“Os seus atos desprezíveis sujam o nobre espírito olímpico e são um desafio para todas as pessoas do mundo que amam os Jogos Olímpicos”. Lê-se num comunicado oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
Alguma coisa muito estranha acontece no mundo. Aliás, este mundo nunca foi muito normal mesmo.
Esquecemos como é ser humano. Esquecemos palavras simples que fazem toda a diferença. Uma delas é liberdade.
O Tibet foi invadido pela China. O líder político e espiritual do Tibet, Dalai Lama, foi exilado, mas continua lutando – de forma pacífica – para libertar sua Nação do domínio chinês.
Até hoje, as Nações Unidas nunca expressaram algum protesto significativo contra a ocupação do Tibet.
Oficiais chineses no Tibet afirmam que os tibetanos têm completa liberdade religiosa. Porém, a polícia chinesa está sempre presente em mosteiros e em templos budistas. Os monges têm sido espancados, aprisionados e submetidos à educação política chinesa.
Aproveitando que as atenções estão voltadas a China, o mundo protesta. É protesto pela liberdade de um povo oprimido que corre o risco de ter sua cultura milenar extinta.
Liberdade, igualdade e fraternidade. Este era o lema da Revolução Francesa em 1789 pelo reconhecimento dos direitos humanos.
Já estamos no século XXI. Parece que a luta pelo reconhecimento dos direitos humanos não terminará nunca. Todo dia temos que fazer valer nossos direitos. E é isso que o Tibet tem feito.
Concordo, e apoio os protestos. E se a tocha passasse por aqui, me envolveria em algum protesto.
Bem, aqui no Brasil as coisas seguem lentas. Na verdade o Brasil tem esta mania de política da boa vizinhança em assuntos polêmicos. O famoso em cima do muro.
O chanceler brasileiro Celso Amorim em uma conversa com o ministro de Assuntos Exteriores chinês, Yang Jiechi, reafirmou que o Brasil considera que o Tibete é uma parte inalienável da China e se mantém firme em seu apoio à política de uma só China.
Sim, o Brasil espera com esta diplomacia ter um parceiro comercial. Enquanto o mundo briga com uma das maiores economias do mundo, o Brasil acena com carinho, esperando assim receber sua merecida recompensa.
Lulinha paz e amor disse que não irá à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos mas assinalou que sua decisão não está ligada a razões políticas. Não? Duvido. Lula está em campanha. Ele diz que não, mas está. Legalmente ele não pode se candidatar. Mas quem garante que as leis não possam mudar?
José de Alencar já ameaçou dizendo que o povo quer mais Lula.
Tudo um jogo político sujo. Xadrez com peças humanas. E nós, pobres pecinhas, assisitimos a tudo isso, sem sequer tentar virar o tabuleiro.
Tibetanos, que nada. O negócio é aparecer, chamar a atenção, fazer e acontecer em cima de um povo oprimido.
Os jogos são ótimos para protestar.
Os jogos são ótimos para fazer aliados e inimigos políticos.
Os jogos são bons para fazer campanhas.
Para os tibetanos? Só o tempo dirá.