quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ale, o Rocha

Depois de ler muita coisa sobre o Ale, fiquei pensando se eu deveria escrever alguma coisa. E ter um blog e não falar do Ale, seria muita heresia. Ainda mais depois de ter lido um comentário em algum blog dizendo "Conheci os textos do Ale pela Vivi".

Conheci o Ale em 2005 através de um amigo comum. Este amigo falava muito bem dos textos dele, e viciei. O Ale teve um milhão e meio de blogs antes do Poltrona, e eu acompanhei todos diariamente. Era uma das minhas primeiras leituras.

Passei boa parte daquele ano falando com ele todo santo dia, e não era conversa pouca. Era conversa pra mais de horas, atravessava a madrugada e acabava com os primeiros raios de sol. O Ale durante muito tempo foi meu "mentor amoroso", dava conselhos, pitacos mesmo, acho que a minha vida foi a primeira novela que ele criticou. E nem sempre era bacana ouvir as verdades. O Ale era um cara cheio de verdades absolutas que me faziam pensar por horas.

Depois de meses falando pela internet, decidi que era hora de conhecer o Ale. Encontri o Ale na maternidade um dia depois do nascimento do João. Era difícil acreditar que aquele cara gente boa, de sorriso aberto, extremamente feliz por ser pai, tinha recebido o "aviso prévio". E toda vez que eu me via triste com alguma coisa, pensava no Ale. Um cara simples, de modos simples, que gostava de participar da minha vida, e sempre tinha algo a dizer, e por mais que a vida dissesse "NÃO", ele fazia questão de desafiá-la.

Fiquei feliz em saber que receberia mais uma chance de prorrogar o tal aviso prévio, feliz mesmo. E se a vida é mercecimento, ele tinha bônus na escala do merecimento, e merecia muito viver. Merecia porque queria, e sabia viver, mesmo em momentos não tão favoráveis. Tinha sede de vida. Estabelecia metas, e as cumpria com maestria.

Toda vez que o via na televisão, aproveitava para dar uma lição de moral em alguém que reclamava da vida - até mesmo eu. E agora que ele foi embora, deixou muita gente refletindo sobre o que realmente vale a pena nesta vida.

Vou continuar usando o Ale como exemplo de vida. Pra mim ele sempre foi, e sempre será um bravo.

Muitas pessoas passam pelo mundo de forma despercebida. O Ale fez questão de deixar sua marca e lição de vida para os que tiveram o prazer de conhecê-lo.

Talvez se ele lesse este texto, acharia uma bosta. Desculpe, Ale, é muito foda escrever como você.