quarta-feira, 28 de maio de 2014

Take Care

Não sei o real motivo das pessoas mandarem o famoso "se cuida", ou como diriam os ingleses "take care". Não entendia muito dessa expressão até alguém me explicar:  "Cuide de você pra mim, pois eu queria cuidar".
Eu realmente estava pensando em escrever um texto sobre isso. Mas de verdade? Nem precisa. Amei o significado, e vou usar com os que amo com mais frequência.

Se cuidem,
Viviane.

domingo, 25 de maio de 2014

Sábado

Ah, o sábado. Com ele toda a esperança do mundo renasce. Sábado, caralho! Grita o inconsciente!
Chega do chefe mala, da par de mesa insuportável que só quer te foder. Chega da lenga-lenga dos KPI´s e da casa do cacete. Chega do escritório de janelas fechadas e barulho de digitação. Vida. A vida acontece no sábado.

E você? Você está linda. Está princesa. Está gatinha. Gatinha, não. Você está delícia mesmo. Gastou dinheiro com cabelos, unhas, depilação roupas de couro (está frio). A última olhada no espelho para conferir a maquiagem. Mundo, aqui vai uma deusa que nasceu para brilhar.

22h00 - Você chega na balada. Direção - banheiro. Mais uma checada no visual incrível.

22h30 - Bar com a amiga. Pegar uma bebida, claro.

23h30 - Número de bebidas (3). Já começa a mexer os pés.

23h40 - Vai ao fumódromo. Parou de fumar. Mas em nome da boa e velha azaração que acontece no fumódromo, quando as pessoas conversam sem o barulho da balada, vai fumar.

24h00 - Bêbada. Já dança YMCA com coreografia, e não se importa em descer até o chão.

24h40 - Um mais bêbado que você se aproxima e joga uma cantada baratérrima. Daquelas "Se machucou quando caiu do céu?". E mesmo após o fora, ele continua dançando bizarramente ao seu lado.

01h00 - Muda de lugar por causa do bêbado.

01h15 - Dá voltas pela balada em busca de algo que preste e não esteja se enroscando com outra.

02h30 - Já conhece todos os rostos da balada. E nada aconteceu.

02h40 - Volta ao fumódromo. Ninguém mais fuma porque estão todos se pegando em algum lugar.

03h00 - Perde a amiga porque ela está se pegando com alguém

03h15 - Seu pé está doendo. E não tem nenhuma cadeira para sentar.

03h30-  A amiga aparece dizendo que a balada está incrível. Você sorri de volta concordando com a cabeça mesmo achando uma merda.

03h50 - Desiste da cerveja e passa para a vodka.

04h00 - Está bêbada, borrada, não pegou ninguém. E estão tocando aquelas músicas de casal final de noite.

04h10  - Finalmente achou um lugar para sentar. Seu pé está latejando de dor. Perdeu a amiga. E as músicas "romance balada" tocam uma atrás da outra.

04h40 - Encontra sua amiga se despedindo do cara. Hora de ir embora.

04h50 - A mulher do caixa anuncia R$ 116,00

05h00 - Promete a si mesma que nunca mais vai sair.

MEIO DIA - Acorda parecendo um urso panda, com a cabeça doendo, e se perguntando onde está. Mais promessas de não sair nunca mais.

...Até o sábado seguinte.

Parece que vai ter Copa

Entre o vai ter Copa, e o não vai ter Copa, surge a política.
Nunca antes na história deste País, se discutiu tanto sobre política. Com conhecimento, sem conhecimento, com achismos, com pitacos como no futebol. Enfim, pouco importa. A Copa animou os botecos. E virou assunto em qualquer metrô, trem ou ônibus.

A Copa não deixou nenhum legado físico. Não vi nenhuma melhoria com este evento. Maquiaram a cidade com plaquinhas em inglês, lançaram uns "Welcome" por aí, e já estamos no clima de Copa. Depois é pegar as plaquinhas e jogar no lixo. O que fica? Estádios, uma crise econômica, e política de boteco.
Logo depois da Copa, teremos um evento importante, eleições. Quero ver a mesma desenvoltura para protestos, tocação de fogo, greve e etc, neste período. Falar de política seriamente. Sem essa de não temos hospitais por conta da Copa. Nunca tivemos. A saúde pública já era um caos. E sempre foi.

Se não concordamos com a administração pública, por quê continuamos com os mesmos funcionários? Demitam todos. Simples assim.

Demitam todos, acompanhem o trabalho feito pelos novos funcionários, cobrem produtividade e efetividade das propostas feitas quando vieram pedir o emprego. Estipulem metas, prazos, cobrem!
São nossos funcionários, não? E se isso aqui chamado Brasil, é uma empresa, precisa ser reformulada com urgência, e dar lucro. Preciso parar de investir tanto imposto para algo que só me dá prejuízo. Vou vender ou alugar o Brasil, já dizia Raul. Nós não vamos pagar nada. Inclusive o salário desse pessoal.

Cortem as cabeças, já diria a rainha vermelha. Façam algo efetivo e parem de me encher o saco com o "Não vai ter Copa". Vai ter, sim. E eu vou torcer. Vou apoiar os jogadores. E completar o álbum de figurinha. O problema não é o evento. O problema é quem está recebendo o evento - A empresa Brasil - que é gerida por funcionários mal escolhidos por nós. Deu errado? Sim, deu. A culpa é minha, sua, dos políticos, de todo mundo. E agora, Inês já está fedendo. Não adianta chorar.

Toca o barco, e vê se melhora na próxima.

Alguma coisa está fora da ordem

Realmente não sei. Aliás, cada dia que passa, descubro que sei menos. Não sei se era para ser assim, ou sofro de algum retardo mental que faz as coisas não fazerem mais sentido com o passar do tempo.

O trabalho com a crianças das Casas de Acolhimento (os antigos abrigos), faz com que cada dia que passa, eu tenha menos certezas na vida.
Não faz muito sentido aquelas crianças serem tiradas de pais que não souberam cuidar delas como deve ser feito.

Ontem uma delas me disse:

- Tia, não acho certo as crianças serem adotadas por pessoas que não são da família. Acho que as famílias não sabem que estamos nos abrigos. Precisam começar a procurar melhor, sabe?

Não tive coragem de dizer a verdade. Sei-lá. Essa "verdade", não deveria existir. As coisas realmente não fazem sentido.
Se eu pudesse, levaria todas para um lugar melhor. Mas não posso. Não vou salvar o mundo, infelizmente. Mas realmente dou o meu melhor. E sei que recebo o melhor delas. Recebo abraços tão sinceros, que chegam a abraçar minha alma.

Não tenho, nem nunca terei respostas para a Laiza. Gostaria de ter respostas mais amigáveis. Mentiras sinceras. Mas não sei se é certo mentir. Fico quieta. Fico quieta e olho a vida. Deve ter uma explicação para certas coisas. E talvez eu passe a vida tentando encontrar essas respostas. E nunca encontre razões para crianças estarem sem seus pais por perto.

Quando a chuva é forte e os galhos batem na janela, com trovões e raios.
Quando falta luz, e a tudo fica escuro.
Quando um amiguinho nos bate.
Quando precisamos de alguém para ler as estorinhas, e podemos deitar no colinho.
Alguém que pega no colo quando já estamos cansados de andar.
Alguém pra dizer que as coisas vão ficar bem.
Alguém para guardar o nosso primeiro dente de leite.
As fotos de bebê.
Alguém que nos lembre como éramos quando crianças.
Alguém que mesmo já adultos, sabemos que poderemos contar sempre. Mesmo quando a vida acabar.
Alguém com amor tão infinito, que chega a doer.

E saber que muitas dessas crianças não sabem, nem nunca saberão o que é isso, dói na alma. Dói muito, muito mesmo saber que algumas acabarão nos faróis pedindo, ou até mesmo roubando.
Talvez morram precocemente. Saber dessas coisas, dói. E o sentimento de impotência é horrível.

Não sei muita coisa. Mas sei que um dia, não muito distante, adotarei uma delas. Ao menos uma terá o que eu tive, carinho de mãe.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Regras?

No amor e na guerra não existem regras. Não adianta. Vale tudo, inclusive dedo no olho. E no olho, olho propriamente dito, ou no outro olho. Vai à gosto do freguês.

- Seja educada
- Não demonstre interesse
- Homens são de Plutão
- Não use roupas provocantes no primeiro encontro
- Transforme seu primeiro encontro em um momento revelador
- Não faça gestos obscenos com a taça de vinho
- Não transe no primeiro encontro. Nem no segundo, safadinha
- Ele te liga. Não mande mensagem
- Concorde com tudo o que ELE diz
- Não sugira um lugar que não ache que pareça com ELE

Mas minha filha de Deus, pra quê tanta coisa para este ELE?
Onde fica ELA nesta história de tanto ELE?

Vamos rasgar esses livros e fazer o que tem que ser feito?
A vida é assim, e ninguém lhe prometeu uma vida justa. O preço de encontrar alguém que te aceite sem os clichês é tão alto, que pode ser que não encontre este alguém.
Saber conviver com esta possibilidade é onde está a genialidade da vida.

Simone de Beauvoir disse, disse, disse, e não me convenceu muito sobre as opções de tocar o barco sozinha. Sartre zoava o barraco com ela. Pegava geral mesmo. E ela, toda moderna, tinha uns amantes. Só para provocar. Esta é a minha tese doutorado sobre Beauvoir. Não, não fiz doutorado. Sequer terminei minha pós. Até jubilei.

Se alguma mulher conseguir viver plenamente o conceito "Tô na vida, tô sozinha, tô de bem comigo, e não mudei nada por um relacionamento", tem meu total apreço e respeito.

Como não vi este saci ainda, sigo só nesta luta. Ainda acreditando em tempos mais modernos. Tempos em que eu não precise de nenhum livro sobre o tema homem, para juntar-me a um.

A walk on the wild side

Depois da visita à auxiliar espiritual, resolvi que ninguém decide meu destino. Sequer as estrelas, ou o horário que eu nasci.
E me deu uma vontade gigante de "A walk on the wild side". Eu sou assim. E por mais que livros, documentários, cartas, amigos, e-mails, vida, família, e outras cositas más digam que eu preciso mudar meu jeito impulsivo, não consigo.

Fui ali dar uma olhada no "Wild Side". Ah, é tão mais divertido. Se eu pudesse, seria "Forever Young". Estou toda musical hoje. E viveria como se não houvesse amanhã. Hey, wait, não há mesmo. Nunca sabemos. E não saber é o que dá uma certa animação.

Uma amiga disse "Se os videntes sabem tudo, porquê não nos contam quando morreremos?". Minha resposta foi simples: Já pensou que merda seria sabermos isso? Não vou fazer nada porque vai acabar dia 23/01/2066...

Enquanto não sei de nada, e sinto as coisas à flor da pele, vou ali ver o que tem no "Wild Side".

Estive na terra de ninguém recentemente. E sabe, esse negócio de terra de ninguém é um troço muito bom. Vi fetiches, pessoas em estado bruto de sensações, e PUTAQUEOPARIU o ser humano ainda me encanta. Aliás, sempre me encantou. E se perguntarem o motivo, não sei. Gente é bom, e ruim ao mesmo tempo, sabe? Wild Side.

Gente que gosta, que sente, que coloca pra fora seu lado mais bruto, mais primitivo, e sente as coisas de verdade (a sua verdade). E quando "guio" alguém a conhecer este lado, me sinto bem. Tipo uma excursão à vida real. "Olha, meu filho, o ser humano é isso aí. Às vezes foda de brilhante, mas às vezes é isso aí mesmo, carnal". E não é genial?

Tenho uma tese. É na suruba que o ser humano revela suas emoções mais sinceras. Sim, sou poeta.

Não se leva este blog a sério. Aliás, não se leva a vida muito a sério.

No trabalho, mesmo não sendo um hospital, as pessoas pedem urgência.
Urgência, na minha filosofia de boteco, é vida. Vida é urgente.
E como não trabalho num hospital...Hey, baby, take a walke on the wild side...tchu-tchu-ru-ru-ru...