terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feminismo, feminilidade, feminina

Lembro que em uma das minhas revoltas de SOLTEIRAFODEUFIQUEIPRATITIA, uma amiga disse que eu precisava entrar em contato com a minha deusa interior. Deusa? A tal deusa da feminilidade. E eu, que tenho vaidade -1, pensei muito sobre o tema.
Eureka, é isso! Tá faltando Deusa interior. Tá faltando feminilidade, tá faltando rosa, cacete!

Após a dieta que me fez perder 20 quilos, resolvi reformar meu guarda-roupas, parar de fumar, e ler revistas femininas para ser feminina. Até li uns textos da Martha Medeiros. Senti sono, admito. Assisti Sex and the City, a bíblia da futilidade. Fiz tudo que as mulheres precisam fazer. A minha praticidade beirava o desleixo. E não queria ser desleixada. Li até autoajuda, vai que dá certo. Precisava ter este encontro com a minha feminilidade. Onde foi que eu a perdi?

Fazendo um resgate, cheguei à preguiça. O pecado capital do mal que faz a gente se foder muito na vida. Ser bonita dá trabalho. Ser interessante dá trabalho. Ninguém acorda linda e resolve ser só linda “Só sentar naquele cantinho, e ser linda”. Não, isso não funciona. Requer esforço, e eu tenho preguiça. Muito mais simples ser Hommer Simpson (meu ídolo até então).
Senta-se no sofá, abre uma cerveja, e assiste TV.

Mas quem disse que eu quero namorar o Hommer?

E se eu não quero o Hommer, imagine os homens.
O Hommer é o amigo da cerveja, o cara do bate papo, o cara da piada solta, que peida do seu lado, conhece seu lado podre, e ri com você dele. Enfim, eu era o Hommer. Os caras me adoravam.
Sempre convidada pra todas as mesas de bar. Sempre a divertida que os caras adoravam...conversar. E eu queria isso? Não! Mas tinha preguiça de mudar. Na verdade ainda tenho. Mas não adianta eu ter ódio mortal das Barbies, criticar a futilidade, se no fundo, 15% de rosa não faz mal a ninguém.

Ser mulher nunca foi fácil. E nem nunca será. Esta pessoa que é inteligente, linda, simpática, educada, divertida, e que ainda trepa bem, não nasceu assim. Eu não acredito em resgate da Deusa interior. Não é possível que esta pessoa habite em mim naturalmente, mas se tem que fazer o parto dela, vamos que vamos!
Vou ai parir a Deusa interior, e já volto.