Pra quê serve o fim do ano? Para fazermos promessas, oras. E pra que servem as promessas? Para eu desistir delas no dia 5 de janeiro.
Todo ano faço uma lista gigante que tento dar “ok”, mas nunca consigo finalizar. De uns tempos pra cá tenho sido realista, e traço logo 3 metas e tá bom demais.
Sim, tirar a bunda da cadeira e fazer alguma atividade física estava logo entre os primeiros mandamentos de todos os anos. E depois de 31 anos, finalmente concretizei. Tá vendo, não podemos ser tão exigentes e acharmos que tudo se resolve da noite pro dia.
Organizar melhor as despesas, finanças etc.
Fazer um plano de previdência ou alguma caixinha do gênero para uma velhice com mais dignidade.
Ver mais os amigos que não vejo com frequência. Até marco, marco e desmarco. E todo ano a gente fala “precisamos nos ver mais, heim?”.
Prometo até que preciso de uma religião ou algo para ter fé. Minha mãe diz que eu sou uma pessoa sem fé. Isso tem me preocupado.
Haja boas intenções na caderneta, afinal de contas, o papel aceita tudo.
E o ano vai acabando, e eu sentindo aquele sentimento de “caralho fiz porra nenhuma”. Mas aí vem meu lado positivo e prático: Vivi, porra! Já tá bom. Terminei a merda do ano sem morrer. Já tá bom!
Claro que com certo exagero nos ditos prazeres mundanos e esticadas boemias.
Devoção exagerada na busca do amor? Que pecado há neste ato de fé e generosidade?
Sem esquecer o velho mantra, que ouvi pela primeira vez de um personagem do filme “A Felicidade não se compra”, de 1946, dirigido por Frank Capra: “Da vida nada se leva a não ser o amor dos amigos”.
O senhor que diz tal pérola de sabedoria está na pior, na miséria, um urubu, caro Augusto, havia pousado no seu ombro e na sua sorte. O seu olho, no entanto, brilha, como nunca, quando recebe a visita de seus camaradas na cela de uma cadeia.
É, não sigo muito minhas listas. Nunca. Que falta me fez? Nenhuma. E já diria o Rei, “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.