Você já perdeu alguma coisa que tivesse vergonha de perguntar onde foi parar?
Como questionar: "Onde foi parar o vibrador que eu deixei aqui?"
Ou ainda: "Você viu meu brinquedinho?"
Ou se toma coragem, e pergunta logo de cara sem usar frases de duplo sentido, por favor. Nada de - "onde eu enfiei meu vibrador!"- ou aceita o prejuízo. E não é um prejuízo qualquer, um companheiro deste que: canta, dança, representa, acente a luz, faz massagem, e diz que você é especial, custa bem caro.
Então o negócio é assumir a perverção e perguntar como se estivesse procurando uma pinça, com muita naturalidade.
- Hey, você viu meu vibrador rosa?
- Você tem um?
- Tenho. Você viu?
Silêncio.
- Nem sabia que você tinha um.
- Ou seja, não viu, né?
- Não.
- Me ajuda a procurar?
- Quando foi a última vez que o viu?
- Antes de viajar.
- Tem certeza que não levou?
- Claro. Eu lembraria.
Começamos a procurar. Chega a mãe da família. A casa de cabeça para baixo.
- O que vocês estão procurando?
Silêncio.
Ela insiste.
- O que estão procurando.
Este é o momento da sinceridade que leva à descrença:
- Meu vibrador.
- Ah, então, eu vim convidar vocês para almoçarem com a gente.
Mudança de assunto, e nada de achar o vibrador.
No final do dia, dentro de uma caixa de sapatos, desolado, John foi encontrado.
Lições aprendidas:
A sinceridade sempre vale a pena.
Ter um vibrador pode ser socialmente aceito por todos.Sendo assim, não precisa escondê-lo em lugares inusitados.
As pessoas podem ser solidárias com a perda de um vibrador.
domingo, 7 de agosto de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Um segundo
Em um segundo posso mudar de ideia.
Em apenas um segundo, posso querer morar no Nepal.
Um segundo depois, pensar que talvez que Istambul seria a melhor opção.
Achar que eu estou apaixonada, e depois de um segundo, rir deste pensamento como se fosse a coisa mais absurda do mundo.
Rir de mim, e chorar por mim.
Acariciar meu próprio rosto e dizer que tudo vai ficar bem, mesmo achando que não. E neste interim, descobrir que dramatizei demais uma situação.
Estar cantarolando pelas ruas sem saber o real motivo, e me sentir idiota por não me entender. Como não entender alguém que está com você desde sempre? Incrível como pode mudar.
Acreditar que a vida vale a pena, mesmo em almas pequenas.
Achar que as pessoas são mais que a aparência, e depois elogiar a beleza física de alguém vazio.
Sentir-se amada, e logo em seguida, usada.
Achar que um segundo é muito tempo, ou pouco tempo. O tempo é relativo.
Achar que estou velha demais para algumas coisas, e depois soltar um delicioso "foda-se", e tocar o barco como se eu tivesse 15 anos de idade.
Achar normal não lembrar das coisas que acabei de guardar num lugar específico só para não esquecer.
Sempre achar que a felicidade está logo ali na esquina, e que eu só preciso andar mais duas quadras para alcançá-la, e ao chegar na esquina descobrir que não era bem o que eu queria.
Querer estar aqui e ali ao mesmo tempo.
Torcer para que o teletransporte não seja apenas ficção, e ter medo de desmaterializar-se.
Achar um texto ótimo na primeira lida, e depois achar que foi a pior besteira que já escrevi.
Um segundo para viver.
Um segundo para ser eu mesma.
Um segundo para achar que mesmo que não seja o que eu esperava, o rolo já está em movimento, e mesmo sem cortes e sem ensaios, a vida pode dar um grande filme. Ou até mesmo um curta. E se for um curta, que seja como eu quiser, que seja feliz e triste, que faça as pessoas chorarem e rirem juntamente comigo. Que me achem chata, e peçam para melhorar a personagem. E que mesmo que ninguém ame a personagem principal, ferrem-se todos, é o que tem pra hoje.
Um segundo pra mim.
Um segundo para saudar a vida.
Um segundo para tudo.
Passa rápido, não?
Depende do quanto você aproveita.
Em apenas um segundo, posso querer morar no Nepal.
Um segundo depois, pensar que talvez que Istambul seria a melhor opção.
Achar que eu estou apaixonada, e depois de um segundo, rir deste pensamento como se fosse a coisa mais absurda do mundo.
Rir de mim, e chorar por mim.
Acariciar meu próprio rosto e dizer que tudo vai ficar bem, mesmo achando que não. E neste interim, descobrir que dramatizei demais uma situação.
Estar cantarolando pelas ruas sem saber o real motivo, e me sentir idiota por não me entender. Como não entender alguém que está com você desde sempre? Incrível como pode mudar.
Acreditar que a vida vale a pena, mesmo em almas pequenas.
Achar que as pessoas são mais que a aparência, e depois elogiar a beleza física de alguém vazio.
Sentir-se amada, e logo em seguida, usada.
Achar que um segundo é muito tempo, ou pouco tempo. O tempo é relativo.
Achar que estou velha demais para algumas coisas, e depois soltar um delicioso "foda-se", e tocar o barco como se eu tivesse 15 anos de idade.
Achar normal não lembrar das coisas que acabei de guardar num lugar específico só para não esquecer.
Sempre achar que a felicidade está logo ali na esquina, e que eu só preciso andar mais duas quadras para alcançá-la, e ao chegar na esquina descobrir que não era bem o que eu queria.
Querer estar aqui e ali ao mesmo tempo.
Torcer para que o teletransporte não seja apenas ficção, e ter medo de desmaterializar-se.
Achar um texto ótimo na primeira lida, e depois achar que foi a pior besteira que já escrevi.
Um segundo para viver.
Um segundo para ser eu mesma.
Um segundo para achar que mesmo que não seja o que eu esperava, o rolo já está em movimento, e mesmo sem cortes e sem ensaios, a vida pode dar um grande filme. Ou até mesmo um curta. E se for um curta, que seja como eu quiser, que seja feliz e triste, que faça as pessoas chorarem e rirem juntamente comigo. Que me achem chata, e peçam para melhorar a personagem. E que mesmo que ninguém ame a personagem principal, ferrem-se todos, é o que tem pra hoje.
Um segundo pra mim.
Um segundo para saudar a vida.
Um segundo para tudo.
Passa rápido, não?
Depende do quanto você aproveita.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Carta ao "amigo"
Caro "amigo",
Goede morgen, goede middag of goede avond!
Promessas vazias, palavras jogadas fora, e um turbilhão de imaginação despediçado por um fora banal que sequer foi verbalizado.
Muitas vezes as ações doem muito mais que as palavras. Ações dependem de interpretações, e interpretações machucam. O ser humano tem a tendência a ver as coisas piores do que elas realmente são. E se não há palavras, há pensamentos. Pensamentos perigosos que podem acabar com uma auto-estima danificada. Palavras, faltam palavras. Os gestos deveriam vir com legendas. Veja, se me afastei de você, é porque não lhe quero mais. Leia-se a vida, não à deixe com signos de exclamação, interrogação, ou o pior de todos, as reticências.
Vamos traduzir tudo ao pé da letra, como deve ser. Vamos ser alfabetizados na arte da fala.
Há que se preencher as lacunas, o tempo todo. Uma vida lacunar, não dá espaço para mais vida. Não se preenche espaços vazios que aguardam respostas. Só há espaço para questionamentos e a certeza de que algo ruim aconteceu. Mas o que aconteceu? Nunca saberei.
A maneira como jogo o cabelo não lhe agrada?
As minhas covinhas que eram simpáticas, passaram a serem sinal de algo bonachão? A minha fala não exprime o meu pensamento?
Muito difícil falar de sentimentos, sensações, pensamentos, numa língua que não é a sua. Mas não dizem que existe uma tal língua universal?
Não, não era amor, nem nunca achei que fosse. Também não tinha a esperança de que poderia vir a ser. E se não falávamos a língua universal, o texto ficou incompleto, mal feito, sem expressão, sem vida. Frases prontas de um filme que eu roubei de alguém, mas não era o meu filme. Não era eu.
Éramos personagens de uma novela mexicana dublada num inglês de péssima qualidade. Eu menti, você mentiu, e ninguém teve coragem de contar a verdade. Começamos mal, terminamos mal. Terminamos/ Bem, não se termina algo que sequer começou. Então posso dizer que interrompemos mal.
A auto-estima abalada pela falta de palavras. Grite, fale algo, só não me deixe pensar que sou a pior pessoa do mundo, ou a mais feia, a mais desengonçada, a mais sem sal e sem açúcar. Nada pior do que ser morno. Nada pior do que ficar sem saber em que momento a coisa desandou. Em que momento deixamos as risadas e as brincadeiras de lado e passamos a sermos pessoas mornas torcendo para que o dia acabe para que não precisêmos mais nos olharmos?
A sua gentileza me dói.
Falta-me argumentos, falta-me palavras, falta-me as tulipas, falta tudo. Falta, principalmente, as palavras.
Andar pela casa, andar e olhar, mas o olhar não diz nada. Os olhos castanhos parece um mar escuro de coisas que jamais conseguirei uma interpretação. Não saber quem você de fato é, me causa náusea.
Mais uma vez, a culpa é a Branca de Neve. Sempre ela, juntamente com a Alice do País das Maravilhas e todas as outras semi-princesas, semi-deusas, semi-seres humanos. Rascunhos de estórias que permeiam a mente feminina, e que nunca acontecerão.
Sentir-se péssima sem saber o real motivo, é pior que ouvir um monte de verdades que cortem a alma. Verdades sempre são boas, por pior que sejam. Não se vive bem com interrogações.
Não saberei as respostas. Até mesmo porque, tradução de sentimentos sempre são falhas. Mas isso martelará na minha cabeça por um bom tempo. Passa, assim como tudo sempre passou, mas o que aconteceu? Nunca saberei.
A brincadeira terminou da pior forma possível. Um sofá no meio da noite. Um pra lá, outro pra cá.
Goede morgen, goede middag of goede avond!
Promessas vazias, palavras jogadas fora, e um turbilhão de imaginação despediçado por um fora banal que sequer foi verbalizado.
Muitas vezes as ações doem muito mais que as palavras. Ações dependem de interpretações, e interpretações machucam. O ser humano tem a tendência a ver as coisas piores do que elas realmente são. E se não há palavras, há pensamentos. Pensamentos perigosos que podem acabar com uma auto-estima danificada. Palavras, faltam palavras. Os gestos deveriam vir com legendas. Veja, se me afastei de você, é porque não lhe quero mais. Leia-se a vida, não à deixe com signos de exclamação, interrogação, ou o pior de todos, as reticências.
Vamos traduzir tudo ao pé da letra, como deve ser. Vamos ser alfabetizados na arte da fala.
Há que se preencher as lacunas, o tempo todo. Uma vida lacunar, não dá espaço para mais vida. Não se preenche espaços vazios que aguardam respostas. Só há espaço para questionamentos e a certeza de que algo ruim aconteceu. Mas o que aconteceu? Nunca saberei.
A maneira como jogo o cabelo não lhe agrada?
As minhas covinhas que eram simpáticas, passaram a serem sinal de algo bonachão? A minha fala não exprime o meu pensamento?
Muito difícil falar de sentimentos, sensações, pensamentos, numa língua que não é a sua. Mas não dizem que existe uma tal língua universal?
Não, não era amor, nem nunca achei que fosse. Também não tinha a esperança de que poderia vir a ser. E se não falávamos a língua universal, o texto ficou incompleto, mal feito, sem expressão, sem vida. Frases prontas de um filme que eu roubei de alguém, mas não era o meu filme. Não era eu.
Éramos personagens de uma novela mexicana dublada num inglês de péssima qualidade. Eu menti, você mentiu, e ninguém teve coragem de contar a verdade. Começamos mal, terminamos mal. Terminamos/ Bem, não se termina algo que sequer começou. Então posso dizer que interrompemos mal.
A auto-estima abalada pela falta de palavras. Grite, fale algo, só não me deixe pensar que sou a pior pessoa do mundo, ou a mais feia, a mais desengonçada, a mais sem sal e sem açúcar. Nada pior do que ser morno. Nada pior do que ficar sem saber em que momento a coisa desandou. Em que momento deixamos as risadas e as brincadeiras de lado e passamos a sermos pessoas mornas torcendo para que o dia acabe para que não precisêmos mais nos olharmos?
A sua gentileza me dói.
Falta-me argumentos, falta-me palavras, falta-me as tulipas, falta tudo. Falta, principalmente, as palavras.
Andar pela casa, andar e olhar, mas o olhar não diz nada. Os olhos castanhos parece um mar escuro de coisas que jamais conseguirei uma interpretação. Não saber quem você de fato é, me causa náusea.
Mais uma vez, a culpa é a Branca de Neve. Sempre ela, juntamente com a Alice do País das Maravilhas e todas as outras semi-princesas, semi-deusas, semi-seres humanos. Rascunhos de estórias que permeiam a mente feminina, e que nunca acontecerão.
Sentir-se péssima sem saber o real motivo, é pior que ouvir um monte de verdades que cortem a alma. Verdades sempre são boas, por pior que sejam. Não se vive bem com interrogações.
Não saberei as respostas. Até mesmo porque, tradução de sentimentos sempre são falhas. Mas isso martelará na minha cabeça por um bom tempo. Passa, assim como tudo sempre passou, mas o que aconteceu? Nunca saberei.
A brincadeira terminou da pior forma possível. Um sofá no meio da noite. Um pra lá, outro pra cá.
Férias
Passei um mês viajando pela Europa. Paisagens lindas, berço da muitas Histórias que aprendemos na escola. Mas uma viagem não é feita somente de belas paisagens e bons museus para conhecer. Uma viagem é feita de histórias, esta com "h" minúsculo, e pessoas que conhemos ao longo da jornada.
Com isso chego a conclusão, que por mais que muitos não concordem, o melhor do mundo são as pessoa que nele habitam. Modo de vida, cultura, religião, visão de mundo, visão de pessoas, planos, sonhos. Seja aqui ou na Inglaterra, seja lá onde for, sentimentos e sensações, fazem parte de uma linguagem universal chamada vida.
Às vezes muito boa aos olhos de quem vê, às vezes muito ruim na pele de quem a vive.
A grama do vizinho é mais verde que a nossa? Talvez não. A grama do vizinho pode ter colorações diferentes, cheiros mais fortes, espessura mais grossa, mas no fim, é somente grama.
Se me perguntarem o lugar que mais gostei, se surpreenderão à minha negação à Cidade Luz, que é a preferida entre milhões de pessoas. Diria que Amsterdan é a cidade mais bonita.Se não for a mais bonita, aos meus olhos, pareceu ser. Tem as melhores pessoas dos lugares em que passei. Parece que a vida deu um pause numa bela paisagem, e as pessoas continuaram a viver, sem que nada ali fosse mudado. Bom humor é um dos pontos fortes dos holandeses, que falam uma das línguas mais difíceis que já ouvi. Se esforçam ao máximo para te entenderem, seja em inglês, espanhol, ou até mesmo no nosso bom e velho português.
Mente e coração aberto, acho que isso descreve muito bem o holandês. Não gostam de serem conhecidos como a "terra da maconha", assim como não gostamos de sermos conhecidos somente pelo carnaval, apesar de que todas às vezes em que eu disse ser brasileira, esta ser a primeira coisa que passava pela cabeça das pessoas. Sentiam-se frustadas ao saberem que não gosto de samba, e que muito menos sei sambar, assim como os holandeses não fumam maconha o dia todo calçando aqueles sapatos de madeira. Precisamos parar com os "pré-conceitos" e conhecer um pouco mais das pessoas.
Nem todo parisiense é grosso.
Nem todo italiano é safado.
Nem todo português é burro.
Nem todo inglês é um lord.
Nem todo espanhol é caliente.
Nem todo holandês é maconheiro.
Nem toda brasileira é bunda.
Vamos conhecer as pessoas?
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