terça-feira, 24 de dezembro de 2013
A hora do basta
Como toda boa mulher, a hora do basta sempre é a mais difícil. Mulher é um ser que tem desculpas para tudo:
Ele não veio porque provavelmente o pneu do trem estourou;
Não ligou porque o celular estava sem bateria, ou sem cobertura;
Ele me ama, mas não consegue assumir;
Ele não está feliz com ela, mas forças ocultas o obrigam a continuar;
Poderia passar o dia enumerando desculpas femininas. Sempre temos.
Mas há o momento em que nem a desculpa do “Abduziram o cérebro dele, e ele não sabe o que está fazendo” não cola mais. Aí é chupar o Chicabon da amargura, como diria Xico Sá parafraseando Nelson Rodrigues, e tocar o barco.
A hora do basta é a hora mágica em que a razão, quase ausente no sexo feminino, bate à porta e faz você reagir.
A hora o basta deve ser usada em todos os sentidos da vida. É o que eu chamo de “O grito da dignidade”. É o famoso tentei pra caralho, não funcionou, então vai tomar no cu.
E mulher, este ser fofo dos contos de fadas, não existe. E quando toca o sino do basta, nada a faz voltar a trás. Porque vem o senso de tempo perdido acompanhado de rancor, de tudo que se possa imaginar. E isso vai durar, por no mínimo, 37 encarnações. Entrar na lista negra de uma mulher é pior que está com nome sujo no Serasa.
Não espere chegar neste limite. Sejamos dignos com a gente.
Homens, sejam dignos com as mulheres. Que tal usarmos mais pontos finais? Nada de ponto e vírgula. Usemos exclamações!!!! Muitas!!!!! Somos latinos e temos sangue caliente. Quebremos pratos, quadros, recortemos fotos, coloquemos nomes na boca dos sapos! Sejamos gente, vamos sentir como gente. E se não for assim, desculpe, não era amor, não era paixão, não era nada. E o basta, será bem-vindo. E o basta será o que faltava para você; pois para ele, nunca existiu nada.
Basta é algo pessoal. Basta é quando do outro lado há só um concreto frio em que você insiste em bater, e ele nunca cederá. Enquanto você vê flores, o basta não vê nada. O basta é seu, unicamente e exclusivamente seu.
Sendo assim, basta.