E neste momento vem aquela dificuldade em guardar a fantasia e aceitar que o ano começou - oficialmente. Tenho a sensação que desde a Copa do Mundo, estamos esperando algo acontecer. Porque criamos datas lendárias para algo que nem sabemos o que é. Depois da Copa, depois das eleições, depois das festas de final de ano, depois do carnaval...E agora, José? Aliás, amo esta poesia do Drummond. Desde a adolescência me sinto José. E depois do carnaval, todo brasileiro é meio José.
Este começo é matador.
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
E agora eu me pergunto. E agora, Vivi?
O carnaval acabou
Você não beijou
Nem sapo encontrou
Porque apaixonada está
E não consegue largar
E passa a vida a pensar
Em alguém que está
a sempre te confundir
E agora, Vivi?
domingo, 22 de fevereiro de 2015
sábado, 21 de fevereiro de 2015
O jeitinho vira regra
Ser otimista, não é ser folgado ou preguiçoso. Porque esta é a desculpa dos falsos otimistas. "No final vai dar tudo certo". Só que se não meter a mão da massa, nem sempre o fator sorte irá ajudar. E contar com a sorte, não é otimismo, é preguiça mesmo.
E às vezes tenho esta estranha sensação com o otimismos brasileiro. Já não sei se ser um povo otimista é uma coisa bacana. E não vou começar a falar mal de brasileiro, como se eu não fosse uma, e colocar a culpa em mil e um acontecimentos históricos que nos levaram a nossa História atual. Mas o "jeitinho" me irrita. Me irrita pra caralho! Se tivesse que elencar as coisas que me irritam, esta estaria no topo da lista.
O cidadão tem um trabalho, correto? Neste trabalho, ele precisa carimbar papéis. Ele conhece a função dele, você sabe que isso é responsabilidade dele. Ele deve carimbar os papéis na ordem de chegada. Bem, temos as regras estabelecidas.
O carimbador está lá feliz, fazendo seu papel. Chega um amigo do carimbador, o cara que toma cerveja com ele. E sem a menor cerimônia, o carimbador passa o papel dele na frente dos demais que estão esperando, porque conhecem e respeitam o regra.
O amigo cervejeiro também conhece a regra, mas por saber que o carimbador "sempre quebra esse galho", trabalha a exceção como regra. E você, pobre mortal, que nunca tomou nem uma água com o carimbador, que se ferre. E o cervejeiro conta vantagem disso. Como se fosse um herói. E o pior, as pessoas que estavam na fila do carimbo, aguardando a ordem correta, o vêem como ídolo. "Pô, o cara é foda. Networking é tudo".
Aqui, na terra do jeitinho, até a palavra - networking- ganhou novo significado.
E às vezes tenho esta estranha sensação com o otimismos brasileiro. Já não sei se ser um povo otimista é uma coisa bacana. E não vou começar a falar mal de brasileiro, como se eu não fosse uma, e colocar a culpa em mil e um acontecimentos históricos que nos levaram a nossa História atual. Mas o "jeitinho" me irrita. Me irrita pra caralho! Se tivesse que elencar as coisas que me irritam, esta estaria no topo da lista.
O cidadão tem um trabalho, correto? Neste trabalho, ele precisa carimbar papéis. Ele conhece a função dele, você sabe que isso é responsabilidade dele. Ele deve carimbar os papéis na ordem de chegada. Bem, temos as regras estabelecidas.
O carimbador está lá feliz, fazendo seu papel. Chega um amigo do carimbador, o cara que toma cerveja com ele. E sem a menor cerimônia, o carimbador passa o papel dele na frente dos demais que estão esperando, porque conhecem e respeitam o regra.
O amigo cervejeiro também conhece a regra, mas por saber que o carimbador "sempre quebra esse galho", trabalha a exceção como regra. E você, pobre mortal, que nunca tomou nem uma água com o carimbador, que se ferre. E o cervejeiro conta vantagem disso. Como se fosse um herói. E o pior, as pessoas que estavam na fila do carimbo, aguardando a ordem correta, o vêem como ídolo. "Pô, o cara é foda. Networking é tudo".
Aqui, na terra do jeitinho, até a palavra - networking- ganhou novo significado.
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