Acordei cedo. Na verdade nem dormi muito. Sei-lá, sabe aquela sensação de criança esperando o Papai Noel? Acho que era mais ou menos isso.
A roupinha estava pronta, o tênis escolhido, trilha sonora escolhida a dedo com sugestões de amigos, tudo pronto para cumprir a promessa de começo de ano. Aquelas que fazemos a nós mesmos no dia 31 de dezembro. Nem eu levei a sério no começo. Eu? Correr? Mas estava acontecendo. E hoje era o dia. O dia de cumprir a promessa.
Ao andar pela Avenida Paulista repleta de gente que assim como eu tinha sua história com aquela corrida, histórias de superação, enfim, histórias, me emocionei. Aliás, descobri em 2013 que sou uma chorona de marca maior.
Continuei ali andando, olhando as pessoas, estava sozinha, e ao mesmo tempo tão bem acompanhada. Uma energia indescritível.
E quando vai se aproximando da hora da largada, vai dando um frio na barriga, a dúvida de se dá para finalizar de boa, enfim, um misto de coisas. Liguei minha trilha sonora que começava com Space Odity - David Bowie, e aquele mar de gente foi se locomovendo, gritando, sorrindo, desejando "Feliz Ano Novo". Um mar de gente a perder de vista. Não sabia se sorria, se chorava, se corria. Na dúvida fiz os três.
O corpo começou a esquentar, e a sensação de "Caralho, que máximo!" só ia aumentando a cada passada.
O cenário é simplesmente sensacional. Sei-lá, me faltam adjetivos para falar o que se vê correndo a São Silvestre.
Criancinhas de mãos estendidas esperando você bater, senhoras que lavavam o quintal e aproveitavam para molhar os corredores, garrafinhas de água de onde não se imagina, senhores superando seus limites e correndo num calor senegalês. Gritos de incentivo. Um misto de sensações que só quem já passou sabe do que estou falando.
Corri ao lado de uma menina que conheci na largada. E um esporte que deveria ser individual, se mostrou solidário. Corremos no mesmo ritmo, fui incentivada, incentivei, e na subida quando achávamos que era o momento de andar, alguém surgiu gritando "Só 2km. Vamos!!!!". Não pensei duas vezes, continuei a correr e a gritar "Bora, meu povo!". E um incentivou o outro, e quando olhei para os lados, tinha uma galera sorrindo e falando palavras de incentivo. A corrida é generosa.
E no final da Brigadeiro, ahhhhh, nem sei o que domina a gente. Uma vontade enorme de gritar, chorar, sorrir, "Porra, terminei!!!!", e aí é correr pro abraço, correr com sorriso largo, braços abertos e agradecer à Deus pela oportunidade de sentir tudo isso de uma vez só.
A trilha sonora tocava Bitter Sweet Symphony assim que entrei na Paulista. Arrepiada. Chorei de novo. As pessoas aplaudiam, e por um dia, me senti atleta. A melhor sensação do mundo.
A São Silvestre é uma corrida linda. Não se vai para a São Silvestre fazer o melhor tempo da vida. Se vai à São Silvestre para comemorar a vida.
Terminei meu ano comemorando a vida. Muito obrigada, vida.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Queijos e envelhecimento
Daniele Winits usou numa entrevista ao Fantástico a frase do meu mestre
Nelson Rodrigues: “Jovens, envelheçam”. Daniele Winits e Nelson Rodrigues no Fantástico, em uma série que fala de como deve ser “SENSACIONAL/MEGA/PLUS/BLASTER” chegar aos 40.
Que me perdoem as que chegaram, ou as que estão quase lá. Mas nem com toda esta propaganda, tenho interesse. Aliás, se pudesse, tinha parado nos 25. Foi a melhor idade? Não. Estava plena e realizada? Não. Esta no meu esplendor físico? Não. Então, por que queria parar nesta idade? Não sei. Gosto do número. E, além disso, eu poderia ser considerada ainda uma jovem promissora.
Mas estão fazendo tanta propaganda do envelhecimento, que já tem gente aguardando ansiosamente este momento pleno da sensacional velhice.
Maitê Proença entrou nesta comunidade. Só que está defendendo o time das cinquentonas.
“Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola”– Maitê Proença
Com este argumento, ninguém me convence de que envelhecer é cool. Envelhecer é moderno, envelhecer é foda. Só falta dizerem - Seja velho você também.
Cada idade tem seus dramas, dúvidas, anseios, dificuldades. Ou vocês acham que é simples ser adolescente? A cara enche de espinha, os hormônios estão a mil, depressão e euforia no mesmo dia, às vezes com intervalos de 1 hora entre um estado e outro.
Maitê, Daniele, e todos que passaram dos 30. Daqui pra frente, é ladeira abaixo. É ruim? Nem fodendo. Faz parte de uma fase. Não somos os donos da razão, e nem temos o segredo da vida.
Tem um pessoal com menos idade, que daria banho em muitos de nós. Sejamos modestos. Sabedoria e experiência vêm com o tempo. Mas também não é pré-requisito.
Sejamos velhos quando tivermos que sermos velhos. Aceitemos que a vida passa pra todos. Até para os jovens, pasmem! Ou esquecemos que já fomos jovens?
Cada um na sua e vivendo harmoniosamente. Não quero nenhuma menina de 20 anos querendo ser gorgonzola, heim? Aproveitem seu lado parmesão, ricota, frescal, ou seja lá que cacete de queijo você é.
Feminismo, feminilidade, feminina
Lembro que em uma das minhas revoltas de SOLTEIRAFODEUFIQUEIPRATITIA, uma amiga disse que eu precisava entrar em contato com a minha deusa interior. Deusa? A tal deusa da feminilidade. E eu, que tenho vaidade -1, pensei muito sobre o tema.
Eureka, é isso! Tá faltando Deusa interior. Tá faltando feminilidade, tá faltando rosa, cacete!
Após a dieta que me fez perder 20 quilos, resolvi reformar meu guarda-roupas, parar de fumar, e ler revistas femininas para ser feminina. Até li uns textos da Martha Medeiros. Senti sono, admito. Assisti Sex and the City, a bíblia da futilidade. Fiz tudo que as mulheres precisam fazer. A minha praticidade beirava o desleixo. E não queria ser desleixada. Li até autoajuda, vai que dá certo. Precisava ter este encontro com a minha feminilidade. Onde foi que eu a perdi?
Fazendo um resgate, cheguei à preguiça. O pecado capital do mal que faz a gente se foder muito na vida. Ser bonita dá trabalho. Ser interessante dá trabalho. Ninguém acorda linda e resolve ser só linda “Só sentar naquele cantinho, e ser linda”. Não, isso não funciona. Requer esforço, e eu tenho preguiça. Muito mais simples ser Hommer Simpson (meu ídolo até então).
Senta-se no sofá, abre uma cerveja, e assiste TV.
Mas quem disse que eu quero namorar o Hommer?
E se eu não quero o Hommer, imagine os homens.
O Hommer é o amigo da cerveja, o cara do bate papo, o cara da piada solta, que peida do seu lado, conhece seu lado podre, e ri com você dele. Enfim, eu era o Hommer. Os caras me adoravam.
Sempre convidada pra todas as mesas de bar. Sempre a divertida que os caras adoravam...conversar. E eu queria isso? Não! Mas tinha preguiça de mudar. Na verdade ainda tenho. Mas não adianta eu ter ódio mortal das Barbies, criticar a futilidade, se no fundo, 15% de rosa não faz mal a ninguém.
Ser mulher nunca foi fácil. E nem nunca será. Esta pessoa que é inteligente, linda, simpática, educada, divertida, e que ainda trepa bem, não nasceu assim. Eu não acredito em resgate da Deusa interior. Não é possível que esta pessoa habite em mim naturalmente, mas se tem que fazer o parto dela, vamos que vamos!
Vou ai parir a Deusa interior, e já volto.
Eureka, é isso! Tá faltando Deusa interior. Tá faltando feminilidade, tá faltando rosa, cacete!
Após a dieta que me fez perder 20 quilos, resolvi reformar meu guarda-roupas, parar de fumar, e ler revistas femininas para ser feminina. Até li uns textos da Martha Medeiros. Senti sono, admito. Assisti Sex and the City, a bíblia da futilidade. Fiz tudo que as mulheres precisam fazer. A minha praticidade beirava o desleixo. E não queria ser desleixada. Li até autoajuda, vai que dá certo. Precisava ter este encontro com a minha feminilidade. Onde foi que eu a perdi?
Fazendo um resgate, cheguei à preguiça. O pecado capital do mal que faz a gente se foder muito na vida. Ser bonita dá trabalho. Ser interessante dá trabalho. Ninguém acorda linda e resolve ser só linda “Só sentar naquele cantinho, e ser linda”. Não, isso não funciona. Requer esforço, e eu tenho preguiça. Muito mais simples ser Hommer Simpson (meu ídolo até então).
Senta-se no sofá, abre uma cerveja, e assiste TV.
Mas quem disse que eu quero namorar o Hommer?
E se eu não quero o Hommer, imagine os homens.
O Hommer é o amigo da cerveja, o cara do bate papo, o cara da piada solta, que peida do seu lado, conhece seu lado podre, e ri com você dele. Enfim, eu era o Hommer. Os caras me adoravam.
Sempre convidada pra todas as mesas de bar. Sempre a divertida que os caras adoravam...conversar. E eu queria isso? Não! Mas tinha preguiça de mudar. Na verdade ainda tenho. Mas não adianta eu ter ódio mortal das Barbies, criticar a futilidade, se no fundo, 15% de rosa não faz mal a ninguém.
Ser mulher nunca foi fácil. E nem nunca será. Esta pessoa que é inteligente, linda, simpática, educada, divertida, e que ainda trepa bem, não nasceu assim. Eu não acredito em resgate da Deusa interior. Não é possível que esta pessoa habite em mim naturalmente, mas se tem que fazer o parto dela, vamos que vamos!
Vou ai parir a Deusa interior, e já volto.
Teorema G
Esses dias eu ouvi uma teoria da conspiração sobre orgasmos. Descobri que muito homem lê Claudia, Marie Claire e essas revistas femininas que falam sobre o tal ponto G. Mistério inclusive pra mim que sou mulher quiçá para os homens!
Mas eles, bravamente, estudam sobre o teorema do G.
Já me disse logo de cara. É o seguinte, é uma técnica infalível para saber se elas gozaram. Olhe para os pés. Se eles esticarem bastante, e os dedinhos balançarem, batata, ela gozou.
Um outro, mais ousado, disse que sai uma única e solitária lágrima do olho esquerdo. Fiquei pensando se em mulheres canhotas, sairia do direito. E não parou por aí, vieram teses sobre a potência do gemido. Uns disseram até sobre a entonação correta do gozo.
Eles estavam tão experts, que não tive coragem de desmentir as lendas. Até esbocei uma tentativa de dizer que as mulheres são diferentes e sentem diferente, mas não quis acabar com um sonho. Continuei ali, sentada, ouvindo as lendas sobre o ponto G, e me sentindo um saci, um boi Tata, sei-lá, algo assim, meio que uma lenda.
E foi nas profundezas do rio Amazonas. Eis que uma bela mulher nua saia das águas, ventre proeminente, cabelos negros e cumpridos lhes tampavam os seios, olhar profundo, olhos negros e sem vida. Eis que esta mulher continha o segredo. Segredo este que todos os pescadores buscavam incessantemente durante séculos. Diziam na região que um dia esta mulher sairia do rio e mostraria a homens de boa vontade o segredo da existência. Eles sabiam que aquele era o momento.
Sem dizer uma palavra, a mulher que saiu do rio, levou os pescadores em direção a um baú onde encontrariam o mapa. Somente aquela mulher tinha a chave que abria o baú. Era o momento de descobrir onde ficava o ponto G.
Acho que seria mais ou menos assim, se fosse uma lenda folclórica. E seria ótima, melhor do que o Canto da Sereia.
Mas eles, bravamente, estudam sobre o teorema do G.
Já me disse logo de cara. É o seguinte, é uma técnica infalível para saber se elas gozaram. Olhe para os pés. Se eles esticarem bastante, e os dedinhos balançarem, batata, ela gozou.
Um outro, mais ousado, disse que sai uma única e solitária lágrima do olho esquerdo. Fiquei pensando se em mulheres canhotas, sairia do direito. E não parou por aí, vieram teses sobre a potência do gemido. Uns disseram até sobre a entonação correta do gozo.
Eles estavam tão experts, que não tive coragem de desmentir as lendas. Até esbocei uma tentativa de dizer que as mulheres são diferentes e sentem diferente, mas não quis acabar com um sonho. Continuei ali, sentada, ouvindo as lendas sobre o ponto G, e me sentindo um saci, um boi Tata, sei-lá, algo assim, meio que uma lenda.
E foi nas profundezas do rio Amazonas. Eis que uma bela mulher nua saia das águas, ventre proeminente, cabelos negros e cumpridos lhes tampavam os seios, olhar profundo, olhos negros e sem vida. Eis que esta mulher continha o segredo. Segredo este que todos os pescadores buscavam incessantemente durante séculos. Diziam na região que um dia esta mulher sairia do rio e mostraria a homens de boa vontade o segredo da existência. Eles sabiam que aquele era o momento.
Sem dizer uma palavra, a mulher que saiu do rio, levou os pescadores em direção a um baú onde encontrariam o mapa. Somente aquela mulher tinha a chave que abria o baú. Era o momento de descobrir onde ficava o ponto G.
Acho que seria mais ou menos assim, se fosse uma lenda folclórica. E seria ótima, melhor do que o Canto da Sereia.
Lista de Final de Ano
Pra quê serve o fim do ano? Para fazermos promessas, oras. E pra que servem as promessas? Para eu desistir delas no dia 5 de janeiro.
Todo ano faço uma lista gigante que tento dar “ok”, mas nunca consigo finalizar. De uns tempos pra cá tenho sido realista, e traço logo 3 metas e tá bom demais.
Sim, tirar a bunda da cadeira e fazer alguma atividade física estava logo entre os primeiros mandamentos de todos os anos. E depois de 31 anos, finalmente concretizei. Tá vendo, não podemos ser tão exigentes e acharmos que tudo se resolve da noite pro dia.
Organizar melhor as despesas, finanças etc.
Fazer um plano de previdência ou alguma caixinha do gênero para uma velhice com mais dignidade.
Ver mais os amigos que não vejo com frequência. Até marco, marco e desmarco. E todo ano a gente fala “precisamos nos ver mais, heim?”.
Prometo até que preciso de uma religião ou algo para ter fé. Minha mãe diz que eu sou uma pessoa sem fé. Isso tem me preocupado.
Haja boas intenções na caderneta, afinal de contas, o papel aceita tudo.
E o ano vai acabando, e eu sentindo aquele sentimento de “caralho fiz porra nenhuma”. Mas aí vem meu lado positivo e prático: Vivi, porra! Já tá bom. Terminei a merda do ano sem morrer. Já tá bom!
Claro que com certo exagero nos ditos prazeres mundanos e esticadas boemias.
Devoção exagerada na busca do amor? Que pecado há neste ato de fé e generosidade?
Sem esquecer o velho mantra, que ouvi pela primeira vez de um personagem do filme “A Felicidade não se compra”, de 1946, dirigido por Frank Capra: “Da vida nada se leva a não ser o amor dos amigos”.
O senhor que diz tal pérola de sabedoria está na pior, na miséria, um urubu, caro Augusto, havia pousado no seu ombro e na sua sorte. O seu olho, no entanto, brilha, como nunca, quando recebe a visita de seus camaradas na cela de uma cadeia.
É, não sigo muito minhas listas. Nunca. Que falta me fez? Nenhuma. E já diria o Rei, “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.
Todo ano faço uma lista gigante que tento dar “ok”, mas nunca consigo finalizar. De uns tempos pra cá tenho sido realista, e traço logo 3 metas e tá bom demais.
Sim, tirar a bunda da cadeira e fazer alguma atividade física estava logo entre os primeiros mandamentos de todos os anos. E depois de 31 anos, finalmente concretizei. Tá vendo, não podemos ser tão exigentes e acharmos que tudo se resolve da noite pro dia.
Organizar melhor as despesas, finanças etc.
Fazer um plano de previdência ou alguma caixinha do gênero para uma velhice com mais dignidade.
Ver mais os amigos que não vejo com frequência. Até marco, marco e desmarco. E todo ano a gente fala “precisamos nos ver mais, heim?”.
Prometo até que preciso de uma religião ou algo para ter fé. Minha mãe diz que eu sou uma pessoa sem fé. Isso tem me preocupado.
Haja boas intenções na caderneta, afinal de contas, o papel aceita tudo.
E o ano vai acabando, e eu sentindo aquele sentimento de “caralho fiz porra nenhuma”. Mas aí vem meu lado positivo e prático: Vivi, porra! Já tá bom. Terminei a merda do ano sem morrer. Já tá bom!
Claro que com certo exagero nos ditos prazeres mundanos e esticadas boemias.
Devoção exagerada na busca do amor? Que pecado há neste ato de fé e generosidade?
Sem esquecer o velho mantra, que ouvi pela primeira vez de um personagem do filme “A Felicidade não se compra”, de 1946, dirigido por Frank Capra: “Da vida nada se leva a não ser o amor dos amigos”.
O senhor que diz tal pérola de sabedoria está na pior, na miséria, um urubu, caro Augusto, havia pousado no seu ombro e na sua sorte. O seu olho, no entanto, brilha, como nunca, quando recebe a visita de seus camaradas na cela de uma cadeia.
É, não sigo muito minhas listas. Nunca. Que falta me fez? Nenhuma. E já diria o Rei, “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.
A hora do basta
Como toda boa mulher, a hora do basta sempre é a mais difícil. Mulher é um ser que tem desculpas para tudo:
Ele não veio porque provavelmente o pneu do trem estourou;
Não ligou porque o celular estava sem bateria, ou sem cobertura;
Ele me ama, mas não consegue assumir;
Ele não está feliz com ela, mas forças ocultas o obrigam a continuar;
Poderia passar o dia enumerando desculpas femininas. Sempre temos.
Mas há o momento em que nem a desculpa do “Abduziram o cérebro dele, e ele não sabe o que está fazendo” não cola mais. Aí é chupar o Chicabon da amargura, como diria Xico Sá parafraseando Nelson Rodrigues, e tocar o barco.
A hora do basta é a hora mágica em que a razão, quase ausente no sexo feminino, bate à porta e faz você reagir.
A hora o basta deve ser usada em todos os sentidos da vida. É o que eu chamo de “O grito da dignidade”. É o famoso tentei pra caralho, não funcionou, então vai tomar no cu.
E mulher, este ser fofo dos contos de fadas, não existe. E quando toca o sino do basta, nada a faz voltar a trás. Porque vem o senso de tempo perdido acompanhado de rancor, de tudo que se possa imaginar. E isso vai durar, por no mínimo, 37 encarnações. Entrar na lista negra de uma mulher é pior que está com nome sujo no Serasa.
Não espere chegar neste limite. Sejamos dignos com a gente.
Homens, sejam dignos com as mulheres. Que tal usarmos mais pontos finais? Nada de ponto e vírgula. Usemos exclamações!!!! Muitas!!!!! Somos latinos e temos sangue caliente. Quebremos pratos, quadros, recortemos fotos, coloquemos nomes na boca dos sapos! Sejamos gente, vamos sentir como gente. E se não for assim, desculpe, não era amor, não era paixão, não era nada. E o basta, será bem-vindo. E o basta será o que faltava para você; pois para ele, nunca existiu nada.
Basta é algo pessoal. Basta é quando do outro lado há só um concreto frio em que você insiste em bater, e ele nunca cederá. Enquanto você vê flores, o basta não vê nada. O basta é seu, unicamente e exclusivamente seu.
Sendo assim, basta.
Pra não passar em branco
Toda vez que entro nesses meus blogs de meu Deus, me dá um saudosismo barato de tudo que vivi e escrevi. Como se a pessoa que escreveu tudo isso, não fosse eu. Me surpreendo comigo mesmo. Os dilemas mudaram, voltaram a ser primários e mudaram novamente.
Gosto de me visitar, por este motivo não me livro dos blogs.
Mais uma promessa de ano novo, voltar a escrever aqui.
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