terça-feira, 4 de março de 2014

Carnavalescos

Todo ano, sabe-se lá Deus o motivo, eu prometo que terei um carnaval fodástico. A lá 2009 - Rio de Janeiro.

E todo ano passa da validade, e eu não faço nada. Normal. Essa minha apatia carnavalesca é habitual. Salvo alguns carnavais em que dancei axé como se não houvesse amanhã,outro que desfilei por uma escola de samba, e um que corri pelada pelo mato, meus carnavais são básicos.

Não espero mais me superar no Carnaval. Ter um carnaval apoteótico, sabe? Daqueles que precisamos de RG para lembrar do nome. Não tenho mais fígado para isso. E se pretendo chegar aos 70, com dignidade, é melhor que seja assim.

Passei da fase do ninguém é de ninguém. Da mistura de línguas, cheiros, cores e amores que acabam na quarta-feira de cinzas. E se me perguntarem se gosto de carnaval, responderei que sim. Gosto demais de carnaval. São dias em que eu vejo o ser humano é mais humano. Diferente do Natal que as pessoas fingem ser anjos caídos de algum presépio, é no carnaval que vemos a vida real. Extintos primários, caro colega de leitura. Extintos primários.

E se precisamos de máscaras, perucas, narizes, fantasias e datas especiais para sermos nós mesmos, que assim seja.

E os filhos do Carnaval nascem no Natal. Acho isso de uma poesia ímpar.