Ouvi hoje uma frase do Veríssimo.
"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo".
E eu sou uma pessoa, que definitivamente, não tem medo do ridículo. Os que me conhecem sabem bem disso. Seguindo este raciocínio, eu sou realmente livre.
Adoro o ridículo. Minha avó, que está com oitenta anos, se diz no direito de fazer papel de ridícula porque está velha. Eu não vejo problema algum em fazer este papel aos 26 anos.
É bom gritar, rir, sorrir, passar vergonha, dar vexame, chorar, ter medo, fazer piadas sem graça, e tudo mais. Isso é sinal de que estamos vivos.
E é por frases como esta, que eu acredito que ele seja a pessoa ideal para passar boas horas no boteco.
Veríssimo está na minha lista "The best of boteco". É aquele tipo de pessoa que eu passaria horas sentada no boteco. Se bem que eu já passei horas no boteco com tanta gente desinteressante, mas foi pela cerveja que estava gelada.
Se eu estivesse morrendo, e perguntassem meu último desejo. Acho que seria algo como:
Uma reunião em algum boteco do Rio de Janeiro. Cerveja gelada, calor, fim de tarde, acompanhada por: Veríssimo, Mario Prata, Arnaldo Jabor, João Ubaldo Ribeiro e se valesse os do além, incluiria Nelson Rodrigues e Jorge Amado, ao som de Tom Jobim e Vinícius.
Hoje eu decretei que seria o meu dia do ridículo. Parece ridículo ter um último pedido desses. Mas antes ridícula e feliz, do que uma pessoa centrada e nem sempre feliz.