segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Não tenha pressa...

Se eu pudesse deixar um ensinamento aos jovens (sic), diria:
- Usem filtro solar, e não tenham pressa!

Sabe, às vezes a gente tem umas pressas bestas.

Eu nunca tive pressa, nunca tive urgência. Sempre levei a vida na flauta, como diria minha mãe.

Recentemente tive um momentico de pressa. Um cadinho bem cadinho de mineiro, de pressa.
O tal do relógio biológico deu uma gritada. Aí me dei conta que estou com 34 anos. Estava tão à toa na vida que mal percebi que já estou com 34. Peguei o bonde do surto, dei cinco gritadas, e desci no ponto seguinte. Não vale a pena.

E cá estou eu, sem pressa, como sempre. Vivendo o tal dos 34, indo para o que eu chamava de scary age - 35 é minha idade do pânico.
Deixa eu explicar melhor. Você está num puta jogo, achando incrível, e percebe que brincou com o adversário o tempo todo, e não marcou nenhum gol. Essa é a sensação da "scary age". Festei o tempo todo, estou na metadinha da vida, e não fiz porra nenhuma dos planos que eu tinha. Aliás, eu tinha?

E, no caminho da idade do pânico descobri que não quero um monte de coisa que eu achava que eu queria.

Festei. Festei muito! Conseguiria fazer um livro de festas! E, sempre achei que a vida poderia ser uma grande festa.

Agora não tenho mais tanta paciência para festas, mas aprendi a ver outras coisas da vida.
Meu olhar ficou mais tenro. Olho o mundo com muito carinho mesmo muitas vezes ele não merecendo. Mas carinho é de graça!
Gosto mais das pessoas, e aprendi a me calar um pouco. Não sou dona da razão. Aprendi a ouvir.
Tenho mais serenidade para algumas coisas.
Estou menos orgulhosa. E aprendi que chorar é bom e alivia a alma.
Expresso mais meus sentimentos, e não tenho vergonha disso.

Não vou dar uma lição. Poderia escrever um livro sobre o aprendizado até agora. E, só aprendi porque não tive pressa. Olhei o mundo em câmera lenta enquanto todos corriam para fazer algo que alguém lhe disse que era certo.

Casou, teve filhos, arrumou um bom emprego, comprou uma casa, acumulou coisas em um canto, e reclama todo dia que a vida não é generosa.
A vida é bem generosa com quem sabe olhar para ela com carinho.

Então, não vou escrever tudo que sei (rs). Vou deixar você ir. Mas vá sem pressa. Aprecie a paisagem e as sensações.


domingo, 22 de novembro de 2015

E as paixões servem para colorir.

Quando um sentimento enorme acaba, a gente tem a sensação de que nada melhor que aquilo pode acontecer. É como se a vida perdesse o sentido. E nunca, nunca, nunca, nunca mais se fosse sentir algo tão bom quanto aquilo. E eis que entra em campo o senhor de tudo - o tempo. E ele te prova que você está enganada.

A vida é surpreendente. E seria horrível, terrível, trágico, se você fosse capaz de se apaixonar somente uma vez na vida.
Tive a sorte de poder sentir diversas vezes este sentimento arrebatador.
E, de verdade, não sei viver diferente. Preciso estar apaixonada. Me apaixono por projetos, por mim, pelos outros, pelos sentimentos alheios, pelas histórias, por um dia lindo, seja lá o que de belo a vida pode oferecer, estou lá eu, apaixonada. E que bom que é assim...E que seja sempre assim.

E eis que a adolescência reaparece. Ah, doce adolescência num domingo de sol.

Adolescência combina com sol, sorvete, mãos dadas, assuntos intermináveis, abraços e fim de tarde. Fim de dia que tem 76 horas. O tempo perde a lógica. E a gente se perde nele. Foi ontem? Hoje? Aconteceu mesmo?
E você se perde nos pensamentos, as palavras ficam confusas, e tudo não faz muito sentido, e tudo é bossa nova.
Conheço esta canção, mas quero ouvi-la muitas e muitas vezes, como num disco riscado que eu guardo carinhosamente porque amo ouvir esta canção.

Você é canção. Canção que eu conheço e não canso de ouvir e cantar em silêncio porque é só pra mim.

Fica aqui ao meu lado. Fica aqui em silêncio porque até o silêncio é preenchido de coisas boas e intensas.

Fica aqui. Coloca sua mão sobre a minha, e vamos ficar assim o quanto o tempo nos permitir. Eterno? Nunca sei. Mas agora é eterno. E será eterno na minha memória como todas as boas paixões são.