Aniversário pra mim sempre é momento de reflexão. Bem mais que ano novo, bem mais que qualquer outra data. Afinal, é a minha data, o meu ano novo.
E eu comecei a fazer uma lista de coisas que eu acho que sou. Se bem que ser é muito complexo. Não entremos em questões filosóficas.
E, quando pensei em mim, lembrei que as pessoas me acham engraçada. Gastei um tempo pensando sobre isso.
Tempo atrás encontrei uma pessoa com a qual não tinha muita intimidade, mas que já trabalhamos juntos. Me conhece pouco e acompanha redes sociais.: "Vivi, você é muito engraçada!". Rio demais com os seus comentários e postagens.
Estranhei a frase, e também não soube colocar na caixa do elogio, não sabia onde colocar o adjetivo. Ri amarelo. Sequer agradeci. Não sei se a gente agradece por ser engraçado.
Minha mãe só tinha me ensinado a agradecer quando te dão as coisas, ou te acham bonita. Ela nunca me falou muito sobre o engraçado. "Vivi, se te chamarem de engraçada, agradeça!".
Tenho um outro amigo que faz uma introdução às pessoas sobre mim."Você precisa conhecer a Vivi. Você vai rir demais com ela. Super engraçada!". Aí já me sinto na obrigação de sacar o livrinho de anedotas do Ari Toledo. E eu sou a pior pessoa do mundo para contar piada, juro!
Conheci uma irlandesa dia desses, e com meu inglês nível "The book is on the table", a vi rir de descer uma lagriminha no canto do olho. Se bem que acho que ela ria do meu inglês mesmo, não do que eu estava falando. Mas no final soltou: "Você vai se dar muito bem por aqui. Você tem uma grande personalidade e é bem espirituosa".
E agora, acrescentando mais uma unidade no meu ano de vida, descubro que sou engraçada e espirituosa, segundo os outros.
A cruel realidade é que sou muito, muito, muito, muito, mau humorada, reclamona, preguiçosa, chata, e à vezes, um mood Charlie Brown - Peanut (Óh, vida..Óh azar), uma excessiva melancolia com doses pequenas de depressão e bipolaridade. E o que é engraçado mesmo é as pessoas não perceberem isso.