quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Despedidas

A garganta fica seca. Os olhos mareados. Chega uma hora que eles começam a arder.
As palavras somem. A cabeça fica tão vazia, que é impossível encontrar uma palavra. Quem dirá uma frase. E nessas horas, um abraço compensa as palavras que faltaram.

Difícil consolar alguém por algo que é inconsolável.
Só quem teve a terrível experiência de perder mãe ou pai, consegue sentir esta dor.
É a dor que corrói. Uma dor que parece não ter fim.
O coração parece parar na hora que vem a notícia.

Um filme passa pela sua cabeça.
Vem a vontade de chorar, berrar, de desacreditar em tudo.
Vem a vontade de correr, e sumir deste mundo.

A morte é algo tão certo, mas quando ela chega, ainda assim, não conseguimos tratá-la de forma normal. Não dá para aceitar.
É impossível aceitar que alguém que nos deu carinho, atenção, colo, amor, nos cobriu a noite, brincou, deu bronca, nos ensinou a viver, pode ir embora.

Pai e mãe deveriam ser eternos.
Mas a lei da natureza pouco se importa com isso.
Enquanto uns nascem, outros morrem. É assim que deve ser.

Fácil falar. Difícil sentir isso. Difícil aceitar a lei da vida.
Difícil pensar que aquela pessoa nunca mais estará na mesa de jantar.
Nada do que eu escreva, nada do que eu fale, nada, nada suprirá esta dor que você sente hoje.
A única coisa que posso dizer é...Conte comigo.