Foram 12 anos. Só por desencargo de consciência fizemos a conta ontem. E no dia que resolvemos passar a régua nesta conta, chegamos aos 12 anos.
Disse à ele que deveria ser como o wisky. Dizem que o de 12 anos é bom. Mas já não é mais assim.
Acabou exatamente como tinha que acabar. Como as coisas boas acabam.
Sabe o carinho que se tem por aquele jeans especial que só deixará de ser usado porque acabou? É assim que sinto.
A gente não quer jogar fora pelo valor sentimental. Pelas histórias vividas, pelas risadas, pela cumplicidade, afinidade, e tantas outras coisas boas. Mas o jeans não serve mais.
Não tive coragem de jogar fora. Não quis transformar em shorts, bermuda, ou qualquer outra coisa. Seria um desrespeito com meu jeans de 12 anos. Quis guardar na gaveta com carinho e respeito.
Para coisas novas, precisamos limpar as gavetas. Esta foi a mais difícil. A gaveta que deixei por último.
Não sei se sentirei falta. Estranho isso. Tenho respeito pelo passado. Mas que ele fique onde deve ficar, no passado.
Guardo os CDs, livros, músicas compostas pra mim, bilhetes, cartões, e tudo que me faz lembrar você. Não quero esquecer nada. Nenhum detalhe será jogado ao limbo da memória.
Não faço promessas de amizade eterna. Faço promessa de carinho infinito pela história vivida.
Olhos cor de jeans, obrigada. Tenha uma boa vida.