sexta-feira, 25 de abril de 2014

Delmice

Nos lendários anos 90, trabalhou em minha residência uma moça de 18 anos cujo nome era Delmice. Não sei que tipo de combinação era essa. Mas Delmice, com vergonha de ser Delmice (o que não era de se estranhar), mudou seu nome para Ana. Tipo nome artístico. Nome para dar pros namorados. E era isso que Delmi...ops...Ana, fazia.

Só que aqui deixo um registro. Criança faz tudo ao contrário.

Eu gostava era de chamar de Delmice. Assim mesmo, completo, sem abreviações. E eu falava Delmice até quando não precisava. Quando os namorados apareciam para buscá-lá, eu gritava a plenos pulmões: Delmiceeeeeeeee, pra você.
Até hoje não sei como ela explicava. Deveria usar algo como Ana Delmice, mas me chame de Ana.

Um dia roubei um Belmont da Delmice. Muito poético, não?
E Delmice me ensinou a fumar. Hoje Delmice seria presa e apareceria no Datena. Mas em 91, era molecagem.
E foi neste dia que Delmice virou Ana.
Toda vez que eu ameaçava um Delmice, ela me ameaçava dizendo que contaria à minha mãe que eu fumava.

Ana me custou uma grana de adesivos, chiclete de nicotina, e uma falta de ar que me perseguiu por anos.
Faz um ano que parei de fumar #chupa#Delmice. Se te encontrar, mando a conta.