sábado, 31 de janeiro de 2009

O Google destruirá o mundo?

O mundo está acabando. Antes eu tinha uma profunda preocupação com a notícia de que foi feito um estudo por alguém bastante criativo no qual diz que a criação de gado prejudica relevantemente a camada de ozônio. E o Brasil é campeão neste quesito devido ao fato de que em nosso País há cerca de 200.000.000 de cabeças de gado, que a cada segundo emitem uma grande quantidade de gás metano para a camada de ozônio através do peido. Isso me tirou o sono por dias.

Agora uma nova pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Harvard, sempre eles, descobriu que DUAS míseras buscas realizadas no Google podem gerar a mesma quantidade de gás carbônico que o ato de ferver água em uma chaleira.

Este artigo saiu na Time online, IstoÉ e afins.

Estima-se que que a contribuição da navegação na internet para o volume total de CO2 lançado anualmente na atmosfera do planeta esteja na casa dos 2%.

Dá medo. Este lance de ser politicamente correto deixa qualquer pessoa doida. Não posso ferver água, para o café, não posso fumar, muito menos acessar a internet. Ou seja, as minhas manhãs estão perdidas. Faço as três coisas ao mesmo tempo.

Enquanto isso, as ruas vão continuar congestionadas por culpa de gigantescos veículos automotores movidos a combustível fóssil, e as montadoras vão abocanhar a maior fatia da grana quando houver nova quebra na economia. Agora eu preciso me preocupar com o meu singelo café+cigarro+internet matinal?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Conselho

''Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faz canteiros como os que os outros tem,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde es teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vem do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faz de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu es
-Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roca
A erva tão pobre que nem tu a vês....."

Fernando Pessoa.

Chuveiro não faça assim comigo

Charlize Theron, a queridinha de Woody Allen, afirmou que fica de boa uma semana sem tomar banho.

E mesmo assim ganha horrores fazendo propaganda do perfume J´adore, da Dior.

Partindo desta lógica, podemos em breve ver Fabiana Karla (Dra Lorca do programa Zorra Total) fazendo propaganda de Diet Shake.

Love boat

Diego Mendes de Oliveira morreu de um tipo de meningite.
A Secretaria de Saúde de São Paulo disponibilizou um telefone para orientar quem teve contato com ele no transatlântico Soberano.
O serviço registrou a ligação de 10, sim eu disse DEZ mulheres, alegando terem tido relações sexuais com Diego. Lembrando, o cruzeiro durou SETE dias.

E eu que achava que cruzeiro marítimo era um passeio entediante...

Eu nasci em circunstâncias incomuns

"O curioso caso de Benjamim Button" é um drama baseado no conto escrito pelo famoso escritor norte americano F. Scott Fitzgerald, que narra a história de Benjamin Button, um homem que nasce com 80 anos e na medida que os anos vão passando, começa a rejuvenescer.

Assim que li a sinopse quis ir ao cinema. Fui ontem.

É um filme sobre a vida, sobre o ser humano seguir seu coração. Uma reflexão sobre o quanto todos somos únicos e ao mesmo tempo tão iguais, não importa o quanto tentemos fugir disso.

Várias vezes durante o filme eu pensei no quanto sou sortuda por estar viva e o quanto eu esqueço desta minha sorte.

Diversas pessoas compararm o filme a Forrest Gump. Ambos os roteiros atravessam várias décadas da História norte-americana e mostram amores de infância que duram para sempre. E assim como Gump, Button luta contra a adversidade de ter nascido diferente. Os dois amadurecem no mar e têm uma prova de fogo na guerra.
Mas, apesar das semelhanças, são dois filmes bem diferentes, cada um com seus méritos.

A lição foi didaticamente explicada. Segundo o filme, o tempo é o dono do mundo. E o relógio não pára. Muito menos anda para trás.

Pegue seu saco de pipoca e tire suas conclusões.

Slogan britânico

"Deus provavelmente não existe. Agora, pare de se preocupar e aproveite a vida" - Ariane Sherine, 28 anos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

La vie en Rose

Davi não conseguia parar de chorar. A chuva caia no pára-brisa na mesma intensidade em que rolava por seu rosto.

Colocou a mão na boca como quem tenta inibir que seus pensamentos saiam por sua boca, e que suas palavras se tornem verdade. Tinha vontade de matá-la. A mataria com as próprias mãos se fosse possível.

A velocidade fazia com que a chuva batesse cada vez mais forte no pára-brisa . Correu o máximo que pode. Queria chegar em casa o mais breve possível. Não sabia bem o motivo, mas sabia que chegar em casa aliviaria a sensação de desamparo que estava sentindo.

Lembrava nitidamente do dia em que foi apresentado à Verônica por Carlos, seu melhor amigo.
Carlos vivia dizendo que ela era magra demais e que tinha um péssimo gosto para se vestir. Mas era muito boa com os negócios da família dela.

Saimos algumas vezes. E essas poucas vezes se transformaram em muitas, até que um dia ela o pediu em casamento. Sim, ela que pediu.
Ele achava que um dia encontraria uma mulher linda e inteligente, a pediria em casamento, e teriam dois filhos, um menino e uma menina.

Com Verônica nada disso se tornou realidade. Ela o pediu em casamento, depois de um ano de casados, ele assumiu a vice-presidência da indústria do pai de Verônica. Depois da morte de seu pai, ele assumiu a presidência.

- Verônica, o que você faz aqui?
- Vim dar ao Carlos o que ele merecia?
- O quê?
- Ele não tinha o direito de nos trair. Você sabia que ele estava roubando a empresa do meu pai? O nosso patrimônio, Davi.
- Onde ele está?
- Tomando banho.
- Vocês transaram?
Silêncio...
- Diga alguma coisa? Carlos, vem aqui!

Foi até o banheiro. Carlos estava dentro de uma banheira cheia de gelo. O gelo ainda tinha cor de sangue vivo. Os olhos de Carlos estavam estalados, semelhantes a de um peixe morto.

Verônica tomava vinho na sala e ouvia Piaf. Não se alterou em momento algum.

Davi não disse absolutamente nada. Fechou os olhos do amigo e saiu do apartamento.
Verônica gritava os versos de La vie en rose.

Chegou em casa, abraçou a foto em que ele e Carlos estavam apostando corrida na infância e derramou as últimas lágrimas.
A viagem para Irlanda nunca mais aconteceria. Não conheceriam os Alpes suiços, nem Pequim. Todos os planos foram por água abaixo, Verônica descobriu tudo.

Ao final de La vie en rose Verônica deu um tiro na boca.

Amor ou paixão?

É estranho olhar para alguém que nos fez companhia por tanto tempo e não reconhecer mais os mesmos sentimentos que eu tínhamos quando conhecemos a pessoa.
Continuar gostando, mas não sentir mais os calafrios, a vontade de estar sempre junto. Quando diziam que a paixão acabava, eu nunca imaginei que a sensação fosse tão desconfortável.

A paixão acabou, mas o amor permaneceu. E por mais que o amor seja um sentimento nobre, acho que prefiro a paixão.

Gosto da sensação de arrepio, dos pensamentos diários, do medo de perder, o desafio da conquista diária, o turbulhão de sentimentos difusos e inconsistentes.

E quando a paixão se transforma em amor, as relações ficam mais difíceis de ter um ponto final.
De certa forma você conviveu muito bem com aquela pessoa, teve momentos lindos, e não tem motivos para querer que a sensação tranquila e gostosa de um amor suma. Mas mesmo assim, não pára de pensar na maldita paixão.

Acho que há pessoas que são apaixonadas pela paixão, e essas pessoas jamais conseguem se desvencilhar desta inquietude.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Eu vi

Eu lembro de uma novela bem velha em que a personagem dizia "meninos, eu vi". Ontem, reunida com meus amigos, utilizamos esta frase para fazer um resumo da história.

Resolvemos assistir o discurso do tio Obama. Ficamos uma hora discutindo o tal discurso. Definitivamente o cara é um líder nato.

Ver aquele discurso foi arrepiante. Meio melancólico, mas bem escrito. Ali acontecia um momento histórico. E o mais louco é estar presente para ver esses feitos históricos.

Foi daí que surgiu o "meninos, eu vi".

Vi um negro ser presidente dos Estados Unidos.

Vi dois aviões repletos de pessoas destruírem o símbolo do capitalismo.

Vi uma transmissão ao vivo de guerra.

Vi o presidente bonitão passar pelo processo de Impeachment.

Vi a guerra do Golfo passar na televisão.

Vi o enterro da Lady Di.

Já vi tanta coisa, que parece que estou com cem anos.

Caralho, o tempo passa bem rápido...

Republicanos e Democratas já foram um só

Por 23 anos, o partido dominante na política americana teria um nome praticamente cômico para os dias de hoje: Partido Republicano-Democrata, fundado por Thomas Jefferson, o cara da nota de dois dólares.
Em 1833, uma cisma em torno do presidente Andrew Wilson, iniciada por meras questões de tributos, dividiu o partido.

Os apoiadores do então presidente acabram fundando o Partido Democrata, e os inimigos, o Partido Whig. Os Whigs brigaram em 1956. A polêmica da vez era a respeito da escravidão.

Os antiescravistas fundaram o atual Partido Republicano.

Os escravistas foram para o politicamente correto Partido Democrata que ironicamente, tem um presidente negro eleito.

Vou mudar de time

"Tem gente que não gosta do meu otimismo. Mas eu sou corintiano, católico, brasileiro e, sobretudo, presidente do País. Como poderia não ser otimista?" - Luiz Inácio Lula da Silva.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Muito chato

Está para nascer algo mais chato que Big Brother.
Um é pouco, dois é bom, três é demais.

Tudo começa com um "uhu estou no BBB!". Deve ser bem legal para quem entra, mas para quem está de fora, é um saco. Bom, pelo menos pra mim.

Hoje eu resolvi ver. Aguentei doze minutos.
Não sei se é porque é o começo, ou se é porque a receita já deu o que tnha que dar. Só sei que achei tudo muito chato.

Pode ser que eu cuspa para cima e caia bem na minha cara. Mas por dinheiro nenhum eu ficaria como um macaco de circo dentro de uma caixa de vidro dentro de um shopping.

Na hora que passou aquele povo dentro da tal casa de vidro, senti que era hora de desligar a televisão.
Sabe vergonha alheia? Acho que foi isso que eu senti.

Será que um milhão vale todo e qualquer tipo de exposição?

domingo, 11 de janeiro de 2009

James Blunt

Quando me disseram que seria James Blunt que abriria o show de Elton John, busquei em meu arquivo fonográfico quem seria a pessoa em questão.
A resposta veio rápido "You´re beautiful". Só por esta música ter infernizado meus ouvidos durante um ano, já não iria a um show deste senhor.

Resolvi dar um voto de confiança ao cidadão e ouvir outras músicas. Então ouvi outro hit "Same Mistake". Esta ficou na minha cabeça nem sei quanto tempo.

Assisti PS eu te amo, e até chorei com a música. Depois ela tocou 56783 vezes toda vez que a chata da Maria Paula (Marjorie Estiano) aparecia em Duas Caras. Acabou todo o encanto.


Todas as músicas do ex-militar são iguais. Baladas românticas que dão vontade de cortar os pulsos.
Visto isto, ele foi a melhor escolha para abrir show do Elton John.

Vai ser bem romântico. Por isso, casais, ainda há ingressos.

Pela bagatela de R$ 550 dinheiros, você e seu amor podem ouvir todas as baladas de Elton John e James Blunt de uma tacada só.

Se depois disso ele não te pedir em casamento, desencana!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Torpedos e mulheres

Acredito que torpedo seja coisa de mulher.
Mulher adora mandar torpedo. Torpedo não é uma forma de comunicação confiável. Mas mesmo assim, insitem.

A cadeia de acontecimentos é mais ou menos assim:

- Ela manda o torpedo porque não tem coragem de ligar, e acha que vai incomodar a pessoa.

- Junta toda a mulherada em volta do celular.

- Ela começa a escrever, e apaga, umas duzentas vezes.

- Quando finalmente o best seller está escrito, passa pela aprovação de todas.

- Sempre tem uma espírito de porco que diz que não mandaria aquele torpedo.

- Mais uma hora de discussão.

- Aí chega o momento que ela toca o foda-se, e manda o tal torpedo. Torpedo este que consta uma mensagem subliminar que só a pessoa em questão entenda. Afinal, vai que justamente naquele final de semana ele conhece a mulher da vida dele. Não será ela a estragar isso.

- Mensagem enviada com sucesso.

- Então começa o inferno. De cinco em cinco minutos ela vai olhar no celular.

- Começa uma discussão na mesa sobre a não resposta. Várias hipóteses. Inclusive a fatídica - ele não recebeu o torpedo. Há as mais pessimistas que dizem que a pessoa em questão não tem crédito no celular.

- Se a resposta não vem, ela desliga o celular para acabar com a angústia.

- Se vem, começa tudo de novo.

Se sofrem tanto, não entendo porque ainda insistem no torpedo.

Hoje não dá

Não tem nada no universo que me irrite mais que o clima oba-oba que se instala no País no começo do ano.

Meu outro siso está nascendo, e minha dentista nem pode fazer o parto. Ela está viajando.

Eu não consigo arrumar o computador porque o cara que faz estes trabalhos pra mim está de férias.

Tudo muito lento. Todo mundo que eu falo: "Vamos, lá. Preciso deste relatório para hoje!", me respondem que o ano ainda está começando.

Então vamos fazer assim, eu aperto o botão pause da minha vida, e assim que todo mundo resolver trabalhar, a gente se fala.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Hava Nagila

Filha de família judaica e criada em Londres, a cantora Amy Winehouse, conversando com seu produtor Mark Ronson, planeja a gravação de um álbum de canções judias.

Segundo a revista Rolling Stone, a cantora deve entrar em estúdio para gravar o álbum ainda este ano.

Só espero que ela não surte, e queira fazer um show beneficente na faixa de Gaza, o que seria a cara da doida.

Não é tão amigo

O tempo, definitivamente, não foi amigo de Mickey Rourke.
Em 1986 o cara arrancava suspiros da mulherada. Cara de cafajeste, ollhar misterioso, enfim, sonho de consumo.
Em 86 eu não tinha idade para assistir 9 semana e meia de amor. O filme era tão comentado, que assim que eu tive idade para ver, aluguei a fita. Perto do que passa na televisão hoje, o filme era fichinha.
Hoje me deparei com uma foto do ator. Mickey Rourke não causaria arrepios nem na tia Nalva (frequentadora de salas de bate papo).
Depois de apanhar muito nos ringues, nem as plásticas deram jeito. Agora ele interpreta um lutador em The Wrestler que estréia no Brasil em 6 de fevereiro.
Pra mim ele pode ficar com toda a roupa, e se possível, com um chapéu também.
Ao ser questionado sobre a perca do status galã, deve dar a seguinte resposta: "O tempo me deu sabedoria e experiência". Só isso, diga-se de passagem.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A tia

Tia sempre é foda. A minha então, nem se fala.

Ela ligou hoje para desejar feliz ano novo.

- Já que nenhuma sobrinha ligou, eu ligo.

- Pô, tia, eu não ligo para ninguém.

- Pros teus namoradinhos você deve ligar.

- Pior ainda, tia. Não tenho namoradinho nenhum.

- Você ainda não está namorando?

- Não, tia.

- Namora seu chefe.

- Ele é gay.

- Alguém do trabalho, sei-lá.

- Todos gays!

- Você trabalha numa boate gay agora?

- Quase isso...

- Se você estivesse na igreja, teria arrumado alguém. Na igreja não tem gay, é pecado.

- Ah, tia, não estou procurando nada.

- Entra na internet. Não, melhor não. Esses dias eu entrei e quando eu disse que era médica o cara disse que me queria ver peladinha cuidando dele. Fique chocada.

- Mas o que você estava fazendo numa sala de bate papo?

- Curiosidade. Bem, você é nova ainda. Lembre-se, eu casei aos 45.

Ela foi bem animadora. Feliz ano novo, tia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Maysa

Não tenho idade para ser fã de Maysa. Na verdade a acho muito deprê. No entanto, a minissérie pacere excelente. Que fotografia é aquela? Lindíssima!

Larissa Maciel, atriz que interpreta Maysa, é muito expressiva. Representa muito bem o papel.
São apenas 9 capítulos, e mesmo o sono querendo vencer-me, vou assistir.
Todo mundo diz que ela é a cara da Maysa. Não achei. Na minha modesta opinião, ela é muito mais parecida com a Drew Barrymore, do que com a Maysa. Vocês não acham?

sábado, 3 de janeiro de 2009

São Paulo pára?

Já entediada de fazer artesanato, decidi que era hora de ver o que a minha cidade tinha a me proporcionar.

Liguei para uma amiga que não via desde os primórdios da humanidade e decidimos ir ao cinema, que diga-se de passagem não tem nenhum filme bom passando.
Imaginei que teria um cinema à disposição. Usaria duas poltronas, tiraria o sapato e colocaria as pernas para cima sem ter um ser humano para me encher o saco. Doce engano!

Chegamos ao shopping no meio da tarde e simplesmente não achávamos uma vaga para estacionar.
Depois de rodar uns quinze minutos pelo estacionamento, encontramos a tão sonhada vaga. Era o prenúncio do inferno. O shopping estava lotado.

Mesmo assim, imbuída do meu espírito brasileira, aquela que não desiste nunca, fui até o cinema. A fila estava quilométrica. Sim, quilômetros de fila.

Fala sério! Cinco horas da tarde e aquele inferno na Terra. Desistimos do cinema. Tentamos então comer alguma coisa. Mais fila. Este povo não tinha ido viajar?
Como estava com fome, aguentei firme e forte ser atendida.

A noite sai para tomar cerveja com outra amiga. Um calor do inferno, chovendo mais que no dia do dilúvio, e os bares cheios. Trânsito às onze da noite. Mais uma vez; este povo não tem o que fazer?

Hoje acordei com a idéia fixa de ir ao teatro. Entrei em todos os sites procurando uma boa peça. Surpresa, não tinha nenhuma. As que eu estava com vontade de assistir só voltam depois do dia 15 de janeiro.

Vai se ferrar!

Se viajo, tenho que disputar o metro quadrado de areia. Se fico em São Paulo, preciso brigar com as pessoas no trânsito, pegar filas e rezar para ter alguma coisa legal para fazer.

Defitivamente precisamos de uma campanha de natalidade urgentemente. Tem gente demais no mundo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Máquina do tempo

Estou me sentindo velha. Estranho dizer isso aos 27 anos. Minha vó ao ler isso vai rolar no chão de tanto rir. Mas a sensação é esta.

A leitura dos diários mexeu comigo. Deu vontade de entrar na máquina do tempo de reviver alguns momentos. Não tive vontade de mudar nada do que eu fiz até hoje. O que eu fiz me tornou a pessoa que sou hoje. E por mais que eu passe longe da perfeição, estou bem com a pessoa que me tornei.

Comecei a ler todos os dias primeiros de janeiro da minha vida. Você deve estar pensando "desde quando esta louca escreve?". Escrevo diário desde 1994. São 14 livros sobre a minha vida. o décimo quarto ficou um pouco em branco. Com a correria do ano passado deixei muita coisa passar sem registro.

Ainda não tenho meu diário de 2009. Mas amanhã resolverei isso. Vai ser divertido chegar em 2019 e ler o que aconteceu no dia 1 de janeiro deste ano.

1 de janeiro de 1999: Não achei o diário de 1999.

1 de janeiro de 2000: Caralho, 2000. Sem escola. Sem faculdade, não passei em direito. Pô, passei em publicidade. Meu pai disse que não vai pagar a faculdade de PP. Porra, o que vou fazer este ano?
Já começo o ano sem saber o que fazer. Este ano promete.

1 de janeiro de 2001: Bem, estou em Pinhalzinho. Passei o Reveillon aqui. Estava na companhia das minhas duas melhores amigas; Mainan e Vivian. Acho que isso já é um indício de um ano fabuloso.

1 de janeiro de 2002: Fomos à praia ver a queima de fogos. Maravilhosa. Aliás, que cidade gostosa. Salvador é uma delícia

1 de janeiro de 2003: Acordei fritando na barraca. O calor está insuportável. Bêbada, sem chinelo, porque perdi ontem na praia, e nem consigo dormir na minha própria barraca, é de foder. O importante é estar em Trindade.

1 de janeiro de 2004: O albergue está engraçado. Duzentas pessoas em uma casa na Praia Grande. Onde fui amarrar o meu jegue?

1 de janeiro de 2005: Choveu no Guarujá. Passei a virada parecendo um pinto molhado. Voltei para São Paulo. Precisava voltar o mais rápido possível, queria vê-lo de qualquer jeito. Cheguei em casa e fiz o almoço pra gente. Disse que tinha cozinhado com minhas próprias mãos, mas comprei congelado e só fiz o molho.

1 de janeiro de 2006: Sol e água fresca. A piscina está uma delícia. O som maravilhoso, e as companhias, melhores aindas. Nada melhor que estar entre amigos.

1 de janeiro de 2007: Um frio desgraçado. A primeira pessoa que eu cumprimentei foi uma estranha. Campos do Jordão é uma cidade de velhos. A mais nova do hotel era eu. E lá estava eu, de vermelho, quando o músico da banda cantou lady in red. O resto é impublicável.

1 de janeiro de 2008: Floripa é uma cidade mágica. Fizemos uma puta ceia de Reveillon, tocamos, cantamos dançamos, bebemos feito vacas, e fomos deitar mais de 5 da manhã.

1 de janeiro de 2009: Acordei com uma ressaca do demônio ao meio dia. É isso que dá tomar vinho barato.

Entre borrachas e apontadores

As pessoas da década de oitenta devem lembrar da música que dá título ao texto.
Acho que foi esta a sensação ao mexer no baú das recordações.
Sabe aquela caixa em que as pessoas guardam o primeiro bilhete, a flor murcha que ganhou na adolescência, os diários e afins? Era nela que eu mexia quando lembrei da música.

Começar o ano novo remexendo no passado chega a ser engraçado. Por mais que as coisas se renovem, é sempre bom lembrar do passado. Principalmente das coisas boas.

Li um trecho do meu diário de 1996. A caneta era rosa com brilho:

"Não sei o que acontece. Ele não me ligou até agora. Não consigo parar de olhar para o telefone. Tenho medo de sair de casa e ele ligar".

Bom, se na época eu tivesse celular, a história seria contada de forma diferente.

O mais curioso é que se eu não tivesse voltado umas três páginas, não saberia quem era o tal ele que eu falava.

Em 1998 o ele já era outro.
Os anos foram passando e o tal ele foi mudando.

E depois de tantos eles, é cômico pensar o quanto sofria e achava que a vida não teria sentindo sem algum dos eles.

Faz quatro anos que não tem nenhum ele na minha vida.
De certa forma sinto falta da coisa adolescente, que por mais que envelheçamos, sempre existirá. Afinal de contas, a paixão é, e sempre será, um sentimento juvenil.

E para quem não lembrou da música, eis um trecho:

Entre borrachas e apontadores
Mora o meu grande amor
Colei seu nome com várias cores
No livro que ela me emprestou
Mandei mil balas e mariolas
Roubei as flores todas do jardim
Eu faço tudo na minha escola
Pra ver se ela gosta de mim

O feno

O feno acabou de passar por mim. A cidade que tanto me estressa está vazia. É inacreditável. Ninguém habita meu bairro. E nem minha casa, diga-se de passagem.

Meu telefone não tocou. Não que ele sempre toque, e que eu seja uma pessoa muito requisitada, mas ficar o dia inteiro sem tocar, é a primeira vez. Cheguei até a tirar do gancho para ver se havia algo de errado. Notei que a única coisa de "errada" é que não tem nenhum amigo na cidade.

Resolvi ligar para desejar um feliz 2009. Depois de três tentativas, desisti. Os celulares estavam fora de área.
Fazia mais de 5 anos que não passava as festas de final de ano na cidade. Tinha esquecido o quanto é entediante.

Já li, já dancei, cantei, assisti filmes, assisti programas da tarde, arrumei meu guarda-roupas, limpei a casa, e o dia não acabava. Aliás, ainda não acabou.

O dia primeiro de janeiro do ano de 2009 entrou para a minha história pessoal como sendo o dia mais longo de toda a minha existência. Nunca na história deste País, houve um dia tão longo!