viagem não é feita somente de belas paisagens e bons museus para conhecer. Uma viagem é feita de histórias, esta com "h" minúsculo, e pessoas que conhemos ao longo da jornada.
Com isso chego a conclusão, que por mais que muitos não concordem, o melhor do mundo são as pessoa que nele habitam. Modo de vida, cultura, religião, visão de mundo, visão de pessoas, planos, sonhos. Seja aqui ou na Inglaterra, seja lá onde for, sentimentos e sensações, fazem parte de uma linguagem universal chamada vida.
Às vezes muito boa aos olhos de quem vê, às vezes muito ruim na pele de quem a vive.
A grama do vizinho é mais verde que a nossa? Talvez não. A grama do vizinho pode ter colorações diferentes, cheiros mais fortes, espessura mais grossa, mas no fim, é somente grama.

Se me perguntarem o lugar que mais gostei, se surpreenderão à minha negação à Cidade Luz, que é a preferida entre milhões de pessoas. Diria que Amsterdan é a cidade mais bonita.Se não for a mais bonita, aos meus olhos, pareceu ser. Tem as melhores pessoas dos lugares em que passei. Parece que a vida deu um pause numa bela paisagem, e as pessoas continuaram a viver, sem que nada ali fosse mudado. Bom humor é um dos pontos fortes dos holandeses, que falam uma das línguas mais difíceis que já ouvi. Se esforçam ao máximo para te entenderem, seja em inglês, espanhol, ou até mesmo no nosso bom e velho português.

Mente e coração aberto, acho que isso descreve muito bem o holandês. Não gostam de serem conhecidos como a "terra da maconha", assim como não gostamos de sermos conhecidos somente pelo carnaval, apesar de que todas às vezes em que eu disse ser brasileira, esta ser a primeira coisa que passava pela cabeça das pessoas. Sentiam-se frustadas ao saberem que não gosto de samba, e que muito menos sei sambar, assim como os holandeses não fumam maconha o dia todo calçando aqueles sapatos de madeira. Precisamos parar com os "pré-conceitos" e conhecer um pouco mais das pessoas.

Nem todo parisiense é grosso.
Nem todo italiano é safado.
Nem todo português é burro.
Nem todo inglês é um lord.
Nem todo espanhol é caliente.
Nem todo holandês é maconheiro.
Nem toda brasileira é bunda.

Vamos conhecer as pessoas?

sábado, 4 de junho de 2011

Sexo e outras bobagens

Eu já não sei se o tal sexo é tão importante quanto eu pensava ser.
Parece que depois que você faz a primeira vez, não pode parar senão enferruja ou o pinto atrofia. Lenda, pessoas.
As pessoas te cobram isso, muito engraçado: "E aí, resolveu aquele problema?". Desde quando sexo é problema? Sexo é solução. Desestressa alivia e te devolve ao eixo. E mesmo com esta função de "fonte revigorante", não é a coisa mais importante do mundo. Creiam, eu estou dizendo isso. EU! Nunca achei que um dia proferiria este tipo de frase.

Sexo é bacana. Seja ele: casual, por amor, por raiva, por vingança, por tesão, por vontadinha, vontadona, só pra conhecer, só pq estava sem fazer nada. Seja lá qual for o motivo, é bacana. Bacana, não é o centro do universo.

E de verdade, com a maior dignidade do mundo, digo: Não transo desde a época do dilúvio. Nem por isso estou morrendo.


Sendo assim, admiradores de plantão, assim que eu transar, divulgo aqui.

Atenciosamente,

Viviane.

sábado, 21 de maio de 2011

Retrô

Você já teve a sensação de se sentir coadjuvante? Eu já tive. Na verdade hoje tive esta sensação com muita intensidade. Olho pra trás e vejo muitas histórias que acompanhei, e nem saberia contar a minha.

Vi casais se formarem, casais terminarem, fotos do orkut, fotos do facebook, rasgação de seda, e rasgação de verbo. Vidas acontecendo a todo momento,e eu com uma vontade enorme de dormir. Parece que estou olhando pra vida como se ela estivesse numa vitrine.

Hoje resolvi visitar as redes sociais de alguns amigos. Uma amiga da faculdade comemorou recentemente o aniversário do filho de 5 anos. 5 anos! Lembro dela na faculdade, ainda namorando, num mês de julho remoto ela me ligou dizendo que iria casar. Achei que ela estivesse grávida, o que pra nossa antiga idade não seria uma boa ideia. Pois eu fui neste casamento. Logo depois ela me disse que estava grávida, e agora o menino já tem 5 anos.

Um dia eu sai com um cara. O pedi em namoro, ele disse não. Num reveillon ele conheceu uma menina muito legal. No dia seguinte ele estava morando com ela. Numa noite ele postou que seria pai.

Uma menina do curso de comissários, sim eu fiz esta cagada, era só uma menina. Hoje ela virou mulher, e que mulherão! Postou no facebook que está noiva. Feliz por ela.

Meu pai morreu, eu tinha 22 anos. Apoiei minha mãe em tudo que ela precisou. E ela também me apoiou em tudo que precisei. Um dia ela arrumou um namorado. Não gostei logo no começo, mas fazer o quê? Amor é algo inexplicável mesmo. Mêses depois ela disse que iria morar com ele. Isso já faz 2 anos.

Um amigo reclamava que nunca namoraria porque ele é uma pessoa muito difícil. Saiu com algumas garotas. Eu dei a maior força do mmundo quando ele conhecer a garota mais legal dos últimos tempos. Estão juntos até hoje. Só nesta frase temos mais 2 anos.

Eu tive um quarteto de amigas. Amigas muito especiais que eu achei que seria para a vida toda. Não foi. Mas vejo de longe que uma delas constituiu uma linda família.

A impressão que tenho é que todo o tempo do mundo passou muito rápido para alguns, e pra mim, continua estagnado. E não acho que isso tem a ver com relações. Tem a ver com a preguiça que tenho da vida. Sempre tenho a impressão que logo ali, ali na frente, vai ter algo bem melhor. E sabe de uma coisa, muitas vezes não tem. A vida de hoje é o que tem pra hoje.

Sensação estranha num dia estranho. Acho que estou no meu inferno astral.

domingo, 24 de abril de 2011

Mata a alma e envenena, ou não.

Ah, seu Madruga, como eu gosto desta frase. Eu a uso com frequência. Mas ontem não deu. E eu pensei: "A vingança é um prato que se come frio". Uma bobagem completa. Não roubei o rim de ninguém para vender no mercado negro, mas acho que seria uma ideia interessante, apenas uma ideia.

O ser humano, sem exceção, tem uma veia vingativa. Comigo não seria diferente, não sou a Madre Tereza.

Eu jamais faria algo para prejudicar alguém, não faz parte da minha índole. Mas fazer uma malvadeza, às vezes, faz bem pro coração. Mais uma vez...Desculpe, Seu Madruga.

Eu estava me achando a cereja do bolo com a minha blusa nova. Estava. Até um imbecil derrubar um copo cheio de cerveja nela. Um sorriso amarelo estampou a minha cara. O pior não foi ele ter derrubado em mim, foi ele ter pedido desculpas para pessoa errada, o cara com quem eu estava conversando. Vamos lá, a cerveja estava na minha blusa nova, não no cara. Acho que ele estava tão bêbado, que não percebeu.

Fui ao banheiro, limpei a sujeira. Quando voltei o cara do flerte tinha sumido. Ou seja, molhou minha blusa, deixou um fudum de cerveja insuportável, e ainda fodeu com meu flerte da noite. Aquilo não sairia barato.

O flerte voltou. A conversa estava agradável, mas naquele exato momento o imbecil da cerveja passava entre nós. Não pensei duas vezes, joguei meu copo de cerveja nele. Fiz a carinha "ops" e dei o meu melhor sorriso. Ele olhou pro cara que estava comigo e disse:

- Ela fez de propósito. Você viu? Ela ficou puta comigo e se vingou.

O cara do flerte, um lord, disse:

- Imagina, ela não faria isso. Veja, foi sem querer. Viviane, foi sem querer, não?

Pausa dramática. Eu iria foder meu flerte por ser uma pessoa vingativa. Mas que graça teria se não fosse de propósito? Preferi o silêncio e expressões sem leitura.
O cara da cerveja foi se limpar puto da vida.

Ele olhou pra mim e perguntou:

- Foi de propósito?

Com a cara mais deslavada do mundo disse:

- Sim. Lei de Talião. Olho por olho, dente por dente.

Ele riu e disse:

- Se você pegasse seu namorado traindo você, tenho medo do que faria.

Seu Madruga, eu não cortaria o pênis dele, mesmo tendo vontade. Fique tranquilo. O Chaves me ensinou muito. "A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena". Mas antes de matar a alma dá um prazer...

Let it be

Eu não sou fã de Beatles. Ok, atirem pedras. Mas adoro esta música. Ela é simples, e diz muito sobre como a vida deve ser. Leve, let it be.

Não é algo do tipo: Não faça nada. É um simples, let it be. Não é ser acomodado, muito pelo contrário. Deixar as coisas acontecerem no seu ritmo, na sua hora, e se tiver que ser...será.
É simples, mas muito difícil agir desta forma. Parece que o corpo vai contra esta regra. Sempre queremos mudar, sempre queremos ser algo, sempre queremos, queremos demais. Le it be não tem tradução porque deve ser o que é.

A vida tem um sentido, ou ao menos quero pensar que ela tem. Assim me sinto melhor com o meu próprio "let it be". Se Deus existe, se algo maior existe, ele quer que simplesmente sejamos nós mesmos.
Com todas as imperfeições, qualidades, sonhos, com tudo que o pacote humano nos dá direito. Errou? Que bom, deixou a coisa acontecer.

Ninguém melhor que você mesmo para saber quando as coisas estão ruins. Se darão certo? Ninguém sabe. E bem, se alguém souber, não te contará. A vida perderia toda a graça. Quem não gosta de surpresas?
Let it be é surpreender-se com a vida. Deixar que a vida lhe faça boas e más surpresas. Se você soubesse de tudo?

Não espere que o universo lhe traga respostas. Isso não acontecerá. Siga seus sentidos, e veja a coisa acontecer.

Sendo assim, neste domingo de Páscoa, let it be. Se Cristo tivesse conhecido os Beatles na época da crucificação, não diria para o Pai afastar o cálice, diria apenas "Let it be".

sábado, 23 de abril de 2011

Decadência humana

Dizem que o ser humano luta pela sua sobrevivência.

Eu poderia morrer de inanição, sabiam? Eu assisti Seven e me sinto igualzinho o cara da preguiça. Não consigo levantar as minhas nádegas do sofá. Ok, fiz bicileta pela manhã. Mas neste extato momento não consigo fazer nada.

Poderia ter o Brad Pitt nú na minha sala, que o máximo que eu faria seria dizer um "vem pra titia", com muito esforço porque falar cansa. Preceberam que eu tenho uma tara pelo Brad, né? Sempre comento sobre ele. Sendo assim, percebam a preguiça.

Dos 7 pecados capitais, depois da luxúia - pecado este que não tenho cometido - preguiça está no topo da lista.

Tenho diversos sinônimos para este pecado: ficar de bobeira, não fazer nada, ver os ponteiros do relógio, contar nuvens no céu, cocçar o sacou ou a periquita (depende do sexo do preguiçoso), sentir a pulsação pra ver se está vivo, respirar com cautela pra não cansar, numa nice, ociosamente feliz, não movimentar o esqueleto, ver a vida passar, despreocupação, congelar o cérebro...Enfim, passaria horas falando sobre isso, mas estou com preguiça.

Menina

Menina, o que houve com você?
Quando você era criança, sua mãe sempre disse que seria o que quisesse ser. Lembra das sapatilhas de ballet? Onde estão? Escondidas em algum lugar. Assim como tudo que desejou ser está.

O mundo não é o que você esperava. Posso te confessar algo? Nem pra mim. O meu era muito mais cor de rosa do que ele realmente é.

Não culpe o mundo. A verdade é que ele não está nem aí para pessoas como nós. Se ele não liga, pra quê você deve ligar?

O que você queria fazer mesmo? Não aquilo que lhe mandaram fazer. Mas o que realmente quer?

Alguém disse que você precisa fazer algo. Arcarão com as consequências?
A consequência das suas escolhas, menina, só você saberá e sentirá. Não deixe que escolham por você.

Ah, astronauta. Acho que sim. Sentir-se "tocando" estrelas vai deixar seus olhos mais brilhantes? Fará com que sua alma volte ao corpo? Toque-as.

Menina, volte a ser menina. Menina, volte a acreditar. Hoje não está bom? Amanhã há de estar.

Vamos pegar as sapatilhas, tirar o pó e voltar a fazer a dança da vida. Nas pontas dos dedos, um passo por vez, sente o ritmo. Baile, bailarina, mesmo que seu corpo não seja mais o mesmo. Mesmo que os olhos não sejam os infantis, mesmo que o companheiro de dança não seja o ideal. Simplesmente baile o que quiser.

Se você não está feliz, menina, ninguém ao seu lado ficará.

Alice

Caiu num buraco a pobre Alice, sim aquela do País da Maravilhas.

Só que ao invés do País do chapeleiro maluco, você entra num tubo chamado passado maluco.

Tudo o que Alice sempre disse que não queria, na verdade é tudo que eu sempre quis. Ok, chamem a Doutora Catarina de volta. Melhor, chamem o chapeleiro maluco. Quem sabe assim ele coloque Alice dentro do bule para que ela não veja o que acontece lá fora. Ver o mundo apenas pelo buraquinho limitado do bico do bule. Já é o bastante.

Tem lembranças que devem ficar no passado, no pretérito mais que perfeito. Porque existe pretérito que não seja? Tudo que passou, nas lembranças, é melhor do que realmente foi.

Tem horas que não se deve abrir a porta do País das Maravilhas, muito menos cair em buraco conhecido. De novo? Burrice completa.

Encolhe, estica, corre. Cortem as cabeças, retirem o coração, por favor. Alice gosta dele frio, congelado, estático.
Não sei se ela gosta assim, mas gosta de acreditar que é verdade, pelo menos a sua.

Ao cair no buraco viu caras conhecidas, conselhos já dados, frases já ditas, e respostas que já sabia. E mesmo assim, Alice, você caiu no buraco. Ainda não chegou ao fundo. Agarre-se às folhagens, não se deixe cair. Lembre-se, Alice, lembre-se. Lembre-se do que realmente aconteceu, não do que você gostaria que acontecesse.

Lembre-se que a chuva não era chuva, eram lágrimas. Lembre-se que a queda foi muito maior que a aventura. Lembre-se que o Doutor chapeleiro teve que refazer seu coração, que com a queda ficou em milhões de pedaços. Lembre-se também que na troca houve um erro e colocaram uma pedra. Pode uma pedra sentir?

Se o amor tivesse forma, ele seria aquele coelhinho que corre o tempo todo dizendo que está atrasado, o amor sempre está atrasado.
Fuja do coelho, Alice. Não o deixe enganar com o relógio atrasado. Quem está atrasado não é o coelho, é o relógio. E por mais que queira colocá-lo no seu tempo, já não é possível. Encolhe, estica, soluça, volta. Sai, Alice. Não deixem que cortem sua cabeça, segure-a onde sempre esteve.

Sobre seu coração, lembre-se, não é o momento. O relógio atrasou, e o coelho não te pega mais.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O vibrador

Nelson Rodrigues faria um texto infinitamente melhor sobre a escolha de um vibrador, posso garantir. Ele contaria a sensação da escolha, os pensamentos perversos, o desejo, a vontade de se libertar e etc. Mas como não sou o Nelson, fico com a minha visão mais superficial sobre a escolha deste artefato.

Era uma noite de sexta-feira e saíamos de um bar de São Paulo...

Só um adendo sobre assuntos de boteco. Em algum momento o assunto será sexo, isso é inevitável, assim como futebol. É impressionante como pessoas que nunca se viram na vida podem ter tanta intimidade na mesa do bra, principalmente mulheres. Mulheres adoram falar baboseiras no boteco, principalmente pras desconhecidas. Valorizam um pouco, claro. Dizem que o cara com quem saiu é fantástico, incansável, maravilhoso. Vamos lá, colegas, quantos incansáveis vocês conheceram na vida? Podem rir, eu sei a resposta.

Bem, voltando ao bar na noite de sexta. O assunto era sexo e feminismo. O chato feminismo que já joguei pedras milhares de vezes.
Meu amigo sugeriu que eu comprasse um vibrador. Na hora me veio "Why not?".Fomos na movimentada Rua Augusta em busca do falo de ouro. Eles não tinham o playstation. Sim, vibradores tem nomes e categorias.

Fomos achá-lo na consolação. Ok, piada pronta. E um ótimo lugar pra se comprar um consolo.

Check list: vibra? tem uma cor legal? temperatura? tamanho? movimentos circulares? bolinhas? poderosas garras? Sim, atende aos requisitos básicos. Tudo isso por R$195,00 parcelados no Mastercard. Escolher pênis com seus amigos de boteco, não tem preço.

Igual criança em noite de natal, abrimos no carro pra ver o que ele fazia. Não, não fizemos suruba. Só queríamos ver melhor o que ele fazia. No meio da Av Paulista, trânsito parado, e a gente colocando pilha naquilo - 4 pilhas. Com esta quantidade de pilhas achei que poderia voar, mas não voa.

Um carro com um senhor de aproximadamente 50 anos para ao lado do nosso bem na hora em que ele acendeu as luzes. Ele não segurou o sorriso. E com um sorriso amarelo e um singelo "aceita", ofereci meu brinquedo novo. Ele riu mais uma vez. Gente, vamos compbinar, qual o absurdo em comprar um vibrador?

Quando cheguei em casa, já tínhamos dado um nome à ele - Smith. Senhor Smith. Uma homenagem ao Brad Pitt, meu símbolo sexual da adolescência.

Desde aquela noite no boteco, Smith e eu temos tido uma relação de afeto e amizade sincera. Ele não me pertuba, não pergunta com quem estou, pra onde vou, não liga se eu fiz a depilação correta, se eu estou de pijama ou lingerie. Sempre firme e forte!
Até que apareça alguém que realmente valha a pena, o Sr Smith tem sido uma excelente companhia. Sinto que quando a nossa relação terminar, sentirei saudades, mas sabe como é, a vida vai precisar continuar. E infelizmente ele não beija e nem faz cafuné, porque se fizesse, a solteirice seria permanecida pelo resto da minha vida.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Final de semana U2

Eu poderia fazer um post somente com adjetivos. Conseguiria achar pelo menos uma centena deles para descrever os 2 últimos shows do U2. Se não me engano, já escrevi alguns textos sobre a banda. E todos eles carregam muita emoção. Sim, é minha banda favorita por diversos motivos.

Um deles ficou muito claro pra mim no último sábado, dia 09/04, emoção. U2 é uma banda que me emociona.

O relógio anunciava que estava por começar um dos melhores shows da minha vida. O coração pulsava ao correr dos pontoreiros do relógio. Começa "Space oddity", de David Bowie, e ali tive a CERTEZA de que seria uma noite incrível.E assim foi.

Cantei, gritei, chorei por diversas vezes, sem a menor vergonha, dentre as 90 mil pessoas que lotava o Moumbi, eu não estava só.
Qualquer pessoa que esteja rompendo a barreira dos 30, sabe do que estou falando. É a música do bailinho da vassoura, é a banda que eu escolhi para ser a minha favorita no dia em que ganhei uma fita cassete escrita "U2 - Boy".

Lembro dos meus finais de semana na galeria do rock buscando por singles da banda. As revistas que comprei, e guardo até hoje, do meu autógrafo do Bono guardado na minha caixinha de memórias. Dos meus romances terminados acompanhandos de horas no quarto escuro ouvindo U2.

Fui nos 2 shows (sábado e domingo). E não adiantou em nada usarem a frase "Você já viu". Poderia ver dezenas de vezes, jamais a experiência seria a mesma.

U2 é o tipo de banda que eu jamais vou enjoar. Posso até mudar de time, o que acho difícil também, mas nenhuma outra banda vai conseguir ocupar o lugar que o U2 ocupa na minha vida.

Quarteto, obrigada pelo melhor show de todos os tempos. Obrigada por me fazer ter 16 anos de novo. O rostinho não é mais o mesmo, assim como o de vocês. Mas a essência continua a mesma, e vocês fizeram ela voltar à tona.

Hoje é o último show, e eu estou me segurando na cadeira para não gastar mais fortunas, mas está difícil.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

The Runnaways - Garotas do Rock

Um filme que tem Kristen Stewart e Dakita Fanning como atrizes principais pode ser um bosta, Eclipse está aí e não me deixa mentir. Mas elas podem fazer algo razoável, principalmente Dakota Fanning que interpreta Cherie Currie, vocalista de banda The Runnaways.O filme não é lá grandes coisas, excessivos clichês, mas mesmo assim, achei razoável.

Meados dos anos 70, em que o rock era dominado pelos homens, surge a primeira banda do gênero formada apenas por meninas. A partir de Joan Jett (Kristen Stewart) o produtor Kim Fowley (Michael Shannon) vê potencial e leva a frente a ideia juntando algumas garotas.

Toda aquela historinha de banda de rock, drogas, desentendimentos e a velha briga por causa do sucesso exacerbado da vocalista acaba depreciando um pouco o filme.

Floria Sigismondi, responsável pelo roteiro e direção, apenas repete a fórmula já gasta em outros filmes de rock. Momento "manchetes da imprensa voando pela tela"? Está lá. Excessos das drogas? Claro, é um filme sobre rock.

Lita Ford merecia mais respeito na história, deveria ter tido mais espaço no filme. Enfim, nada demais, mas para um domingo chuvoso, você pode assistir.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Esperar

As vezes esperamos demais da vida, das pessoas, do mundo, de tudo. Não devemos esperar nada de ninguém, além de nós mesmos. A vida passa, e passa bem rápido. Às vezes você pisca os olhos, e já está com a idade da sua brincadeira infantil. Sabe aquela idade em que se brinca de casinha e você é a mamãe? Então, quando acontece, nem todo o treino do mundo resolve. E vai esperar o quê?

No momento em que você está esperando, um monte de coisa está acontecendo. E se o que dizem é verdade, 2012 não está tão longe assim. E você, vai ficar esperando?

Esperar é algo chato que inventaram para te enganar quando era criança e não podia fazer as coisas sozinho. Lembra da sua mãe pedindo para você esperar? Espera, não é hora disso. Espera, pra quê tanta pressa?

Agora se tem pressa, e não se quer mais esperar. Pra quê esperar para ser feliz se você pode ser feliz a hora que você quiser. Esperar pra chorar em outro lugar? Chore aí mesmo. Quem nunca chorou? Vai demonstrar fraqueza? E daí? As pessoas esperam que você seja um super herói. Ah, estão enganadas. Você é de carne, osso e emoção. E vai se esperar o quê de um ser humano? Que ele seja humano.

Então, surpreenda a si mesmo. Não espere pra fazer aquilo que sempre teve vontade de fazer.

Esperar é uma coisa chata que os adultos inventaram para te segurar. Não espere, esperar cansa e envelhece. Aí, quando não tiver mais tanto tempo para esperar, vai se arrepender. Arrependa-se daquilo que deixou de fazer esperando. E não perca muito tempo pensando nisso.

A vida não te espera. Ela segue com seus dias ferozes por outros e outros...Vai ficar esperando?

sábado, 26 de março de 2011

Paquera

Resolvi investir neste segmento depois de velha. Nunca, nunca, nunca, fui boa nisso. Sempre fui muito direta:

"- Oi, e aí, tem jeito?". Algo nada muito agradável para uma mocinha. Sendo assim, decidi mudar. Afinal, revoluções no meu comportamento precisam ser feitas.
Afinal, cansei de acharem que sou lésbica. Hoje, ser direta, não ter frescuras, falar o que pensa de forma firme e sem dúvidas, a torna uma mulher lésbica.
Então resolvi ser mais Sandy, se bem que a Sandy anda DEVASSA. Cacete, até ela anda mais devassa que eu.

Depois que eu assumi este personagem estranho, sinto que muita coisa mudou. Os homens começaram a ser mais delicados comigo. Ok, devo admitir que gostei desta mudança. Mas tem sido tão difícil manter esta linha.

O tal jogo da sedução é cansativo demais!!!!! Comprei até um livro ridículo que fala sobre como paquerar. O leio indo para o trabalho. Morro de vergonha quando as pessoas olham pra capa do livro, olham pra mim, e dão risadinhas. Riam, o negócio funciona.

O mundo é ridículo, fato.

Você olha para a pessoa 3 segundos, joga o cabelo, dá uma risadinha com as amigas, toma uma gole de algo, lambe os lábios delicadamente, olha mais uma vez, e desta vez sori com o canto da boca para ele. Dando a entender "é isso mesmo, quero você!". Fiz o teste. 80% dos homens responderam a este estímulo imbecil.
Quando dizem que na escala da evolução humana os homens pararam na fase erctus, não duvide. As mulheres estão muito a frente disso, e de salto alto!

terça-feira, 8 de março de 2011

Não se canta mais

Bem, no ápice de minha "autoridade" musical, um ano de ICT, resolvi escrever sobre música. Na verdade, nunca na história deste blog, falei sobre música. Muito menos sobre as minhas preferências musicais.

Não sou fanática por ninguém, nem brigo com ninguém por música, e nem obrigo as pessoas a gostarem do que eu gosto. Até mesmo porque, não tenho um ritmo favorito. Gosto de música boa, e ponto final.

Hoje resolvi ouvir, as que na minha concepção, são divas da música. Mulheres que realmente cantam. Por favor, esqueçam Claudia Leite, isso não canta. Male male geme.

Aliás, esse é o mal da humanidade. Não se canta mais. A pessoa é bonitinha, dança e rebola muito bem "Ok, você pode ser cantora. Why not?"

Não sou do tempo das grandes cantoras, mas fico muito mal de não ter sido.
Adoro ouvir alguém que saiba cantar, e isso tem sido bem raro. Quanto mais se grita, melhor é. Desculpe, senhora Aguilera, a senhora canta pra caralho, mas poderia gritar menos.

Sendo assim, eis meus conselhos:

- Menos excentricidade, mais voz.
- Eu ouço, mesmo que não grite.
- Menos caras e bocas, simplesmente cante.
- Sintam a música. Digam cada palavra como se estivessem sentindo o que cantam.
- Não cantem músicas que contenham "ae, ao, hey". Isso não acrescenta em nada.
- Gemer, só é bom durante o sexo.
- A dança faz parte da música, mas menos coreografias, e mais voz!


Sempre, sempre, ouçam as melhores: Ella, Etta, Nina Simone, Aretha, Janis (sim, muita emoção), e sejam felizes. Menos mercado, mais sentimento. Mais música, menos egocentrismo. Sim, vocês são lindas, dançam, namoraram rappers e tem muito dinheiro. Que tal cantarem? Só para variar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Orelha

Bem, segue abaixo um poqunho do livro.

O termo balzaquiana surgiu do livro “A mulher de 30” em que Balzac faz uma apologia às mulheres de mais idade que, emocionalmente amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude - em completa oposição a tradicional figura da moça romântica que nos livros tinham no máximo 20 anos. Sua personagem principal, Júlia d`Àiglemont, é o grande retrato da mulher mal casada, que após anos de infelicidade,ao chegar aos 30consegue encontrar o amor nos braços de Carlos Vandenesse.

Anos de infelicidade? Parece que a minha mãe escreveu isso. Os 30 de hoje passam longe dos 30 que Balzac retrata em seu livro. Mulheres de 30 anos, em pleno ano de 2011, com “anos de infelicidade”? Jamais!

A mulher de 30 de hoje é algo inexplicavelmente doido demais para a compreensão humana. Baile de 15 anos? Acho que deveríamos comemorar os 30. Isso sim é uma revolução, hormonal, emocional e física.
Os seios começam a cair, a barriga aumenta, em alguns casos começa a nascer espinhas até onde não deveria nascer. As amigas estão casando para não ficarem para titia, e se você é uma mulher de 30 sem um companheiro, ou companheira (para as mais modernas), os hormônios enlouquecem e você faz coisas que até o diabo duvida.

Bem, se o diabo passou pelos 30, sabe do que estou falando.

Este livro é para você que está completando 30, ou que já completou e sobreviveu, ou que ainda não pensou sobre isso. E se não pensou, pense. Você não vai ter 15 anos pro resto da vida, sabia?

Neblina cerebral

Bloqueio. É isso. Estou bloqueada.
Sabe quando você não quer fazer algo, e sabe que tem que fazer? É assim que estou neste exato momento.
Não é que eu não saiba fazer. Eu simplesmente não quero. Tenho até vontade de chorar.
Isso é meio criancinha mimada que não quer fazer o dever de casa. Mas é fato, não vou fazer meu trabalho da pós e vou perder todo o meu tempo e dinheiro investido neste curso. Porque sem diploma, sem credibilidade. Tirando meus amigos, que acompanharam a saga, quem mais vai acreditar que eu fiz uma pós?
Eu quero ganhar a vida escrevendo. Chega a ser irônico isso.
Eu precisava desabafar, e voltei ao meu reduto – o blog.
Ah, estou escrevendo um livro. Isso mesmo que você leu – um livro. Trabalho de conclusão de curso que é bom, nada! Mas livro, ahhhhhhh, isso sim é bom de fazer.

Até!