Estou me sentindo velha. Estranho dizer isso aos 27 anos. Minha vó ao ler isso vai rolar no chão de tanto rir. Mas a sensação é esta.
A leitura dos diários mexeu comigo. Deu vontade de entrar na máquina do tempo de reviver alguns momentos. Não tive vontade de mudar nada do que eu fiz até hoje. O que eu fiz me tornou a pessoa que sou hoje. E por mais que eu passe longe da perfeição, estou bem com a pessoa que me tornei.
Comecei a ler todos os dias primeiros de janeiro da minha vida. Você deve estar pensando "desde quando esta louca escreve?". Escrevo diário desde 1994. São 14 livros sobre a minha vida. o décimo quarto ficou um pouco em branco. Com a correria do ano passado deixei muita coisa passar sem registro.
Ainda não tenho meu diário de 2009. Mas amanhã resolverei isso. Vai ser divertido chegar em 2019 e ler o que aconteceu no dia 1 de janeiro deste ano.
1 de janeiro de 1999: Não achei o diário de 1999.
1 de janeiro de 2000: Caralho, 2000. Sem escola. Sem faculdade, não passei em direito. Pô, passei em publicidade. Meu pai disse que não vai pagar a faculdade de PP. Porra, o que vou fazer este ano?
Já começo o ano sem saber o que fazer. Este ano promete.
1 de janeiro de 2001: Bem, estou em Pinhalzinho. Passei o Reveillon aqui. Estava na companhia das minhas duas melhores amigas; Mainan e Vivian. Acho que isso já é um indício de um ano fabuloso.
1 de janeiro de 2002: Fomos à praia ver a queima de fogos. Maravilhosa. Aliás, que cidade gostosa. Salvador é uma delícia
1 de janeiro de 2003: Acordei fritando na barraca. O calor está insuportável. Bêbada, sem chinelo, porque perdi ontem na praia, e nem consigo dormir na minha própria barraca, é de foder. O importante é estar em Trindade.
1 de janeiro de 2004: O albergue está engraçado. Duzentas pessoas em uma casa na Praia Grande. Onde fui amarrar o meu jegue?
1 de janeiro de 2005: Choveu no Guarujá. Passei a virada parecendo um pinto molhado. Voltei para São Paulo. Precisava voltar o mais rápido possível, queria vê-lo de qualquer jeito. Cheguei em casa e fiz o almoço pra gente. Disse que tinha cozinhado com minhas próprias mãos, mas comprei congelado e só fiz o molho.
1 de janeiro de 2006: Sol e água fresca. A piscina está uma delícia. O som maravilhoso, e as companhias, melhores aindas. Nada melhor que estar entre amigos.
1 de janeiro de 2007: Um frio desgraçado. A primeira pessoa que eu cumprimentei foi uma estranha. Campos do Jordão é uma cidade de velhos. A mais nova do hotel era eu. E lá estava eu, de vermelho, quando o músico da banda cantou lady in red. O resto é impublicável.
1 de janeiro de 2008: Floripa é uma cidade mágica. Fizemos uma puta ceia de Reveillon, tocamos, cantamos dançamos, bebemos feito vacas, e fomos deitar mais de 5 da manhã.
1 de janeiro de 2009: Acordei com uma ressaca do demônio ao meio dia. É isso que dá tomar vinho barato.