quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Os finais

Gosto do final de ano. Acho que já disse isso um milhão de vezes. Vou continuar dizendo. Como de costume, vai aqui minha ode ao final do ano.

Final de ano é a procrastinação legalizada. É o "Ano que vem eu vejo isso" com a esperança infantil de que de fato veremos. 

O ano novo faz pelo adulto o mesmo serviço que o natal faz pela criança. Aquela sensação de presente,  caderno com cheirinho de novo no primeiro dia de aula. É quando você capricha na letra, promete que vai fazer daquele caderno um caderno bem especial. Ano novo pra mim é isso, repensar, refletir, organizar, recarregar a bateria com promessas e vontades.

Nada cai do céu, correto? Então bora para sessão de post it pela casa, tabelas no excel, a lista ficando grande, só assumindo compromissos para eu me cobrar o ano inteiro.
A casa nova, a viagem, o autocuidado, autoconhecimento, a promoção no trabalho, o teatro, me enfiar em alguma confusão e zaz, zaz, zaz (como diria Chaves do oito, esse ícone do idoso millennials). 

Eu sei que muitos planos eu vou descobrir no caminho que eu nem queria tanto assim. No meio do caminho vão surgir outras coisas que talvez eu nem tenha colocado na lista, e já diria Dummond - uma pedra no meio do caminho, mas aí que mora a diversão. Drummond não diz muito sobre diversão do caminho, só falou da pedra mesmo, como se o caminho não pudesse ser mudado. Sei-lá, a pedra era colorida, divertida, eu conversei com a pedra como no filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, e ela me mostrou outro caminho. Tropecei na pedra, e por quebrar o dedão aprendi a andar melhor. Sei-lá, Drummond! Poderia ter dado os seus pulos, mas ficou ali, só reclamando da pedra. às vezes a gente só reclama da pedra, respira profundamente, não faz nada, e volta a reclamar da pedra.


Aliás, poesia sobre diversão - pesquisar no Google. Farei isso ano que vem.  


Sonhar não custa nada, é o que dizem. E se está de graça, vamos colocar a imaginação para funcionar que é disse que um bom ano é feito.


E, como sempre, fica a promessa do escrever aqui. Gosto de prometer e não cumprir. Aí eu volto aqui depois de séculos, e rio de mim mesma dizendo: "Ah, danada! Mais um ano que você prometeu tudo, e não entregou nada!". Pelo menos já me garanto essa risada no futuro. Eu tenho um estoque de risadas para o futuro. Já prometo algo que sei que não vou fazer, só para praticar o autobullying.

Tenho um estoque de risadas do futuro, uma vontade de todo dia fazer diferente, um respeito gigantesco pelos que cruzam meu caminho, uma família querida e amigos sensacionais. Acho que já é uma boa capa de caderno tilibra. Agora é só escrever nele.