Despretensiosamente fui ao cinema ontem. Sem grandes planos. Só queria distrair um pouco. Nada de cinema iraniano, nada de campos de arrozal, ou cinema conceito (seja lá o que isso significa).
Escolhi Hoje eu quero voltar sozinho.
Eu iria usar todos os adjetivos que conheço para escrever sobre o filme. Mas sai durante uns anos com um jornalista, e ele disse que não se escreve críticas usando 3000 adjetivos. Como fazer? Não sei. Vou tentar.
O filme é excelente (adjetivo 1). Não utiliza o velho clichê da sociedade julgando o certo ou o errado de uma relação homoafetiva. Estava meio cansada da vitimização do homossexual. Até mesmo da escrachação caricata.
O mote do filme é a descoberta da sexualidade, não o fato de Leonardo ter escolhido um homem para guiá-lo na descoberta.
É um romance lindo (adjetivo 2). Romance que seria lindo se fosse entre duas mulheres, ou entre um homem e uma mulher, é singelo (adjetivo 3) independentemente da opção sexual.
Eu tenho uma memória infinita de emoções. Não esqueço nada. E foi bem simples lembrar de todas as sensações e descobertas da adolescência vendo o filme.
Vale um saquinho de jujuba no cinema num domingo a tarde de outono.
Afinal, o filme é excelente, lindo e singelo ( todos os adjetivos na mesma frase. Matei o jornalista neste exato momento)