sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Gregorio Duvivier

 Eu sempre achei chique quem faz carta aberta. Textão eu acho um porre. O textão já pressupõe que vai vir uma sequência infinita de cagação de regra. É tipo mandar um "com todo respeito". Toda frase que começa assim, vem acompanhada de uma cagação de regra e crítica.

Depois deste início, sem respeito algum, Gregório Duvivier é meu crush artístico

Se você não sabe o que é isso, é porque não tem nenhum.  Crush artístico é uma admiração pelo trabalho, e ponto final. 

Não vou pendurar fotos do Greg sem camisa pela minha casa (Saudades, Capricho!), muito menos fazer coração com as nossas iniciais. E Deus me livre querer que ele se separe da Giovanna Nader. Vida longa ao casal! É só admiração pura e simples.

Nossa relação começou logo depois de eu ter terminado com o Xico Sá (2016). Xico virou aquele ex que a gente tem carinho, admira e tals, mas não vai atrás. 

Hoje estava colocando em dia a leitura das colunas que eu gosto, e vi um texto dele falando dos poucos amigos. Ali deu uma tristezinha no coração.

Sempre soube que ele não era o Gregão da Massa, mas ali veio a confirmação. A sentença de que nunca vamos sentar no botecão, tomar cerveja de garrafa, e falar sobre uma visão mais progressista para o Brasil. Não poderei contar sobre meus Greg News favoritos, sobre o quanto eu achei Sisifo genial, da minha vontade de estar no Loló, do comportamento mais sustentável, da mulher foda que ele arrumou, mesmo depois da Clarice, que eu já achava foda (!!!), da cara de cansaço que ele faz para falar de alguns assuntos que já deveriam estar resolvidos como a "academia esquerdista", sobre o quanto o Porta já foi interessante, sobre meus amigos de teatro acharem que você viria morar em SP num apê ali do centro, e de tantos outros temas que duas garrafas de cerveja não seriam suficientes. Era para ser um engradado, Greg. Era pra gente ser amigo, cara. 

Tudo isso chegou ao fim com a leitura da frase final da crônica.

"Nos últimos meses, tenho gostado de falar apenas com os amigos de que gosto muito. Tem poucos, raros amigos —o homem atrás da máscara e do face shield. É bom também".

Xico, me liga. Precisamos voltar a falar.