Esses dias eu ouvi uma teoria da conspiração sobre orgasmos. Descobri que muito homem lê Claudia, Marie Claire e essas revistas femininas que falam sobre o tal ponto G. Mistério inclusive pra mim que sou mulher quiçá para os homens!
Mas eles, bravamente, estudam sobre o teorema do G.
Já me disse logo de cara. É o seguinte, é uma técnica infalível para saber se elas gozaram. Olhe para os pés. Se eles esticarem bastante, e os dedinhos balançarem, batata, ela gozou.
Um outro, mais ousado, disse que sai uma única e solitária lágrima do olho esquerdo. Fiquei pensando se em mulheres canhotas, sairia do direito. E não parou por aí, vieram teses sobre a potência do gemido. Uns disseram até sobre a entonação correta do gozo.
Eles estavam tão experts, que não tive coragem de desmentir as lendas. Até esbocei uma tentativa de dizer que as mulheres são diferentes e sentem diferente, mas não quis acabar com um sonho. Continuei ali, sentada, ouvindo as lendas sobre o ponto G, e me sentindo um saci, um boi Tata, sei-lá, algo assim, meio que uma lenda.
E foi nas profundezas do rio Amazonas. Eis que uma bela mulher nua saia das águas, ventre proeminente, cabelos negros e cumpridos lhes tampavam os seios, olhar profundo, olhos negros e sem vida. Eis que esta mulher continha o segredo. Segredo este que todos os pescadores buscavam incessantemente durante séculos. Diziam na região que um dia esta mulher sairia do rio e mostraria a homens de boa vontade o segredo da existência. Eles sabiam que aquele era o momento.
Sem dizer uma palavra, a mulher que saiu do rio, levou os pescadores em direção a um baú onde encontrariam o mapa. Somente aquela mulher tinha a chave que abria o baú. Era o momento de descobrir onde ficava o ponto G.
Acho que seria mais ou menos assim, se fosse uma lenda folclórica. E seria ótima, melhor do que o Canto da Sereia.