Não sei você, mas minha primeira Copa do Mundo afetiva foi a de 1986.
Eu era muito criança. E não me venham com essa de que criança não lembra de nada. Parece que quando ficamos adultos esquecemos de tudo. Eu não! Faço questão de lembrar.
1986 na escola Lápis Mágico. Meu pai me deu um orelhinha para acompanhar os jogos. Andava com aquele rádio grudado na orelha pra cima e para baixo. E mesmo podendo ver os jogos pela televisão, não largava o orelhinha.
Um dia cheguei a dormir com aquilo no ouvido.
Não entendia uma palavra narrada, mas achava o máximo aquele homem falando rápido. Por muitas vezes brinquei de locutora de futebol. E até hoje não entendo o por quê de não termos mulheres narrador as. Eu era um talento! Até hoje sou uma metralhadora de palavras.
Com protestos, sem protestos, mesmo sabendo que economicamente essa Copa foi um fiasco, sabendo que não haverá legado, somente contas. Enfim, no meio dessa desgraceira toda, consigo lembrar da memória afetiva das Copas que vivi.
Meu pai foi responsável por 100% das minhas memórias futebolísticas. O pouco de futebol que sei, devo à ele.
Deixem de ser ranzinzas, e divirtam-se um pouco. É o que vou tentar fazer. Já resgatei o orelhinha..