domingo, 28 de setembro de 2014

Espiritualidade online

Eu sou de um tempo em que pai de Santo atendia no tete a tete. Pá, pum. Ao vivo, quer dizer, não muito vivo, mas na nossa frente.
De uns tempos pra cá tenho ouvido tanta coisa, que se bobear, estou acreditando em saci e mula sem cabeça.

O que aconteceu foi que uma amiga comentou que estava fazendo terapia floral via skype. Você senta em frente ao computador, fala um pouquinho de você, e a psicóloga te passa um floral para tratar a causa que lhe aflinge. Prático, rápido e indolor.

Em tempos que fazemos sexo pela internet, o que pra mim já é uma revolução e tanto, agora podemos cuidar da alma também.

Podemos em um clique consultar um médium (sim, eles estão online), um psicólogo, um garoto de programa, ou qualquer outra coisa que queiramos.

Entrei no site do médium. Ele estava online. A música é daquelas de filmes de terror. Toda uma atmosfera para que em um clique eu saiba todo meu futuro. Juro, fiquei tentada. Olhei, passei o mouse, peguei meu cartão de crédito, olhei de novo, e sai correndo para escrever um texto no blog. Ter meu cartão clonado porque consultei um médium pela internet, é humilhação demais.

Sou do tempo da Macabea. Macabea levantou, foi lá na casa do chapéu, consultou uma médium chinfrim, e morreu feliz da vida com as mentiras que a médium contou. Está certo, Macabea. Não trairei você. Se eu decidir consultar os astros, farei sempre no tete a tete.  Encarando o "futuro".

E cá estou eu pensando. Pôxa, R$ 25,00 por e-mail, R$ 2,99/por min no chat. Me garantiria tão boas risadas. Mas e o medo de clonarem meu cartão?

Acho que vou parar com isso, acender uma vela online para o meu anjo da guarda, e ler um livro que eu ganho mais...

R$2,99/por min no chat...

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Peça para eu ficar...

Eu cheguei em casa e tive vontade de falar com você. 
Vontade de pegar o telefone e falar tudo que passa pela minha cabeça sem o menor filtro. 

Às vezes você me entende tão bem, que acho que você lê o que eu escrevo. E leu tudo. Sim, eu sou um livro aberto que você leu todas as páginas, e já selecionou as suas favoritas. Marcou a página, e volta nela quando sente minha falta. Pretensão minha. Doce pretensão.

Mas sendo pretensiosa, gosto da ideia de que você sabe. 
E se você sabe, gosta de alimentar minha pretensão. E o jogo segue.

Então, é isso. Eu gosto de você. Gosto do jeito que mexe no cabelo, gosto do jeito que me olha, gosto de achar que você tem resposta para tudo (mesmo sabendo que não é verdade), gosto quando você fica vermelho de tanto rir, gosto das suas expressões de espanto com as coisas que eu falo. É isso mesmo, eu gosto de você. 

A melhor hora do meu dia é quando eu te vejo. É quando você está ao meu lado. Me passa uma sensação boa de que as coisas podem dar certo. Gosto de tudo. Gosto dos defeitos, gosto até do que normalmente não gosto. Estranho, né? E eu achando que você lê. Você lê?

Não posso falar. Sendo assim, me resta escrever. Isso mesmo, você leu muito bem, eu gosto de você. 
Gostar é uma forma singela de dizer outras coisas. Não, eu não gosto de você. Eu simplesmente estou apaixonada por você. 

Tudo pronto para eu ir, e eu querendo que você me peça para ficar. E eu ficaria. 

Leu bem? Eu fico.