quarta-feira, 26 de abril de 2017

Sabatizando...

Era um dia qualquer de setembro quando eu estava indo trabalhar. Tinha acordado cedo, tendo saído tarde. Acho que fiquei 5 horas na minha casa - não mais que isso com certeza. E naquele dia, pegando a estrada para o trabalho, decidi que não estava mais legal. Simplesmente não estava mais legal.
Um remake mal feito do ano de 2011, era exatamente esta a sensação. A sensação de ter rodado, rodado, e parado no mesmíssimo lugar. Impotência. E pensei: "Vou passar quanto tempo mais fazendo algo que eu não gosto?"

Na ocasião estava ensaiando para uma peça que tinha um poema do José Régio. "Não sei por onde vou, não sei para onde eu vou. Sei que não vou por aí" (Cântico Negro). E foi por esta frase que decidi simplesmente não ir mais para aquele caminho que não me fazia feliz.
E dali comecei um plano de sair do lugar onde estava trabalhando ao completar um ano - em março. Mas o quê eu vou fazer? O quê eu quero fazer? E todas aquelas perguntas da adolescência quando você precisa escolher uma profissão voltam à mente.

E foi com um monte de perguntas sem respostas certas que decidi parar. Ficar um ano sem trabalhar. Ter um ano para pensar sobre o quê eu quero da vida. Pode ser que eu descubra que realmente gosto do que faço e só estou cansada. Pode ser que eu mude completamente de profissão. Pode ser um monte de coisa. Mas gosto da possibilidade do "pode ser". E vou dedicar este tempo ao "pode ser".

Aí vem a pergunta. Tá, você decidiu que não vai trabalhar até o próximo ano, e vai fazer o quê?
Juro que responder isso para as pessoas, que já sabiam da decisão, está ficando cada vez mais chato. As pessoas sempre perguntam "E quais os seus planos?", e eu sempre retribuo com um sorriso amarelo. O meu melhor sorriso amarelo.
A gente tem esta necessidade de sempre saber o próximo passo. Precisamos de agenda, atividades, problemas para resolver, até mesmo para conversar com as pessoas. Reclamar da vida é uma conversa.
Precisamos trabalhar para comprar coisas, compramos coisas que dão trabalho porque precisamos sair de casa, pegar trânsito (se mora em SP sempre terá trânsito), reclamar do preço, mostrar para as pessoas que compramos, nos convencermos de que compramos porque merecemos, afinal trabalhamos demais e etc, etc, etc...Rola um ciclo! E eu só quero dar um tempo deste ciclo.

Sendo assim, num primeiro momento estou indo para Dublin no dia 2/6 (exatos 37 dias). Vou estudar, viajar, conhecer pessoas, viajar...E tenho uma lista mental do que espero fazer, mas nem coloco no papel para não virar obrigação.
Espero poder finalmente ir à Índia e todo o blá, blá, blá que quem me conhece sabe muito bem. O meu "Comer, Rezar, Rezar, Comer, Comer...............e quem sabe...........Amar" particular.
E é isso. Simples assim.
Ou seja, nos próximos meses terei bastante tempo para escrever besteiras, e muito assunto também.

Ah, ninguém lê isso aqui mais? Ok, vou escrever mesmo assim.