segunda-feira, 7 de abril de 2014

Psicose

A linha tênue entre o carinho e a psicopatia.

Sabe que ultimamente ando questionando isso.

Tenho dois ex –alguma-coisa que me mandam mensagens frequentes. Ambos “me querenu”

Não, não sou uma delícia irresistível. Os homens, não a maioria, que vacilam mesmo. Mesmo casados, com filhos, acham que faltou alguma coisa pendente com alguma mulher que saíram no passado. E se esta mulher do passado é uma eterna solteira, melhor ainda.

Voltando ao mote. Um deles me manda mensagens diárias com “Bom dia, boa tarde, boa noite, bom final de semana, boa semana”. No começo achei educado. Depois foi me irritando. Hoje já quase não respondo.  Tenho uma vontade insana de responder “Escuta aqui, desgraça, não vou dar pra você”. Mas as normas da sociedade civilizada me impedem de tamanho ímpeto.

Recentemente conheci um cara bacana. Coisa nova nesses últimos meses. Antes teve um que eu confundia amizade com outras coisas, e foi a maior roubada. Enfim, um cara bacana.

E depois de séculos procurando o tal cara bacana, ele apareceu. Corra, Lola, corra.

Não sei se são os hormônios, não sei se a velhice, não sei que cazzo anda acontecendo comigo. Só sei que ele tronou-se o último dos moicanos, sabe? O elo perdido. Uma raridade.

O cara cozinha, gosta de boa música, bom vinho, boa cerveja, bom papo, inteligente, bonito, charmoso. Importante o item charmoso. Tem homem bonito sem charme algum. E quando o cabra é charmoso...Pra cima, Lola. Pra cima!

E como não ser serial killer nem psicopata com um homem desses? Alguém explica?
E num ímpeto de falta de dignidade humana, comprei flores. Sim, eu sou uma amante à moda antiga que manda flores. E foda-se.

O problema não está em mandar flores, acho. O problema está no fato de eu ter ido somente uma vez na casa dele.

Juro, contando essa história começo a ter medo de mim. Corram leitores deste blog, corram. Pode piorar.

Sai numa linda manhã de domingo com meu instinto psicose em alta. Convenci uma amiga a passear pelo bairro do cidadão para ver se eu lembrava onde era. Da vez que eu fui era de noite e eu estava bêbada. Resolvi contar com a sorte. Mulher tem um lance esquisito com destino. “Se o destino quiser, vou lembrar”.

Encontrei o prédio. Lembrei do apartamento (é o mesmo número do meu – já achei que era destino também), perguntei ao porteiro se eu estava certa, e BINGO!

Agora é só ser doida, atravessar a rua e comprar flores para entregar.

Não tive dúvida que era uma ideia genial. Deixei meu instinto doido ser mais doido que o normal.

Uma hora depois da entrega recebi uma mensagem agradecendo as flores.
Qual a diferença entre mim e os meus admiradores do – bom dia – boa tarde – boa noite?

Não consigo identificar, e começo a temer por isso.
Psicótico, você terá o seu momento um dia...