Não sei qual era a ideia. Mas não funcionou.
Faz uma semana que uma consultora do Santander tenta falar comigo. Ando um pouco ocupada no trabalho, e sempre peço para ligar depois. Na sexta-feira a noite, resolvi ouvir o que a moça tinha a dizer. Afinal, já estava insistindo desde o começo do ano.
- Boa noite, senhora Viviane. Meu nome é Alexandra do banco Santander.Quero falar um pouco sobre a sua conta.
- Ok, Alexandra, pode falar.
- Antes de mais nada, gostaria de parabenizar pela escolha de manter o relacionamento com o Santander. Aproveitar para lhe desejar um Feliz 2014 e ouvir seus planos para este ano.
- Nenhum.
(silêncio)
- Um momento por gentileza, senhora Viviane.
(silêncio)
- O Santander agradece sua atenção. Boa noite.
Simples assim. Eu precisava falar sobre meus planos para 2014. Como não tinha planos, não ouvi a proposta. Acabei com o texto da moça.
Achamos o ser humano previsível, né? Já imaginamos a resposta. E quando aquela resposta esperada não vem, não sabemos como agir. É por essas e por outras que já não espero mais nada. Sem expectativas mesmo. Vamos tocando este barco de acordo com o vento. Sem planos a longo prazo. Assim evito a frustração.
Frustrei a moça do Santander. Desculpe, Alexandra. Não era a intenção. Mas antes você do que eu, ok? Nada pessoal.
Devo ter virado case do Santander. Logo me mandarão uma proposta de plano de saúde incluindo terapia, sei-lá. Mas juro que fui sincera.
Nao tenho planos. Tenhos pensamentos, vontades, desejos, sonhos, mas não tracei um plano. Sempre faço planos. E só pra ser do contra, 2014 está sem planos.
Tem a ONG, o livro, a música, a viagem de férias, arrumar o piso da cozinha, ver algum jogo da Copa, ir mais à praia, pular carnaval, beijar na boca, ser feliz, dar risadas, ver meus amigos, ir ao cinema, ler bons livros, ver mais minha família, visitar minha avó, correr uma meia maratona, acho que a do RJ, em 2015 ir para NY e correr a Maratona...
Ok, tenho planos. Impossível não ter!