quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Frederico Fellini

Faz tempo que não vejo filmes italianos.
Sempre os achei poéticos. Fellini é um dos cineastas que não deixaram, em momento algum, a poesia do cinema de lado. Seus filmes são verdadeiras pinturas.
Lembro de um professor que era fã de carteirinha de Fellini. Nos fez ver grande parte de sua obra. E a paixão dele me contaminou.
Acredito que os professores têm uma influência enorme sobre o gosto de seus alunos. Quando entramos na Faculdade, somos "tábuas rasas". E nesta tábua os professores que dão aula com paixão por aquilo que fazem, escrevem nela seus gostos. Foi assim com Fellini, que pra mim, é sinônimo de irreverência e inovação.
O primeiro que vi foi Amarcord. Me encantei com as personagens. E, apesar de Fellini negar ser uma autobiografia, tenho cá minhas dúvidas.
É uma análise fodida dos anos 30 (período facista) pelos olhos de Fellini, ops, uma criança.
Um retrato cruel da educação sexual recalcada dos anos 30. Talvez isso explique um pouco as cenas de Casanova. O cara precisava chutar o balde em algum momento.
Amarcord é uma dança de episódios que têm como pano de fundo os problemas da família de Fellini, ops, Titta.
Uma mescla de cenas que às vezes chega a insanidade, tal é o número de narradores que olhando nos nossos olhos, nos informam as novas da cidade, desde a sua fundação até os últimos acontecimento de Rimini. Uma narrativa, no mínimo, interessante.
E com Amarcord eu percebi que fazer comédia de qualidade, é uma missão quase impossível. Ter humor é algo raro, e humor inteligente, nem se fala.
Sendo assim, se passar pela locadora, vale a pena procurar algum filme de Frederico Fellini. Eu comecei por Amarcord, que acho uma boa pedida.