quarta-feira, 23 de abril de 2008

A vingança nunca é plena. Mata a alma e envenena.

Nada melhor do que a sábia frase do Chaves para começar este post.

Mais uma entrevista.

Sabe, às vezes dá vontade de virar andarilha e desencanar desse troço todo de trabalhar.
Mas como isso é utopia, o negócio é colocar as perninhas para funcionar, e procurar o tal emprego.

Entro na sala. Aproximadamente onze pessoas para uma ou duas vagas em uma empresa de grande porte - área de marketing.

Uma prova com aproximadamente 40 questões. Raciocínio Lógico, Português e Matemática.
Claro, no final tinha a redação.

A mulher que aplicou a prova diz que chamará o gerente da área para conversar conosco.

- Olha, o *Juarez é uma pessoa muito bacana. Ele pressiona, mas não fiquem nervosos. Vai fazer algumas perguntas técnicas, mas não é nenhum bicho de sete cabeças.

O cara entra na sala.
Não tinha cara do nome. Um nome de uma pessoa de muitos anos, para alguém de, no máximo, 35 anos.

Olho, olho, olho, e aquele rosto era bem conhecido.
Ele também me olha. Como Juarez dava a maior pinta, tenho certeza absoluta que não era com segundas intenções.

Na hora em que me apresentei, rolou um risinho, quando eu disse que era formada em Rádio e Televisão.
E foi aí que eu matei a dúvida que me assolava. Ele estudou na mesma faculdade que eu.

E como um flash, veio toda a lembrança do ser que me entrevistava.

Ele entrou na faculdade no quarto ou quinto semestre, transferido.
Pediu para entrar no meu grupo de trabalho. Depois de uma reunião, o grupo achou melhor não ter mais nenhum membro, o recusamos.

Depois da seleção, torci para que ele não lembrasse de mim.

As pessoas acharam que eu seria beneficiada por já ter estudado com o gerente. Mal eles sabem.
Bem, saberei da resposta amanhã. Se não passar, mesmo achando que eu fui bem, vou ter a certeza que ele lembrou. E o pior, é rancoroso.