quinta-feira, 21 de abril de 2011

O vibrador

Nelson Rodrigues faria um texto infinitamente melhor sobre a escolha de um vibrador, posso garantir. Ele contaria a sensação da escolha, os pensamentos perversos, o desejo, a vontade de se libertar e etc. Mas como não sou o Nelson, fico com a minha visão mais superficial sobre a escolha deste artefato.

Era uma noite de sexta-feira e saíamos de um bar de São Paulo...

Só um adendo sobre assuntos de boteco. Em algum momento o assunto será sexo, isso é inevitável, assim como futebol. É impressionante como pessoas que nunca se viram na vida podem ter tanta intimidade na mesa do bra, principalmente mulheres. Mulheres adoram falar baboseiras no boteco, principalmente pras desconhecidas. Valorizam um pouco, claro. Dizem que o cara com quem saiu é fantástico, incansável, maravilhoso. Vamos lá, colegas, quantos incansáveis vocês conheceram na vida? Podem rir, eu sei a resposta.

Bem, voltando ao bar na noite de sexta. O assunto era sexo e feminismo. O chato feminismo que já joguei pedras milhares de vezes.
Meu amigo sugeriu que eu comprasse um vibrador. Na hora me veio "Why not?".Fomos na movimentada Rua Augusta em busca do falo de ouro. Eles não tinham o playstation. Sim, vibradores tem nomes e categorias.

Fomos achá-lo na consolação. Ok, piada pronta. E um ótimo lugar pra se comprar um consolo.

Check list: vibra? tem uma cor legal? temperatura? tamanho? movimentos circulares? bolinhas? poderosas garras? Sim, atende aos requisitos básicos. Tudo isso por R$195,00 parcelados no Mastercard. Escolher pênis com seus amigos de boteco, não tem preço.

Igual criança em noite de natal, abrimos no carro pra ver o que ele fazia. Não, não fizemos suruba. Só queríamos ver melhor o que ele fazia. No meio da Av Paulista, trânsito parado, e a gente colocando pilha naquilo - 4 pilhas. Com esta quantidade de pilhas achei que poderia voar, mas não voa.

Um carro com um senhor de aproximadamente 50 anos para ao lado do nosso bem na hora em que ele acendeu as luzes. Ele não segurou o sorriso. E com um sorriso amarelo e um singelo "aceita", ofereci meu brinquedo novo. Ele riu mais uma vez. Gente, vamos compbinar, qual o absurdo em comprar um vibrador?

Quando cheguei em casa, já tínhamos dado um nome à ele - Smith. Senhor Smith. Uma homenagem ao Brad Pitt, meu símbolo sexual da adolescência.

Desde aquela noite no boteco, Smith e eu temos tido uma relação de afeto e amizade sincera. Ele não me pertuba, não pergunta com quem estou, pra onde vou, não liga se eu fiz a depilação correta, se eu estou de pijama ou lingerie. Sempre firme e forte!
Até que apareça alguém que realmente valha a pena, o Sr Smith tem sido uma excelente companhia. Sinto que quando a nossa relação terminar, sentirei saudades, mas sabe como é, a vida vai precisar continuar. E infelizmente ele não beija e nem faz cafuné, porque se fizesse, a solteirice seria permanecida pelo resto da minha vida.