segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lembranças

Vou pedir delicadamente licença ao presente, e vou reviver um pouco de passado. Estou saudosista. E isso é gostoso. Saudade é uma palavra doce e um sentimento muito bom de se sentir. Dá vontade de rir, de chorar, faz coceguinhas nas covinhas só de pensar em algumas coisas. Não se chega a rir, é somente "coceguinhas nas covinhas".

Sabia que eu tinha um diário? Sim tive diário até os 25 anos. E me arrependo amargamente de ter parado de escrever. Era delicioso. Tão delicioso quanto ler agora.

Tenho uma caixa de memórias. Nesta caixa guardo tudo que foi relevante na minha vida. É uma caixa de pandora do meu passado. Do meu delicioso passado.

Com a correria do dia a dia, tenho a impressão que estou perdendo algumas coisas suaves do cotidiano, a algria do cotidiano. Sim, ele pode ser alegre.
Eu acordava cedo, escrevia até cansar, e trabalhava depois do meio dia.
Ganhava pouco dinheiro, é verdade. Mas ganhava muito em felicidade.

Os últimos três anos passaram que eu nem vi. Trabalhei tanto, que nem me lembro da última vez que abri a minha caixinha de pandora.

Achei uma fita do U2. Na caixinha está escrito "espero que goste da banda". A data? 1995. Nossa, como posso lembrar de coisas tão antigas?
Quando os momentos são especias, você lembrará deles para o resto da vida. Como a noite em que fui conhecer um carinha da internet.

Era março de 2005. Naquele momento eu não tinha ideia de que um simples carinha da internet seria tão importante e se tornaria hoje, quase 6 anos depois, um dos donos das minhas mais doces memórias. Ainda pertence ao meu presente, não como naquele março de 2005, mas ocupa um lugar mais que especial.

Bom lembrar da vida. Bom lembrar de tudo de bom que me aconteceu. Bom saber que eu tenho a minha caixinha de pandora para abrir quando eu tiver saudade de mim. Bom saber que eu ainda posso voltar no tempo e reviver coisas boas.

Fechei meus olhos e me vi com uma camiseta cinza com a foto do álbum Pop do U2 e atrás estava escrito 89, a rádio rock (bem, na época tocava rock), um jeans rasgado, deitada na porta do Morumbi um dia antes do show do U2 de 98. Dentro da caixa de pandora tem fotos deste dia.

Dentro da caixa de pandora existe uma Viviane que eu jamais quero esquecer, mas que infelizmente não consegue ver o mundo com os olhos de uma adolescente que quer revolucionar o mundo.

A vida te engole se você deixar. O tempo passa e você nem percebe. Onde eu estive nos últimos 3 anos?

A caixinha precisa de novas memórias.

sábado, 30 de outubro de 2010

Brazil

Alguém que ri para o povo e acena o tempo todo com as mãos, amanhã rirá de você e roubará o seu suado dinheiro.

Amanhã tenho que ir para uma festa ridícula chamada festa da democracia.
Democracia? Que democracia é essa? Democracia de gente banguela que vota por uma dentadura nova, vota por um pedaço de pão e luz pra todos em sua casa.

Política para os muitos que acreditam que alguém consiga salvar este país.
Brasileiro é feliz. Eu já questiono esta frase. É feliz mesmo? Ou ri por demência.
Levam nosso dinheiro na cueca, no sapato, na puta que o pariu e ainda nos pedem para que os escolhamos para continuarem a entrar em seus jatinhos e desinfetarem suas mãos toda vez que aperta a mão de um pobre.

Aproveitem, agora será a última vez que chegarão perto daquele que governará o país.
Quando se chega ao poder, não se vê quem está embaixo.

Tenho vergonha de ser brasileira. Tenho vergonha do jeitinho que se dá nas coisas. Tenho vergonha da "expertesa" (sic). Tenho vergonha até das mulatas que rebolam a bunda no carnaval e trás milhares de turistas porque as mulheres brasileiras são calientes, vugo fáceis.

Vou votar sem emoção. Vou votar porque sou obrigada. Porque das duas opções que me restaram, nenhuma me inspira confiança ou consegue pelo menos me enganar de que serão diferentes dos demais.

Vou sorrir com meus dentes amarelos e naturais, porque ainda não preciso de dentadura. Mas posso afirmar que PT ou PSDB, se eu precisar de uma dentadura no ano de 2015, terei-a o mais breve possível.

Brasil, lugar de gente feliz.

Ode ao amor

Ele não existe.
Depois de anos a fio, compreendi que aquilo que me disseram quando eu ainda era criança não passava de galhofa idiota.
Andei por aí, tentando acreditar, mas é uma das maiores mentiras da humanidade.

Aquele amor colorido de estórias, não exite.
Existe um tal jogo da sedução. Existe um tesão, que como diria Rita Lee é prazer individual.
Existe qualquer outra coisa química que explique algumas relações.
Existe o medo de ficar só.
Existe a vontade de encontrar alguém em que você acredite que há amor.
Existe qualquer coisa, uma coisa pequena, que as pessoas usam quatro letras para designar como especial.

Ele morreu antes mesmo de nascer lá naquela história do tal Adão e de sua senhora. Tentaram ali instituir o amor, mas não deu certo. Uma serpente safada apareceu e criou o tesão. Tesão pelo proibido. E tudo que era para ser cinderelesco, parou por ali.

Agora chega de enganação. Vamos para tal realidade de pia cheia de louças, de crianças chorando e de um comercial utópico de margarina que nos faz acreditar que amanhã será melhor. Não, não será. Não viva achando que amanhã será melhor. E que quando morrer você vai para o céu. E lá sim terá algo infinitamente melhor.

Alguém te engana e ri de você enquanto você passa boa parte da vida procurando o tal amor.

Salve à ignorância, que faz das pessoas mais felizes. Ela sim é uma demonstração de amor à mente humana.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Looser

Tem coisa pior que gente looser?
Acredito que não.
O mundo está uma festa, tem gente nua por todo lado, a cerveja está gelada, o dono da casa disse que você pode usar o quarto dos pais dele, e o cara diz "Ah, eu estou sozinho!". Seja descolado, rapaz. Use o quarto dos pais do anfitrião nem que seja para prazer a dois "você e sua mão". Não perca as oportunidades.

Saiu os números da mega e ele ganhou a quadra com mais 9000 pessoas. Ele logo reclama e acha um saco. Pense pelo lado positivo, você pagou somente um real nesta merda e ainda vai poder dizer para os seus netos que já ganhou na mega.

Se increveu para o BBB e assim que sai o nome do primeiro selecionado, já começa a fazer o discurso de o importante é participar, que ele já sabia que o programa era comprado, que um amigo já sabia inclusive o nome dos selecionados. Se ele já sabia disso, por que raios fez a inscrição então? Resposta: Para reclamar depois.

Sabe que o trânsito de São Paulo é um inferno, mas mesmo assim decide fazer os caminhos que todos mundo faz e fica no engarrafamento xingando. Ao ser questionado do motivo pelo qual nã procurou outro caminho a resposta vem de imadiato, medo de se perder. Compra um GPS, porra!

Looser gosta de dar desculpas para tudo, reclama de tudo, nada está bom, e o mundo definitivamente não presta.
O mundo só presta pra quem sabe aproveitá-lo. Seja menos looser, arranque a roupa, e se jogue!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Gato

Sim, você chegou aos 29 anos e ainda está solteira!
Não, você não irá casar, fato.
Então, o que fazer?
Comprar um gato, porra! Coisa mais óbvia. A gata de um amigo pariu a mesma quantidade de pessoas da China. Sem saber o que fazer, perguntou se eu queria.
Tem algo mais clichê que uma solteirona com um gato? Impossível.

Antes de contratar o Félix, pedi para ele fazer uma experiência. Pô, se as empresas fazem isso, não vejo porque eu não poderia fazer o mesmo.

Assinamos um contrato de uma semana. Se rolasse uma química, o Félix seria meu.

Segunda-feira: A campainha toca logo cedo. O Félix chegou. Uma gracinha!
Segunda-feira 22:30 (aprox): Chego em casa e o Félix cagou em todos os lugares possíveis e imagináveis, exceto na tal caixinha de terra.

Ligo para o meu amigo. Ele me diz que eu preciso ensinar o gato. Porra, eu já não tenho filho porque não tenho tempo de ajudar a fazer lição de casa, agora vou ter que ensinar o gato?

Tentei 3 dias fazer ele cagar no lugar certo. Como moro sozinha, não vejo problema algum em pagar mico. Coloquei a máscara do Garfield, tipo para ver se rolava uma amizade. O gato quase me matou à unhada.

Tentei ser amiga, tentei conversar, brincar, mas o gato não curtiu muito. Toda vez que eu chegava em casa ele fazia cara de esnobe.
Com medo de perder a minha casa, devolvi o Félix.

Hoje é sexta-feira, admito, estou com saudade. Mas não vou voltar atrás. Vou morrer solteirona, mas sem gatos!

Copa?



E não é que está rolando uma Copa do Mundo? Às vezes esqueço disso. Não consegui ver quase nada. Jogos em horários péssimos, horário comercial.
Infelizmente não posso fechar a minha sala e sair para assistir à jogos, mas eu adoraria.
O único jogo que senti o tal clima da Copa foi o de domingo.Até comprei uma vuvuzela! Mas quem disse que eu consigo usar?

Próxima Copa eu vou tirar férias, viu?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Aniversário

Estava aqui em casa me lamuriando da vida. Aí lembrei que eu posso escrever e lamuriar no blog. Afinal, que lê esta joça?

Hoje completei 29 anos. Antes eu tinha um problema com idade. Detestava falar a idade. Agora, pouco importa. Idade é uma consequência da vida.

Resolvi pensar em algumas coisas. Por exemplo, o que eu aprendi em 29 anos? Vamos por tópicos. Minha versão sobre o famoso "Use protetor solar!"

- Família é o bem mais precioso que o ser humano pode ter, depois dela vem os amigos.
- Beber cerveja dá muita vontade de mijar.
- Nunca, em hipótese alguma, faça faculdade de comunicação social. Pós? Muito menos.
- Enquanto você sair com homens comprometidos, nunca terá um namorado.
- Sorria um pouco mais. Sua cara é sempre fechada.
- Quando alguém te desagradar, peide e saia andando.
- Nunca, jamais, never, o mundo inteiro vai te amar. Nem cerveja é unanimidade.
- Use drogas, assim poderá participar de um debate sobre o assunto.
- Seja sem noção, toque vuvuzela!
- Ânimo, você morava num saco. Pq ainda não aceitou que, às vezes, ou muitas vezes, sei-lá, a vida É um saco!
- Crescer dói
- O banco não é seu amigo. E o Itaú não foi feito para você.
- Em algum momento da vida você terá um envolvimento homossexual, eu já tive o meu.
- Dar o cu dói. Você não precisa testar para saber.
- Fazer 29 anos é o começo da descida da ladeira. Balzac só escreveu sobre a mulher de 30 porque nenhuma ninfeta dava bola para ele.

Enfim, a vida pode não estar da forma como a gente gostaria que estivesse, mas pense como empresa....ESTAMOS TRABALHANDO PARA ISSO!

FELIZ ANIVERSÁRIO, VIVIANE.

domingo, 13 de junho de 2010

Cala boca, Galvão?

A moda no twitter é mandar o Galvão calar a boca.
Hoje eu assisti Alemanha x Austrália, e mesmo tendo diversas opções de narração, ainda assim assisti pela Globo. E nem posso dizer que os enquadramentos da Globo são melhores e todo aquele clá, blá, blá. Afinal, as imagens são iguais para todas as emissoras. O diferencial? Galvão Bueno.

Não adianta, não consigo assistir jogo de Copa do Mundo sem o Galvão.
Tudo começou lá em 1994, minha primeira Copa do Mundo, nos Estados Unidos.
Eu não saia mais cedo da escola, eu estudava pela manhã, mas mesmo assim, foi a melhor Copa que eu já assisti. E foi com o Galvão Bueno que tive a minha primeira experiência futebolística. Acho que por isso não consigo largar o cara de vez.

Foi o Galvão que me ensinou o que é um empedimento, falta, lateral, 4X4, ataque em linha e tudo que eu precisava saber para torcer pela seleção.

Galvão narra para as pessoas que só assistem futebol em época de Copa,e é isso que faz com que a Globo tenha esta esmagadora audiência.

O Galvão fala muita merda? Ah, se fala. E é isso que faz com que os jogos fiquem mais animados. Ele faz comentários óbvios? Que bom, tem muita gente que não conseguiria acompanhar os jogos de outra forma.

Falem bem, falem mal, falem o que quiser, Galvão enquanto tiver fôlego, vai narrar os jogos importantes da TV Globo.

E enquanto a gente fala mal, ele ganha um dos salários mais altos da emissora.
Eu não me importaria em ganhar o que ele ganha, mesmo tendo o twitter em peso escrevendo para eu calar boca.

Foi, foi, foi, foi ele! Galvão Bueno!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cadê o Zé Gotinha?

Cada dia, cada hora, cada minuto que passa, me sinto mais perto dos 30. Ai, que medo!
Parece que se nada acontecer até lá, a vida será uma eterna desgraça. Dizem que depois dos 30, definitivamente você está na vida adulta.

Hoje eu tomei vacina da gripe suína, gosto de chamar assim, nada de nome científico.
A mulher ficou olhando com uma cara desconfiada e perguntou a minha idade.

- 28, parece mais?

Ela riu.

Viviane, 28 anos, solteira e...ah, faz tempo que não uso drogas. Bem, maconha não conta. E mesmo assim senti falta das gotinhas.

Na hora de me vacinar, queria que o Zé Gotinha estivesse lá para dizer que não ia doer nada. Não doeu nada, mas eu queria ganhar um saquinho de pipoca e tirar a foto com o Zé Gotinha, aí eu iria fazer bico e chorar só para ganhar mais alguma coisa da minha mãe.

O cara de 2 metros e 200 quilos mandou eu levantar a manga da blusa, nem oi me deu. Se fosse na bunda, não teria abaixado as calças. Deu a injeção e disse para eu segurar um algodão no braço e pressionar por dois segundos. Sai segurando um algodão que nem doce era. Nem carimbinho na carteira de vacinação teve.

Sabe, este negócio de ser adulto não tem a menor graça.

Tomar vacina já foi melhor.

sábado, 27 de março de 2010

O mundo de Oz

Aparece um cara na televisão e cumprimenta alguns ET´s de uma nave doida chamada Big Brother Brasil.
E toda vez que isso acontece, eu penso no que passa na cabeça dessas pessoas que estão confinadas. Imagine agora, você sentadão no seu sofá, e não mais que de repente, aparece o Pedro Bial. E não é só isso. Ele sabe o que você come, o que você fez nas últimas semanas, sabe até se você foi ao banheiro muitas vezes.

O cara que dá boa noite à nave, sem nunca ter feito parte do seu cotidiano real, sabe tudo sobre você. E não é só ele. O Brasil sabe o que você fez no verão passado.

Ali você se expõe, chora, ri, é chacota para o Brasil, arranja amores e desafetos. E depois, quando a luz apagar, e você pegar sua malinha e passar pela porta colorida do mundo mágico de OZ, vida real vai cobrar tudinho que você falou em segredo achando que ninguém fosse ouvir.

Dizer que a vida é um livro aberto é uma coisa, escancarar seu livro e fazer dele um best seller é outra totalmente diferente.
Na vida real você arranca algumas páginas. No mundo de Oz, mesmo que você fizesse isso, o Brasil veria.

Você é feio, tem celulite, come igual um animal, e daí? Você está na sua casa, e fique tranquilo, o Bial não vai aparecer.

A estrada de tijolos amarelos que levam à UM MILHÃO E MEIO parece linda e fácil, mas é tão feia quanto o que você faz quando ninguém está por perto para espiar.

A ciranda do amor

Já estava com 30 anos quando lhe pegaram na mão pela primeira vez.
Ele afastou aqueles longos cabelos que lhe tampavam os olhos para ver aqueles olhos miúdos, que não acreditavam no amor, brilharem como se vivesse seu primeiro amor. Era o primeiro.

O primeiro amor acontece lá nos primórdios da vida quando você encontra aquela pessoa de uniforme escolar. Com ela aocntecia aos 30 anos.

Achava que não podia ser verdade. O coração disparou, o peito estremeceu, as pernas bambearam, e as tais borboletas voaram bem no seu estômago.

Ouviu pela primeira vez "eu te amo". Frase de cinema, novela, de pessoas ao seu redor, mas que nunca havia ouvido. Aos 30 anos ouvia pela primeira vez algo que não ouviu sequer de sua mãe. E como era bom ser amada, e como era bom ter aquelas mãos sobre a sua. E como era lindo o vôo das borboletas coloridas.

Ficou na porta para ver seu amor patir. Falava baixinho "eu te amo!", falou tantas vezes quanto pôde. Eu te amo, eu te amo, eu te amo...Passaria a eternidade dizendo a frase que esperou 30 anos para ouvir.

Fechou a porta de casa e ficou dizendo aquela frase mágica. Deitou-se e ainda lembrava das mãos, dos olhos e das famosas borboletas.

Não acordou no dia seguinte.

Como última homenagem lhe deram um arranjo de flores com os dizeres "nós te amamos". E porque nunca disseram?

Fiapo de vida

As semanas te engolem.
Olha pra trás e pensa que tudo passou rápido.
Passou?
Está passando.
Um minuto parece uma eternidade enquanto se respira este minuto.
Um gênio. Todos são, e se acham, menosprezados por uma sociedade burra.
Capitalismo. Você é quanto você tem. E você, gênio, tem quanto?

Dizem que a vida é bonita.
Não é bonito ver os pés rachados com o corpo tapado por um cobertor xadrez.
Não é bonito ver um cabelo que não tem memória de um pente.
Um sorriso sem dente.

Uma cidade cinza que as semanas te engolem.
Amigos que os ouvidos doem.
Doem com a pobreza, doem com as lamúrias.
Doem com as angústias das semanas que engolem.

Dói a esperança sofrida de uma vida mal vivida.
Dói a espectativa do gênio.
Dói saber que faz parte de uma grande massa.

Saber que o universo é infinito, que as galáxias são distantes.
Saber que as semanas, os minutos, o dinheiro, a vida te engolem.

Até quando, gênio único?
Até quando vai doer?

domingo, 14 de março de 2010

Medo de amar

Estava ouvindo Tom Jobim e Dolores Duran cantando Medo de amar. Vinícius acerta em cheio na letra, simplesmente maravilhosa. Não conhece? Opa, leia aqui embaixo:

Vira esta folha do livro e se esqueça de mim.
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim.
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raíz.
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz.
Agora vá a sua vida como você quer, porém não se surpreenda se uma outra mulher,
nascer de mim. Como do deserto uma flor e Compreender que o ciúme é o perfume do amor.

Lição dada.

Claro que é ruim

Ontem, duas horas de tentativa para conseguir falar com um atendente da operadora Claro.
Fui desconectada inúmeras vezes. É humilhante demais. Você fica mais de 11 minutos na fila aguardando ser atendido. Quando acredita que finalmente vai acontecer, um sem educação desliga na sua cara.

A nova Lei do SAC não funciona. Tenho uns quinhentos protocolos anotados, fui transferida inúmeras vezes. O cara do outro lado da linha acha que está lhe fazendo um favor em atendê-lo. Ok, ele ganha mal. E o que eu, como cliente, tenho a ver com isso?

Você tem que entrar na linha e pedir pelo amor de Deus para não ser desconectado. A telefonia do Brasil é uma das mais caras do mundo, e é este atendimento péssimo que eles oferecem? Há exceções, como em tudo nesta vida, mas 90% do atendimento telefônico é péssimo. Nunca fiquei tão emputecida!
Vou cancelar o serviço em breve, assim que me livrar da multa que eles me obrigam a pagar. Infelizmente, no mundo de hoje, não se pode viver sem telefone e internet, porque a vontade que eu tenho é de voltar a mandar telegrama – os correios funcionam infinitamente melhor.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Eco

Sabe, eu estava pensando, realmente é impossível ser feliz sozinho.

Parece conversa fiada de gente carente, você podem dizer ou pensar. Mas a frase da minha vó de “antes só do que mal acompanhado”, é mentira. Vó, foi mal, mas desta vez você não tinha razão.
Não tem coisa pior que chegar em casa e não ter com quem conversar, contar sobre o dia, falar mal do chefe, dizer que ninguém trabalha naquela empresa, essas coisas banais.

Comecei a perceber que de uns tempos pra cá tenho falado sozinha, tenho visto e revisto minha agenda telefônica sem achar ninguém que eu queira falar, e além disso, eu simplesmente odeio bater papo por telefone.

Fazia muito tempo que não me sentia tão sozinha.

Já pensou ficar velhinha sozinha, sozinha, sozinha de tudo?

Semana que vem vou procurar algum trabalho voluntário. Cuidar de alguns idosos, conversar e jogar gamão. Xi, não sei jogar gamão.

Alguma coisa eu preciso fazer, porque esse negócio de falar sozinha está meio complicado.

domingo, 10 de janeiro de 2010

De Arnaldo Jabor a Ana Maria Braga

Estou lendo umas crônicas do Jabor, o cara definitivamente me faz pensar que o mundo é uma grande merda, e quem não viveu na década de 50 se fodeu por ter perdido os melhores anos do Brasil. Um saudosismo que chega a doer, críticas que fazem você achar que mais nada vale a pena, e que o mundo não tem jeito mesmo. Mas tem um ponto positivo, te faz pensar.

Sabe aquele dia em que você acorda questionando a existência? Pois é, hoje foi um dia desses.

Domingo é um bom dia para se questionar a existência.

Vinha caminhando vagarosamente, quase me arrastando, e pensando na bunda da Juliana Paes, na futilidade do twitter, até no Hugo Gloss. Pensando em como o ser humano é imbecil. Questionando valores.

Passou por mim, e parou no farol, um carro com uma senhora no banco de passageiro. O motorista provavelmente era seu filho. Domingo, dia internacional de levar a mãe idosa para passear. Ele não demonstrava nenhum interesse por ela. Ela segurava uma garrafinha pet de água e com o olhar perdido olhava a rua vazia. Dá medo envelhecer.

Às vezes dá uma vontade de largar de mão. Pra quê tudo isso? Você se fode de trabalhar, agüenta desaforos, parece uma formiga no grande formigueiro que é o mundo, e pode morrer sem ter feito absolutamente nada de relevante. Relevante, em minha opinião: descobrir a cura do câncer e da AIDS, ser chefe de Estado, acabar com a fome no mundo, ganhar um Nobel de qualquer coisa, entende? E quando penso que nada disso vai acontecer, dá certa insignificância à vida. Os otimistas falarão do amor.

Mas que amor? Isso ainda existe? O amor está no hospital e morrerá de falência múltipla. E como diria meu pessimista amigo Jabor, o amor hoje dura duas Capas de Caras. Mas Jabor já casou milhares de vezes, talvez ele ainda acredite no amor, apesar de criticá-lo com tanta garra.

Pensei até nos suicidas. Parece que o cara é um perdedor, mas de verdade, às vezes dá vontade de dar um game over nisso tudo. Quem nunca teve? Só que o ser humano é tão narcisista, que não consegue pensar num mundo sem ele. E pra onde se vai depois de tudo isso? Se for ateu, não se mata mesmo. Acho que só cristão se suicida. Bobagens.

Ouvi um barulho e fumaça logo a minha frente. Demorei alguns segundos para perceber que era uma batida entre um ônibus em um carro. Bem ali na minha frente, logo quando eu ia atravessar a rua. Olhei para dentro do carro, um cara gemia de dor com a cabeça ensangüentada. Logo aglomerou um monte de gente, pessoas falavam ao celular, caos na avenida são João.

Acho que ele não vai morrer, apesar de ter bastante sangue no local. A única coisa que consegui falar foi “Não encostem nele até o resgate chegar!”. Tudo o que eu pensei foi amassado e arremessado na lixeira como o jornal de ontem. Em poucos segundos passei do pessimismo de Jabor, para a frivolidade de Ana Maria Braga.
Sim, a vida é bela. Foda-se se todo mundo gosta da bunda da Juliana. Ferre-se o Hugo Gloss puxando o saco de celebridades no twitter, que se lasque os que entraram no BBB. Respirar já é uma grande dádiva. E se Deus realmente existe – Você é O CARA. Se não existir, o jogo ainda vale a pena. Jogue os dados!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

No waves

Eu sempre tenho uma sensação enorme de Déjà vu no dia 31. Estranho pra caramba!
No dia 31 não quis inovar, não quis colocar a cor do amor, ou a da paixão, ou do dinheiro. Sim, já tentei todas elas, e continuo sem dinheiro e sem o tal amor.

Às 21:00 começou a correria, roupa passada, fila para o banho - afinal, sempre tem um monte de gente em alguma casa no litoral.

A roupa era branca, acho que foi a única coisa que respeitei. Me sentiria um alien se estivesse com outra cor.
Mas só de sacanagem, não pulei as sete ondas, não fiz os pedidos de ano novo, não me obriguei a comer lentilhas, não usei uma calcinha nova, não fiz absolutamente nenhum ritual. 2010 que me desculpe, mas ele vai ter que me provar que vale a pena. Cansei de ficar bajulando o ano novo, é a vez dele me bajular pra ver se eu consigo gostar dele.
Até agora não mostrou nenhuma novidade, mas eu sou paciente, te dou 360 dias para se revelar, heim?

Aos que ainda acompanham este blog desértico, um excelente ano novo. E que tudo se realize no ano que nasceu...E toda aquela coisa.